Já parou pra pensar como a abelha consegue produzir mel? Não parece meio estranho que insetos que vivem em colônias consigam fazer um produto tão delicioso, e ao mesmo tempo nutritivo? Se essa é a uma de suas curiosidades, mão tem problema, pois neste texto iremos mostrar como as abelhas produzem mel, além de falar sobre outras informações igualmente interessantes.
Vem com a gente.
O Processo de Fabricação
A produção de mel começa quando as abelhas operárias saem das colmeias e vão em busca de coletar o néctar das plantas. Isso porque o néctar é a matéria-prima do mel verdadeiro. No entanto, às vezes, às abelhas coletam qualquer líquido açucarado que possa servir de alimento para a colônia, podendo ser até mesmo restos de refrigerante espalhados pelo chão.
Além de um estômago “normal”, a abelha possui uma espécie de reservatório, que é onde ela guarda o néctar colhido das plantas até chegar na colmeia. Em geral, esse reservatório comporta em torno de 70 mg de néctar aproximadamente. Quando está completamente carregada desse produto, a abelha volta à colônia.
Já no caminho, o néctar começa a ser transformado em mel com o auxílio de enzimas que o inseto possui em sua boca. São justamente essas enzimas que mudam o tipo de açúcar presente no néctar, impedindo assim que o mel se estrague pela presença de micróbios.
Aos chegarem na colmeia, as operárias passam o néctar para as abelhas operárias mais jovens, que irão processar o produto por cerca de 30 minutos mais ou menos. É durante esse tempo que as enzimas quebrarão os açúcares complexos do néctar, para transformá-los em açúcares mais simples. Assim, o néctar fica mais digestível para servir de alimento na colmeia. Isso impede que o mel seja atacado por bactérias, e fique estragado.
Em seguida, as abelhas espalham o néctar ao longo dos favos de mel, onde a água evapora, e ele se torna uma calda bem mais grossa. É aí que ele, enfim, torna-se mel. Inclusive, as abelhas fazem o mel secar mais rápido abanando as suas asas nele. Quando a consistência está boa o suficiente, as abelhas selam o favo de mel com uma espécie de tampão de cera. Ele, então, é armazenado até ser comido.
Como curiosidade, o mel pode ser fabricado a partir do néctar de um tipo específico de flor, como o mel de laranja feito com o néctar das flores de laranjeiras. O produto também pode ser resultado do néctar de flores diferentes do campo que acabam sendo misturados. É nesse caso que ele passa a ser chamado de mel silvestre.
Quais os Tipos de Mel e os Seus Benefícios?
Pois é, nem todo mel é igual. Ele vai variar bastante de acordo com as floradas, que são definidas a partir do tipo de flor que a abelha recolhe o néctar. Aqui no Brasil podemos citar 5 tipos principais de mel fabricados por abelhas nativas.
- Mel silvestre – Este é o mais ingerido do país, e é proveniente de diversos tipos de flores. É considerado um produto muito bom para a pele e para as vias respiratórias, além de ter efeitos antioxidantes e propriedades calmantes.
- Mel de assa-peixe – Com um aroma e sabor muito agradáveis, esse mel tem tanto efeito calmante, quanto expectorante.
- Mel de flor de eucalipto – De sabor bem mais forte que os demais e de coloração mais escura, é um produto bem interessante para o tratamento de infecções intestinais, das vias urinárias e de doenças respiratórias em geral.
- Mel de flor de laranjeira – Este daqui tem um sabor bem suave e regula a função intestinal, além de ter um efeito calmante muito bom.
- Mel de cipó-uva – Esse tipo de mel possui ação antioxidante (em particular, no fígado). É por isso, inclusive, que ele pode ajudar a diminuir os efeitos negativos do álcool no corpo.
O Mel e Suas Propriedades
Contando com boas quantidades de açúcar e carboidratos, o mel é uma fonte de energia excelente. Além disso, ele possui um ácido orgânico, chamado de glucônico, que contribui muito para a formação do peróxido de hidrogênio, um poderoso antibactericida.
O mel também possui outros elementos que são importantes antioxidantes, como os ácidos fenólicos, os flavonoides, e certas enzimas, a exemplo da glicose oxidase, da catalase e da peroxidase. Isso sem contar que essas substâncias previnem o envelhecimento e combatem o mal de Alzheimer.
Quer mais?
Ele é um alimento que possui carboidratos não digeríveis e oligossacarídeos, que ajudam na manutenção da microbiota intestinal. E, o mel, é bom não esquecer, também funciona como um ótimo adoçante natural, possuindo em sua estrutura o potássio (que auxilia para o equilíbrio da pressão arterial) e o cálcio (elemento fundamental para os ossos).
Como Saber se o Mel é Puro?
Infelizmente, às vezes, você pode se enganar e acabar se alimentando de um mel falso, processado e cheio de substâncias ruins. Como identificar se o mel que você tem é verdadeiro ou não?
Existem alguns testes que podem ser feitos.
O primeiro deles é o do polegar, e é bem simples de fazer. Basta colocar uma gota de mel em seu polegar, e se ele se espalhar imediatamente pelo seu dedo, não é puro, pois ele precisaria ficar intacto e manter certa consistência.
Outro método eficaz é fazer o teste da água, onde você irá colocar uma colher de sopa de mel num copo com água, e se ele começar a se dissolver, não é puro, já que o original deveria agrupar e ficar no fundo do copo.
Além desses testes, que são mais simples, há outros que surtem o mesmo efeito de descobrir se o mel é puro ou não, como, por exemplo, o teste do iodo, onde você pode misturar o mel com água, e depois adicionar 3 gotas de lugol (solução de iodo 2%, a venda em farmácias). Espere um tempo e se a mistura escurecer é porque o mel tem amido, e não é puro.
Ou seja, como dá pra perceber, a fabricação do mel pela abelha, mesmo feita de forma bem organizada, não é um processo muito complexo, e gera um produto com gosto delicioso, além de ser ótimo para a saúde humana.