O Brasil é um território rico em rios e zonas litorâneas. A presença de cobras marinhas ainda não está totalmente certificada. No entanto, as cobras aquáticas brasileiras são bem conhecidas, tanto nacionalmente, quanto internacionalmente.
Para coletar um exemplo disso, é só lançar a pergunta: quem aqui nunca assistiu ao filme Anaconda? Esse filme ficou famoso por mostrar gringos sendo atacados pela Sucuri em território amazônico. As gravações foram realizadas no Brasil e no Peru.
Ou quem nunca ouviu relatos sobre ataque de cobras próximo a rios? Relatos que vem principalmente do povo ribeirinho. A lenda da cobra grande, inclusive, teria derivado de histórias sobre a própria cobra Sucuri (ou Anaconda).
Pois bem, caro leitor, hoje você vai conhecer um pouco mais sobre essas cobras aquáticas brasileiras, seus hábitos, suas características e algumas curiosidades.
Venha conosco e boa leitura!
Principais Características das Cobras Aquáticas Brasileiras
As cobras aquáticas são conhecidas por esse termo por habitarem territórios próximos a rios, e passarem boa parte do tempo submersas, rastejando na profundidade dos rios. Algumas espécies de cobras aquáticas brasileiras também estão presentes em zonas marinhas.
Para nadar, elas aproveitam a tensão superficial da água, de modo a deslizar através dela. São capazes de erguer entre ¼ a 1/3 da sua superfície corporal para fora da água.
Quando uma cobra aquática está nadando, dificilmente poderá atacar, isso ocorre porque a maioria das cobras (terrestres e aquáticas) precisam de uma superfície sólida na qual possam se apoiar. O risco de ataque é mais frequente quando elas estão rastejando no fundo dos rios, e são, descuidadamente, pisadas por banhistas.
Principais Espécies de Cobras Aquáticas Brasileiras
Sucuri
A cobra Sucuri é a famosa Anaconda. Também recebe outras terminologias de origem indígena, como cobra Arigbóia, Boiaçu, Boiçu, Viborões, Boiguaçu, Boiatipóias, Sucurijós, entre outras.
A família das cobras sucuris é a família Boidae, que também abrange as cobras jiboias. De modo geral, as cobras sucuris não são muito ágeis em ambientes terrestres, porém no meio aquático movem-se com mais rapidez e podem ficar até 30 minutos sem respirar.
As sucuris são cobras ovíparas e podem parir até 50 filhotes de uma única vez. Ao nascerem, os filhotes tem, em média, 60 centímetros de comprimento. A gestação dessa cobra dura 8 meses. A expectativa de vida das sucuris estende-se a 30 anos, sendo que aos 6 anos elas atingem a maturidade sexual.
Utilizam como estratégia de caça a espreita e o bote. Surpreendentemente, não são ofídios venenosos, mas desferem uma mordida forte o suficiente para atordoar a vítima, enquanto a envolvem com a sua musculatura. Frequentemente a morte da presa ocorre por constrição e afogamento.
A alimentação das sucuris é composta basicamente por vertebrados, dentre eles o roedores, lagartos, peixes, rãs, aves e jacarés.
A fêmea é bem maior do que o macho, e após a cópula, pode digerir o macho.
A pele da Sucuri é muito valiosa no mercado internacional, contribuindo para que esta espécie seja constantemente ameaçada de extinção pelo homem. Apesar da imagem repassada no filme “Anaconda”, cobras sucuris não tem o hábito de atacar seres humanos.
Em termos de comprimento, ela não é a maior cobra do mundo. A liderança fica a cargo da cobra Píton reticulada encontrada no sudeste asiático. A Ananconda atinge o máximo de 6 metros de comprimento, e a Píton 11 metros. Porém, a largura da Anaconda é maior.
Espécies de Cobras Sucuris
As cobras sucuris pertencem ao gênero Eunectes, o qual é característico da América Latina e engloba 4 espécies, são elas a Eunectes notaeus, Eunectes murinus, Eunectes deschauensis e a Eunectes beniensis.
Dessas 4 espécies, a única que não é encontrada no Brasil é a Eunectes beniensis, a qual é característica da Bolívia. A sucuri mais popular por aqui é a Eunectes murinus (conhecido como Sucuri-verde), encontrada no Cerrado e na Amazônia, ela pode atingir até 5 metros de comprimento.
A Eunectes notaeus é a Sucuri-amarela, muito comuns em regiões de cerrado. Em nosso estado do Pará, no arquipélago do Marajó, é encontrada a Eunectes deschauenseei, também conhecida como Sucuri-malhada.
A Eunectes murinus tem uma coloração variante de verde-oliva a preto, manchas escuras em pares ao logo do dorso, e o ventre amarelado. Esta coloração auxilia bastante durante a camuflagem.
A Eunectes notaeus tem tons amarelados e coloridos ao longo do corpo. Algumas manchas pretas na cauda, que atravessam o dorso.
Helicops Angulatus
Essa cobra também é conhecida pelo nome de Cobra d’água. É encontrada tanto em ambientes de água doce, quanto de água salobra. No Brasil, ela também pode ser encontrada em zonas litorâneas, por isso recebe a denominação “Cobra d’água do litoral”. Pertence à ordem Squamata e família Colubridae.
Esse ofídio é típico de países tropicais, por isso é encontrado na América Latina e nos países caribenhos de Trinidad e Tobago. É uma cobra pequena, tendo, em média, 70 cm de comprimento. Sua alimentação é através de peixes pequenos, enguias e rãs.
Suas características anatômicas incluem olhos pequenos, direcionados para cima; pupila redonda e ligeiramente semielíptica, escama internasal pequena e simples. A coloração do seu dorso varia entre verde-oliva e castanho-amarronzado. Apresenta manchas em tons de marrom no dorso, e de cor preta ventro-lateralmente e na parte de trás da cabeça. O ventre pode apresentação tonalidade amarelada, com algumas manchas marrons.
Os olhos direcionados para cima permitem que esta cobra fique na linha na linha d’água, parcialmente emersa, percebendo a movimentação ao seu redor. As escamas desse ofídio são bem ásperas, o que denomina-se escamas carenadas, ou seja, formada por quilhas.
Mas será que a Helicops angulatus é uma cobra venenosa?
Não, ela não se enquadra nessa característica. Inclusive, não tem fosseta loreal entre o olho e a narina.
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Até as próximas leituras!
REFERÊNCIAS
ALBUQUERQUE, S. Conhecendo a cobra d’água- Helicops. Disponível em : < https://www.youtube.com/watch?v=cN0bmhaXdnc>;
CRUZ, C. O. Infoescola. Sucuri. Disponível em: < https://www.infoescola.com/ repteis/sucuri/>;
IBAMA. 2011. Disponível em: <https://detvsites- ibama.webnode.com.br/products /sucuri-/> ;
Helicops angulatus. Culebras de agua anguladas. Disponível em: < https://bio web.bio/faunaweb/reptiliaweb/FichaEspecie/Helicops%20angulatus>;
UETZ, P; FRED, P. & Jirí Hošek (eds.). 2016. The Reptile Database. Disponível em: <https://www.reptile-database.org/>.