O nome científico da cobra da morte é Acanthophis antarcticus, um verdadeiro flagelo da natureza que, como uma das serpentes mais terríveis do planeta, não oferece a menor chance às suas presas — em geral, mamíferos, pequenos roedores, aves, entre outros animais de pequeno porte.
Ela é uma espécie típica do continente australiano, especificamente das belas e cinematográficas planícies temperadas da Austrália que, juntamente com os seus bosques, pastos, campos, floresta esclerófila, charnecas, florestas densas e vários outros tipos de vegetações, compõem uma das paisagens mais inspiradoras do planeta.
A temida Acanthophis antarcticus, de tão terrível, está sempre presente em todas as listas com as 10 serpentes mais peçonhentas que existem — isso porque o seu veneno é considerado uma das armas mais letais da natureza, capaz de paralisar, em questão de horas, todos os grupos musculares de um indivíduo e, na falta de um socorro imediato, matá-lo em um período entre 4 e 6 horas.
O seu comprimento (que dificilmente ultrapassa os 60cm), um corpo de certa forma robusto e umas escamas na parte de cima da cabeça (triangular) são características que a tornam um animal extremamente singular e original.
No entanto, aqueles que se deparam com ela não costumam impressionar-se o suficiente com a sua aparência, e nem mesmo imaginam que estão diante de uma verdadeira “máquina de matar”.
Se não bastasse tanta agressividade, a Ancathophis ainda possui um excelente cartão de visitas: duas longas presas na parte anterior da sua boca, capazes de inocular uma dose considerável de veneno.
Na verdade, uma poderosa toxina suficiente para neutralizar em questão de minutos os inúmeros marsupiais australianos, as aves típicas da região, além de lagartos, pequenos mamíferos, e quem quer que, por uma infelicidade do destino, ouse cruzar o seu caminho.
O nome científico Acanthophis antarcticus, da cobra da morte, vem do grego: acanthos (espinha) e ophis (cobra), uma referência à característica espinha dorsal que percorre todo seu corpo.
Fisicamente, é possível reconhecê-la pelas suas cores preta, marrom, amarelo-pardacento, cinza, e algumas até com tons avermelhados em algumas regiões do planeta.
Elas são animais vivíparos (geram filhotes em seu ventre), e entram em fase reprodutiva aos 3 anos de idade, quando as fêmeas (um pouco maiores do que os machos) já estão em condições de gerar cerca de 20 filhotes a cada ninhada.
O Nome Científico da Cobra da Morte
O nome científico da cobra da morte foi dado pelo cientista e herpetólogo britânico Arthur Loveridge (28 de maio de 1891 a 16 de fevereiro de 1980).
Em suas viagens pela África Oriental, ele estudou inúmeras espécies, e o resultado foi a publicação de obras como: Notas sobre Aves da África Oriental, Revisão das Serpentes Africanas do Gênero Dromophis e Psammophis, Novos Répteis do Território Tanganica, entre outros trabalhos.
Nessas obras, ele descreve as suas principais características e, de quebra, ainda dá-lhes os seus respectivos nomes científicos.
Loveridge nasceu na cidade de Penarth, no Vale de Glamorgan, País de Gales, e desde a infância já demonstrava uma espécie de inclinação pela História Natural, dado o seu gosto por animais exóticos, livros de história, entre outras distrações que não deixavam dúvidas sobre a sua vocação.
Mas foi só aos 23 anos que o jovem aspirante a biólogo teria a oportunidade de exercitar um pouco mais as suas aptidões.
E foi a partir de estágios no Museu Nacional de Gales, e posteriormente no Museu de Manchester, que ele conseguiu tornar-se o curador do atual Museu Nacional do Quênia e, finalmente, influenciar, diretamente, na formação do patrimônio da casa, inclusive, nas coleções que compunham o seu acervo.
Quando a partir de 1924 tornou-se o curador das seções de répteis do Museu de Zoologia Comparada das Universidades de Harvard, Massachusetts e Cambridge, Loveridge viu uma oportunidade única de, à frente de uma importante equipe de pesquisa, realizar várias incursões, especialmente em regiões da Tanzânia e Nova Guiné.
Com base nos resultados dessas incursões, ele pôde conceder os nomes científicos para espécies como as cobras da morte, por exemplo, além de elaborar importantes artigos e teses científicas sobre várias espécies nativas da África Oriental.
Artur Loveridge faleceu em 1980, na ilha de Santa Helena, então colônia inglesa, em pleno Atlântico Sul. Ele deixou uma obra valiosíssima, composta também por alguns livros e esboços publicados em várias revistas espalhadas pela Inglaterra e por outras parte do mundo.
O Seu Nome Científico não Diz Tudo Sobre a Cobra da Morte
A temível cobra da morte possui uma estratégia de caça que impõe bastante respeito. Ela não perde tempo com uma busca incansável, e às vezes infrutífera, por presas que, muitas vezes, ganham dela em velocidade e percepção.
Nada disso! A sua técnica consiste em simplesmente esperar, pacientemente, incansavelmente, às vezes por até dias seguidos, até que uma refeição, distraidamente, cruze o seu caminho, e sele, definitivamente, o seu destino.
O próximo passo será um bote extremamente agressivo e objetivo, ao qual a presa, por mais que tente debater-se, não poderá oferecer qualquer resistência.
Ela simplesmente ficará ali, paralisada sob o poderoso efeito da toxina, que rapidamente penetra na sua corrente sanguínea e compromete, drasticamente, as trocas de informações cerebrais.
Tal é o poder dessa neurotoxina, que a Acantophis antarcticus sequer precisa despender algum tipo de esforço para conter a sua presa. Ela só precisa mesmo esperar que o veneno paralise a vítima que, logo logo, estará pronta para servir-lhe como uma saborosa refeição.
Curiosidades Sobre Essa Espécie
Há uma lenda que diz que as habilidades de animais como a cobra da morte foram constantemente perseguidas e desejadas pelos principais mestres de artes marciais de todos os tempos.
Isso porque, de acordo com alguns estudos sobre as suas características, a Acanthophis possui o bote mais rápido dentre todas as serpentes registradas até hoje.
O que os cientistas concluíram é que ela pode, em um espaço de tempo menor que 1 segundo, sair da sua posição enrolada e escondida sob as folhagens até o corpo de uma presa que esteja a até 2m de distância dela.
Outro fato que também chama bastante a atenção dos pesquisadores, é a incrível capacidade da cobra da morte de simplesmente captar as vibrações do solo, como uma forma de notar, discretamente, a presença de um intruso.
Por causa dessa sua habilidade, em algumas regiões da Austrália ela é oportunamente conhecida como “a víbora surda”, pois, diferentemente do que seria de se esperar, ela não foge imediatamente da presença de seres humanos.
Ao que tudo indica, ela nem é surpreendida, pois consegue perceber uma aproximação a vários metros de distância.
Enfim, uma verdadeira representante da astúcia, perspicácia, paciência e artimanha presentes na natureza. E, sem dúvida, o nome científico da cobra da morte não é capaz de nos dar uma ideia — como o seu apelido faz tão bem— do potencial de agressividade dessa força da natureza.
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