A coral é uma cobra vermelha e extremamente venenosa. Na verdade é uma das espécies mais letais entre as existentes no Brasil.
Ela caracteriza-se por ser extremamente venenosa (mesmo quando ainda são filhotes) e morder ao invés de picar indivíduos que, por um descuido qualquer, estejam próximos do seu raio de alcance.
Ela é a famigerada Micrurus corallinus, uma das mais de 30 espécies do gênero Micrurus e uma das mais de 300 que compõem a família Elapidae.
A Micrurus corallinus é bastante conhecida pela sua inconfundível tonalidade vermelha, composta por anéis pretos e brancos (às vezes amarelos) e pelo seu tamanho mediano, que dificilmente ultrapassa os 70cm de comprimento.
Uma curiosidade sobre as corais verdadeiras, é que, apesar de serem peçonhentas, elas não possuem as tradicionais “fossetas loreais”, típicas das espécies venenosas. E uma cabeça ovalada, pupilas pequenas e escuras, anéis com cores vivas (e que variam de acordo com a região onde predominam), entre outras características, dão o tom de originalidade dessa espécie.
Algo que também, para muitos, representa uma grata surpresa, é o fato de que as corais não são animais agressivos — na verdade os acidentes com esse tipo de espécie não ultrapassam os 0,5%.
Elas precisam ser importunadas para atacar um indivíduo, pois o que elas preferem mesmo é seguir a sua rotina típica de um animal diurno, habituado a viver em meio a arbustos e folhas, sempre à espreita de alguma presa que lhe garanta a sobrevivência diária.
Algumas outras características também ajudam a torná-las ainda mais singulares. Por exemplo: uma dentição opistóglifa (com dentes peçonhentos apenas na região posterior da parte superior da sua arcada dentária), olhos pequenos e bastante ameaçadores, pupilas verticais e em forma de elipse.
Além de uma estrutura física relativamente avantajada (para as suas incursões no subsolo), corpo cilíndrico e escamoso, cauda curta, entre outras características.
Para completar, as corais são espécies ovíparas. Elas conseguem pôr entre 4 e 16 ovos em uma única ninhada. E eles geralmente são incubados por 3 meses, para gerarem filhotes que, surpreendentemente, já nascem peçonhentos.
A Família Elapidae
As cobras corais vermelhas são espécies venenosas típicas do continente americano. No entanto, elas pertencem à imensa família Elapidae, uma comunidade típica dos trópicos, e que pode ser encontrada nos continentes australiano, asiático, africano e americano (Norte, Central e Sul), com as mais diversas cores e características biológicas.
É possível encontrar na natureza desde espécies com não mais do que 20cm até “flagelos da natureza” com inacreditáveis 5,7m de comprimento. Além disso, geralmente apresentam dentes inoculadores de veneno e agressividade em circunstâncias específicas.
Em alguns países elas costumam ser facilmente confundidas com algumas espécies de colubridae, pois, assim como estas, possuem um corpo esguio e comprido, cabeça quase sempre proporcional ao restante do corpo, umas espécies de escamas no topo da cabeça (e lisas em toda a extensão do corpo), entre outras características.
Na verdade, em muitas regiões, a sua coloração avermelhada nem sempre é sinônimo de uma cobra venenosa. Pois existem as chamadas “corais-falsas”— uma espécie que, curiosamente, utiliza-se de uma coloração semelhante a das corais-verdadeiras com o único objetivo de impor mais respeito e manter alguns predadores a uma distância bastante confortável.
No entanto, devido às suas semelhanças, o que se recomenda é que, sempre que por os olhos em um desses serezinhos com coloração vermelha e singulares anéis pretos e brancos, mantenham-se precavidos, pois não há como saber, à primeira vista, se se trata de uma espécie peçonhenta ou não.
Lembrando que as corais verdadeiras fazem parte de uma família que possui membros ilustres, como as temidas “taipans-do-interior”, a “mamba-negra”, a devastadora “cobra-real”, entre outras perfeitas representantes do que existe de pior em potencial de agressividade na natureza.
E a principal arma dessas feras é uma potente neurotoxina que pode desdobrar-se em miotoxinas, cardiotoxinas e citotoxinas, capazes de matar um indivíduo adulto em questão de horas, caso não seja socorrido a tempo.
Uma Cobra de Cor Vermelha e Extremamente Venenosa
O conhecimento sobre as características da cobra coral é, sem dúvida, a melhor forma de defender-se de um possível ataque.
É importante saber, por exemplo, que elas não costumam atacar através de um bote, como fazem espécies como a mamba-negra e a taipan-do-interior. A sua característica é a de atacar apenas quando o intruso aproxima-se demais do seu espaço.
Dessa forma, o recomendado é que, no caso de avistar alguma dessas espécies, evite ao máximo os movimentos bruscos, e opte sempre por manter-se imóvel até que ela siga o seu caminho. Caso contrário, o resultado será uma mordida daquelas difíceis de esquecer.
E o pior: essa mordida deverá ser seguida da inoculação de uma poderosa neurotoxina, cujos sintomas imediatos podem ser uma sensação de visão turva, tonturas, náuseas, pálpebras caídas, entre outros sintomas típicos de uma substância capaz de interferir quase que imediatamente na troca de impulsos sinápticos no cérebro.
E para evitar tais transtornos, só mesmo a administração o mais rapidamente possível de um antídoto (geralmente o “antielapídico”). Somente ele será capaz de interromper os sintomas, além de evitar a evolução para outras manifestações que podem levar à morte em questão de horas.
Um Vermelho Vivo Disfarça o Veneno da Cobra Coral
Um dos efeitos mais característicos do acidente elapídico, é um quadro inicial grave de paralisia muscular. Isso ocorre devido à ação de uma poderosa neurotoxina capaz de comprometer as sinapses ou troca de informações entre os neurônios do cérebro humano.
Essas trocas de informações dependem, entre outras coisas, da liberação da substância acetilcolina. No entanto, esta é interrompida apenas algumas horas após a inoculação do veneno pela Micrurus corallinus.
Como forma de interromper esse processo, estudos comprovaram a eficácia das chamadas “substâncias anticolinesterásticas”.
De acordo com pesquisadores, a substância é capaz de estender a ação de determinados neurotransmissores, o que permite que eles ajam positivamente como auxiliares na regularização das trocas de informações entre os neurônios, comprometidas pela ação do veneno.
Esse tipo de transtorno exige uma ação rápida de neutralização, entre outros motivos, pela facilidade com que essas neurotoxinas têm de serem absorvidas rapidamente pelo organismo humano.
Em todo o caso, o que os especialistas não cansam de recomendar mesmo é a prevenção. Práticas como: utilizar luvas, botas feitas com material resistente, evitar a intromissão desnecessária em seus habitats e, no caso das corais, jamais tentar adivinhar se são falsas ou verdadeiras, ainda são considerados os melhores remédios contra as terríveis consequências do veneno de uma cobra coral.
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