Existem, no total, 10 subespécies de jiboias no mundo, e 2 delas estão aqui no Brasil. Entre essas subespécies, está a jiboia do cerrado, que vamos falar mais dela a seguir.
Algumas Características Básicas Dessa Cobra
Uma das peculiaridades da jiboia do cerrado (cujo nome científico é Boa constrictor amarali) é que, por conta do habitat onde vive, ela terá uma coloração mais acastanhada, misturada com tonalidades marrons, já que isso permite uma melhor camuflagem na vegetação típica do Cerrado.
Assim como quase todas as cobras existentes, especialmente, as de grande porte, esta aqui fica entocada boa parte do tempo, só saindo pra ase alimentar 1 vez a cada semana ou a cada 2 semanas. Por se tratar de um animal de sangue frio (ectotérmicos), essa subespécie de jiboia é totalmente dependente de temperaturas externas, e é quando, às vezes, precisam do calor sol, por exemplo, pra poderem se aquecer.
Mesmo tendo uma coloração predominantemente acastanhada e amarronzada, a cauda dessas cobras pode conter algumas partes avermelhadas. Em se tratando de jiboisas, a do cerrado não está entre as maiores, podendo chegar a 2,5 m de comprimento no máximo.
E, mesmo que não pareça, essas cobras são excelentes nadadoras, sendo até mais ágeis do que quando estão em terra firme. Porém, a visão delas não é muito boa, além de serem completamente surdas, e é por isso que dependem bastante da sua língua bifurcada para “sentir os cheiros” do ambiente que estão à sua volta.
Outra característica importante dessa jiboia é que ela, assim como outras cobras de grande porte, possuem uma dentição ágrifa, sem presas de peçonha, o que significa que não são cobras venenosas. Ela mata suas presas, portanto, por constrição, que consiste em abraçar suas vítimas, até que fiquem sufocadas. Isso só é possível porque a musculatura desses animais é realmente bastante forte.
Mais Peculiaridades a Respeito Desse Animal
Assim como a outra subespécie de jiboia existe no Brasil (a amazônica), esta aqui possui hábitos noturnos na maior parte das vezes, que é o período do dia em que sai para caçar (quando, de fato, está com fome, evidentemente).
Também se trata de um animal vivíparo, [á que ao final da gestação, o embrião recebe os nutrientes necessários do sangue de sua mãe, apesar de que alguns especialistas ignoram isso, considerando a jiboia um ser ovovivíparo. Por sinal, a gestação pode durar cerca de 6 meses, com a fêmea dando a luz de 12 a 64 filhotes por ninhada.
E, apesar do tamanho, a jiboia do cerrado não consegue se alimentar de animais de grande porte, só conseguindo mesmo comer aves e mamíferos pequenos. Em cativeiro, a alimentação usual dessa cobra são pequenos roedores. A digestão, por sua vez, é lenta, podendo durar quase 1 semana.
Criação da Jiboia do Cerrado Como Animal de Estimação
É interessante notar que a jiboia (especialmente a do cerrado), é o único réptil no Brasil que tem a sua venda para criação legalizada, podendo ser encontrada em criadores devidamente cadastrados, que vendem esses animais como sendo de estimação.
Importante frisar que a venda desse animal precisa ser feita realmente de maneira legal, com nota fiscal e tudo, pois, caso contrário, o comércio dele será considerado tráfico, e tanto a pessoa que vendeu, quanto a que comprou serão penalizadas por isso.
Muitos criadores de pets, por sinal, preferem essas cobras a aves ou mamíferos, visto a criação desse réptil é mais prática e demanda menos esforço. Afinal, esse cobra pode se alimentar 1 vez por semana, ou até mais, que será o suficiente pra ela, enquanto que aves e mamíferos em geral precisam de cuidados diários.
O melhor de tudo que essa jiboia, raramente, é propensa a passar alguma doença para os seres humanos. Isso porque a linha evolutiva que separa os répteis das pessoas é muito grande, e, por isso, doenças que acometem um, geralmente não vão acometer outro.
Destaque-se, no entanto, que, como todo animal de estimação que se preze, a jiboia do cerrado precisa ser acompanhada por um veterinário especializado, que irá verificar se a saúde do animal está em dia.
Há casos também em que pessoas foram mordidas no manuseio desse animal, mas como a jiboia não é venenosa, e os dentes dela se quebram com certa facilidade. Portanto, geralmente, o problema de uma mordida dela é como se fosse uma farpa de madeira enfiada na pele. Ou seja, basta remover o pedaço do dente, pois, provavelmente, ele não causará nenhum dano sério. Em alguns caso, porém, a mordida é forte, e pode infeccionar, por isso, ao manusear esse animal, especialmente, na hora da alimentação, requer muito cuidado.
Ameaça no Tráfico de Animais
A jiboias do cerrado (e as jiboias de uma maneira geral) são seres bastante caçados em seus habitats naturais, especialmente por traficantes, já que têm um valor alto como animal de estimação. Sem contar ainda que a sua pele pode ser usada como matéria-prima para a confecção de artesanatos de couro.
Pra se ter uma ideia, uma jiboia dessas nascida em cativeiro pode custar até 6 mil reais, às vezes, podendo custar mais a depender de sua coloração. Por existirem leis que limitam a criação desses animais em cativeiro, existe um mercado clandestino muito forte, o que acaba por ameaçar a existência dessas jiboias em seu habitat.
E, claro, ainda existe o problema relacionado à degradação do meio ambiente onde esses animais vivem, o que tem contribui para a diminuição desses espécimes na natureza, além de forçarem essas jiboias a invadirem centros urbanos.
Curiosidades a Respeito da Jiboia do Cerrado
Assim como acontece com serpentes de grande porte, quando essa jiboia se sente ameaçada de alguma forma, mas ainda não terminou a sua digestão (que, como vimos, pode demorar dias), ela simplesmente regurgita seu alimento, pois acaba ficando mais leve, e assim consegue fugir com mais rapidez.
A jiboia ganhou fama de animal peçonhento por conta do formato triangular de sua cabeça, já que esse era o parâmetro antigo para determinar se uma cobra era ou não venenosa. Felizmente, hoje já sabemos que essa serpente está longe de oferecer alguma grande perigo às pessoas.