As formigas possuem antenas longas e finas que detectam o cheiro, dentre eles o cheiro dos alimentos. O reconhecimento de uma fonte de moléculas de alimentos é feito pelos sensilas, receptores olfativos existentes em suas antenas.
À procura dessa fonte as formigas operárias saem em grupos e tem uma tática incrível para não se dispersarem: por todo caminho liberam substâncias químicas naturais, que são os feromônios.
Os feromônios são liberados por todos os animais para se comunicarem com os indivíduos de sua espécie., mas na formiga a liberação dessa substância é mais forte que em outros insetos. Essa mensagem química estimula o comportamento das demais formigas e têm a finalidade de emitir alarme, chamar para ataque, defesa, acasalamento, agregação e produção de alimentos.
Além das antenas, as formigas têm cotovelos, que funcionam como equipamento de som e visão binocular. Quando uma formiga encontra a outra, suas antenas se tocam e seus feromonas levam à troca de informações sobre a alimentação de cada uma.
A formiga obreira é responsável por encontrar comida, e quando isso acontece, volta à colônia levando alimento e deixando um rastro de feromônio que marca o caminho, para que as demais possam também encontrar o alimento. Feito isso, retorna ao alimento, desta vez por rota mais curta, que é seguida por outros formigas que vão fortalecendo a rota com mais feromônios.
Memória Privilegiada
As formigas podem memorizar até 14 cheiros diferentes de uma só vez, durante o tempo suficiente para encontrarem seus alimentos preferidos, a exemplo das formigas que existem no norte da África.
Feromônios: o Cheiro do Amor
Os feromônios são considerados o cheiro do amor. Foram descobertos e, 1950, mas só pesquisados realmente em 1959 por Butenandt, alemão que isolou e identificou o bombicol, que é o feromônio do bicho da seda. Para obter 1 mg da substância ativa, precisou extrai-la de 500 mil fêmeas.
Tanto os insetos quanto os mamíferos liberam o feromônio, mas este composto químico é liberado em maior quantidade pelos insetos, dentre eles as formigas. Entretanto, os feromônios mais estudados são os expelidos pela fêmea e pelos machos, em maior quantidade pelas fêmeas, com o objetivo de preservar a espécie, atraindo o macho para a cópula.
Todo animal possui feromônios diferentes um do outro, cada um com sua finalidade. O feromônio das formigas é utilizado também para sinais de alerta, quando uma formiga é esmagada e para confundir os inimigos, fazendo-os lutarem entre si.
Alimentação
Algumas formigas, após absorver o alimento, levam-no dentro do abdômen até o formigueiro. Outras levam folhas onde cultivam um fungo para alimentar-se, como as formigas-cortadeiras. Mas nenhuma resiste ao açúcar, que além de repor suas energias é fácil de transportar. De acordo com cada espécie, podem ser onívoras, carnívoras e herbívoras:
- Onívoras – Engloba a maioria das espécies, que comem um pouco de tudo, isto é, sementes, néctar, restos de vegetais e restos de animais invertebrados.
- Carnívoras – Formam verdadeiros exércitos e saem à caça. Quando a encontram, matam e comem suas presas, dentre eles aranhas, lagartos e vermes.
- Herbívoras – Se alimentam dos fungos cultivados nos restos de folhas e flores mastigados estocados no ninho por elas e suas companheiras.
Curiosidades
- Beijo que alimenta – Muita gente já viu duas formigas se beijando. Na realidade, uma está alimentando a outra, pois elas possuem dois estômagos: um para sua própria alimentação e outro para dividir alimentos com as outras.
- Velhas na Terra – Cientistas informam que as formigas viveram na Terra com os dinossauros, há 110 ou 130 milhões de ano, no período Cretáceo.
- Longevidade – Embora a maioria das espécies viva, em média, de um a três anos, uma formiga pode viver até 30 anos, caso da formiga rainha que viveu por 30 anos na cidade de Idahoe, EUA, em seu habitat natural.
- Enterram seus mortos – Somente três animais tratam os mortos de forma diferente, os seres humanos, os elefantes e as formigas. Quando uma delas morrem, algumas delas se unem e levam o corpo para fora do formigueiro, como forma de saneamento, para evitar infecção ou para que doença não se espalhe pelo formigueiro inteiro.
- Fazem Clonagem – Espécie de formigas encontrada na Amazônia não precisa do macho para procriar. Utilizam-se da patogênese uma forma de reprodução sem fertilização, onde a surge o clone da mãe.
- Criadoras de gado – são pulgões e lagartas mirmecófilas – que secretam um líquido doce chamado melada, os quais recolhem em seus formigueiros para abrigar de fortes chuvas e “ordenhar o leite”. Mantêm os predadores longe de seus gados e os conduzem de um lugar para outro, assim como os rebanhos. Quando é hora de recolher o leite (melada) elas se comunicam com suas antenas.
- Têm professor – As formigas operarias não nascem com essas habilidades. Existe na colônia a formiga-professor, que ensina seus jovens suas funções dentro do formigueiro.
- Pioneiras Agricultura – Dos seres evoluídos, somente os humanos, cupins, besouros e formigas utilizam a agricultura como meio subsistência. Há mais de 50 milhões de anos que algumas espécies de formigas criam campos subterrâneos em seus formigueiros, onde cultivam cogumelos, seu principal meio de alimentação.
- Inibem parasitas – Em seus ninhos usam substâncias químicas como herbicidas e desinfetantes, evitando a propagação de parasitas ou erva daninhas. As formigas da madeira, por exemplo, adicionam resina de coníferas solidificadas em seus ninhos ainda na fase em construção, assim dificultam o crescimento de bactérias ou fungos.
- Formigas de limão – preferem ninhos em limoeiros, onde a herbicida natural mata todas as outras plantas ao redor de sua árvore.
- Guerreiras e usurpadoras – espécies amazônicas são comparadas com os espartanos em seu modo de vida: só conseguem sobreviver através de guerras onde roubam os recursos de outras colônias.
- Trabalhadoras e escravagistas – Conhecidas como trabalhadoras, como os humanos, várias espécies de formigas fogem dessa característica: são dependentes de trabalho escravo e, para sobreviver, empreendem guerra contra outras colônias.
- Inseto Venenoso – Estudos indicam que o inseto mais venenoso do mundo é a espécie endêmica Pogonomyrmex maricopa. Ela vive nos Estados Unidos e México e sua picada equivale a 12 ferroadas de abelha.
- Exímias nadadoras– Algumas espécies sobrevivem na água nadando uma espécie de nado cachorrinho, boiando ou segurando a respiração embaixo da água por longo tempo. Também tem estratégias de sobreviver às inundações: unem seus corpos e constroem um bote salva vidas.
- Antenas magnéticas – Segundo estudos, algumas espécies, como Formica pratensis, formica rufa, Atta colombica e a pioneira Myrmica ruginodis possuem antenas com campos magnéticos mais intensos, o que ajuda em fenômenos naturais, como volta à colônia e migração, dentre outros.