Se você for um fã apto para grandes mergulhos, não pode deixar de conhecer os paradisíacos pontos de mergulho em Tubatahha, nas Filipinas ou o famoso mar de corais ao longo da costa Queensland, na Austrália. Ninguém ficaria apático a tanta beleza nesse universo de vida marinha com toda a sua riqueza e cobras… Cobras? Sim, cobras e as mais venenosas do mundo! Pois é, quem achou que esse título pertencia a mamba negra errou, pelo visto. Como assim? Bom, primeiro vamos conhecer as tais de quem estamos falando nessa excursão.
A Cobra do Mar
Hydrophis belcheri, popularmente conhecida como a cobra do mar ou a cobra do mar de Belcher, é uma espécie venenosa de uma cobra-do-mar. Tem um temperamento brando e seria preciso que fosse submetida a provocações extremas ou maus tratos severos para desferir picadas em defesa. Quando acontece de tentarem morder, e mesmo assim muito raramente age de tal maneira, são pescadores que manuseiam redes, embora apenas um quarto desses mordidos sejam envenenados, já que a cobra raramente injeta muito de seu veneno. Por causa disso, e sua natureza dócil, geralmente não é considerado muito perigoso.
A serpente do mar de Belcher foi erroneamente considerada como a serpente mais venenosa do mundo mas na verdade ocupa o segundo lugar dessa classificação. É uma serpente de tamanho moderado, variando de cinquenta centímetros a um metro em comprimento adulto. Seu corpo magro é geralmente de cor amarelada de cromo com cruzetas esverdeadas escuras. A cabeça é curta e tem bandas da mesma cor. Sua boca é muito pequena, mas adequada para a vida aquática. Seu corpo quando visto fora da água parece ter uma cor amarela fraca. Suas escalas são diferentes da maioria das outras cobras, pois se sobrepõem umas às outras.
Tem uma cauda parecida com uma pá que a torna uma nadadora experiente, e raramente vai para terra. Come peixe e marisco. Respira ar e tem válvulas sobre as narinas que se fecham debaixo d’água. Ele pode prender a respiração por 7 a 8 horas enquanto caça e até mesmo dorme, mas então precisa emergir para respirar rapidamente. É geralmente dócil e não agressivo.
A cobra do mar vive principalmente nas regiões das Filipinas, Nova Guiné e Golfo da Tailândia. Também podem ser vistas no norte e noroeste da Austrália e nas Ilhas Salomão. É assídua frequentadora do recife ashmore no Mar de Timor, ao noroeste da Austrália. Também na Nova Caledônia.
A Cobra do Mar Dubois
Aipysurus duboisii, também é conhecida como cobra marinha do recife. Essa sim a serpente mais venenosa do mar. Sua faixa geográfica inclui Papua Nova Guiné , Nova Caledônia e as áreas costeiras do norte, leste e oeste da Austrália, que é o Mar de Coral, Mar de Arafura, Mar de Timor e Oceano Índico. Elas vivem em profundidades de até 80 metros em recifes de coral arenosos e argilosos sedimentados que contêm algas, invertebrados e corais ou esponjas que podem servir de abrigo.
Essas cobras se alimentam de moreias e vários peixes que vivem no fundo do mar, com até 110 cm de diâmetro. Eles são vivíparos, dando à luz a viver jovens em vez de colocar ovos. Elas têm agressividade média, ou seja, mordem se provocados, mas não espontaneamente. As presas têm 1,8 mm de comprimento, que são relativamente curtas para uma cobra. É uma espécie crepuscular, o que significa que eles são mais ativos ao amanhecer e ao anoitecer.
Os adultos de cobra do mar Dubois crescem até 148 cm de comprimento total incluindo a cauda. A cabeça é ligeiramente mais larga que o pescoço e as escamas dorsais geralmente são lisas, mas às vezes têm uma pequena quilha ou pequenos botões. Indivíduos variam significativamente em cor e seus padrões corporais. A cauda é relativamente longa; o queixo e a garganta têm uma cor mais clara que o resto do corpo.
O Potencial do Veneno
Para que o veneno de uma cobra seja considerado um perigo em potencial, o resultado final tem que indicar a chamada dose letal mediana (LD). Esse veneno tem de ser capaz de matar no mínimo metade dos membros de uma população testada após uma duração de teste específico. São quatro os métodos usados para classificar a potencialidade letal do veneno: intravenoso (veneno é injetado diretamente em uma veia), subcutâneo (o veneno é injetado na camada gordurosa abaixo da pele), intramuscular (o veneno é injetado em um músculo) e intraperitonial (o veneno é injetado na cavidade abdominal).
Em termos leigos, os diferentes tipos de animais serão submetidos a cada um destes métodos e a partir daí se avaliará as consequências do veneno como tempo de ação, reações que causa, e clímax de envenenamento. Cada valor de dose administrada oferecerá o resultado que determinará qual espécie tem um veneno potencialmente letal e em que meios ou proporções isso ocorreria.
Com base nestes testes a cobra do mar dubois ou aipysurus duboisii tem o veneno mais mortal da espécie marinha e o terceiro mais mortal de todas as espécies de cobras do planeta. Entre as marinhas a segunda com veneno mais mortal está a serpente do mar de Belcher ou hydrophis belcheri.
A Picada da Cobra Marinha
Porém, é válido tranquilizar o nosso leitor que tiver a intenção de mergulhar no território dessas serpentes. Primeiro porque a serpente do mar de Belcher é considerada uma espécie mansinha. É comum registros de mergulhadores nadando bem perto delas sem que as serpentes ofereçam qualquer tipo de ameaça. São consideradas dóceis e mesmo em situações adversas como presas nas redes de pescadores, por exemplo, se deixam segurar pelas mãos humanas pra soltá-las sem demonstrar significativas reações de ataques para se defender.
Outro detalhe válido é que, se por acaso, uma dessas vir a picar um ser humano, dificilmente injetarão carga de veneno suficiente para matá-lo. As presas dessas serpentes são menores se comparadas as terrestres e não inoculam doses tão altas. Geralmente seu ataque com veneno são para paralisar presas bem pequenas e as presas, portanto, são adaptadas para esse fim. Por serem pequenas, é improvável até que possam perfurar o tecido de revestimento das roupas de mergulho.
Não encare isso como razão que lhe dê o direito de importunar as espécies em seu habitat natural. Mas sim como uma boa oportunidade de apreciá-las em sua casa sem invadir a privacidade delas, apreciando sua beleza e todas as outras que essa paraíso marítimo pode proporcionar.