A família dos coelhos (leporídeos) possuem várias espécies representativas dentro de um universo de mais de quase 50 espécies que compõem o gênero Oryctolaguse.
A mais conhecida aqui no Brasil é a tradicional Oryctolaguse Sylvilagus (o coelho americano), cujas principais particularidades talvez sejam as suas patas, orelhas e caudas bem menores do que os de outras espécies.
Os coelhos são naturalmente propensos à vida em campos abertos e em meio a uma imensa comunidade.
Eles costumam viver em tocas, são ágeis, solidários, especialistas em uma boa fuga (especialmente por caminhos subterrâneos), possuem entre 35 e 40 cm, entre outras características, que costumam fazê-los serem confundidos com as suas primas mais próximas: as curiosas lebres.
Os coelhos também possuem patas traseiras maiores do que as dianteiras, o que os fazem deslocar-se de forma inconfundível, com saltos bastante característicos, e que podem fazê-los atingir os inacreditáveis 100 km/h quando estão em fuga.
Estudos apontam que o termo “coelho” possui um significado que já atravessa milênios. Ele seria derivado do termo latino “cuniculus” (o que vive em túneis), e o seu gênero, “Oryctolaguse”, teria o significado de “O que tem muitos filhos”. Dessa forma, a espécie de onde se originaram todas as outras espécies representativas de coelhos seria, na verdade, a Oryctolaguse cuniculus.
E entre as principais espécies representativas existentes, estão:
1. Oryctolagus Cuniculus ou Coelho Europeu
O “coelho europeu” é, digamos, a espécie de onde as espécies representativas de coelhos se originaram. Vestígios apontam que a Península Ibérica foi o seu berço, de onde espalhou-se para o mundo.
De acordo com estudiosos, um olfato e audição, privilegiadíssimos, caracterizam os Oryctolagus cuniculus, que são capazes de perceber sons e odores totalmente inacessíveis ao homem.
Como é comum nesse gênero, os coelhos europeus são extremamente férteis. As fêmeas iniciam a sua fase reprodutiva já aos 5 meses e, a partir daí, produzem até 6 ninhadas por ano, para darem à luz (após 1 mês de gestação) a até 9 filhotes.
Cerca de 24 horas depois, acreditem!, as fêmeas já estão de novo aptas ao acasalamento, em um dos processos reprodutivos mais curiosos da natureza.
Eles são descendentes diretos dos resistentes “coelhos selvagens”, mas hoje são considerados animais domésticos e — não se sabe se isso é um mérito ou não — possuem uma das carnes mais apreciadas na natureza, e uma pele da mesma forma apreciadíssima como matéria-prima para inúmeros objetos artesanais.
2. Tapiti ou Coelho-do-Mato Brasileiro
O Sylvilagus brasiliensis, diferentemente do que o seu nome possa nos levar a crer, não é uma espécie originariamente brasileira. Na verdade, ele é um tipo de coelho selvagem, típico da América Central, especialmente de territórios como: México, Guatemala, Honduras, Nicarágua, Panamá, El Salvador; mas também alguns países da América do Sul, entre eles o Brasil.
O que tudo indica é que o seu nome, Tapiti, é uma simplificação do termo tupi tapii’ti (tá = pelo + pia = barriga + ti = branco), em uma clara alusão à sua característica de possuir pelos dessa cor em seu ventre.
O Tapiti é um típico representante dos animais de hábitos noturnos, solitário e afeito a uma vida subterrânea. Ele alimenta-se de ervas, folhas, flores, gramíneas, entre outras variedades tipicamente apreciadas por um animal herbívoro.
As fêmeas costumam produzir até 4 ninhadas por ano. O período de gestação gira em torno de 40 dias. E, ao final, dão à luz a não mais que 2 filhotes, sem pelos, medindo entre 25 e 40 cm e com peso entre 800g a 1,3kg.
3.Coelho-de-Amami ou Pentalagus
Outro das espécies representativas de coelhos, é o misterioso “pentalagus”. Ele também é conhecido como Coelho-de-amami, em uma referência à ilha de Amami que, juntamente com a ilha de Tokuno (ambas no Japão), é um dos berços dessa espécie.
O pentalagus é um animal herbívoro, com singularíssimos hábitos noturnos; apreciador de uma vida subterrânea, em tocas com até 3m, que ele mesmo cava; geralmente vive em comunidades formadas por pares de indivíduos e alimenta-se de ervas, gramíneas, sementes, folhas, flores, nozes, entre outras iguarias semelhantes.
O processo reprodutivo dessa espécie ainda é um mistério. Só o que se sabe é que a fêmea produz não mais do que duas ninhadas por ano, e a cada uma gera apenas 1 filhote. A partir daí, surgem as controvérsias acerca dos seus hábitos e características.
Talvez a principal curiosidade acerca do pentalagus seja o fato de que ele ainda é um coelho selvagem (a mesma espécie que viveu na terra nos seus primórdios). Por isso, ele pode ser considerado, de certa forma, uma espécie de avô de todos os leporídeos existentes.
4.Coelhos das Américas ou Oryctolaguse Sylvilagus
Essa é a espécie representativa de coelhos mais conhecida aqui no Brasil. São os cotton tails rabbits (coelhos de cauda de algodão); espécies que se deslocaram da América do Norte (EUA) e encontraram acolhida nas Américas Central e do Sul.
Eles possuem características próprias, como: caudas, orelhas e patas traseiras menores; agilidade na fuga de predadores; não possuem o hábito de cavar e esconderem-se em tocas; são bem menores do que outras espécies; além de serem bastante comuns nos arredores de pântanos, brejos e mangues da América do Norte.
Uma curiosidade é que, no Brasil, o Sylvilagus brasiliensis costuma ser confundido com as lebres, apesar de possuir características que os diferenciam bastante, como o ato de esconder-se ao invés de fugir de um perigo (como as lebres), dar preferência às tocas subterrâneas (ao invés dos campos abertos), um tamanho entre 35 e 40 cm (contra os 40 ou 60 das lebres), uma coloração meio amarelo-pardacento, hábitos noturnos, a preferência por vegetais, entre outras peculiaridades.
5.Coelho Pigmeu (Brachylagus).
Por fim, uma espécie representativa de coelhos típica dos EUA, também conhecido como “coelho-anão”, pelo simples fato de ser a menor espécie entre os leporídeos.
Os seus hábitos são diurnos e típicos de um animal herbívoro, que não dispensa uma boa refeição à base de gramíneas, flores, ervas, sementes, caules, raízes, entre outras variedades semelhantes.
Eles dificilmente ultrapassam o peso de 1kg quando adultos (daí o seu apelido), costumam viver entre 6 e 9 anos e as fêmeas produzem entre 4 e 6 ninhadas por ano, para darem à luz entre 4 e 12 filhotes.
Curiosamente, essa espécie associa alguns hábitos de várias espécies diferentes, e talvez o que mais salte aos olhos seja o fato de sentirem-se à vontade, tanto em buracos e tocas como em florestas e campos abertos.
A má notícia é que os coelhos-pigmeus estão entre as milhares de espécies em extinção no mundo.
E, segundo a Fish and Wildlife Service, órgão americano para a proteção de animais selvagens norte-americanos, o problema é que a espécie, inexplicavelmente, não se reproduz mais adequadamente. E o fato de ainda pertencerem às espécies ainda selvagens dificulta, ainda mais, a sua preservação.
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