Como um resumo do ciclo de vida dos crustáceos, podemos dizer que ele pode partir de um desenvolvimento direto (avançam com as mesmas características desde a sua vida dentro dos ovos) e indireto (em que nascem como larvas e vão mudando completamente as suas aparências).
Esse é o caso, por exemplo, da assustadora “lagosta norte-americana” – a Homarus americanus – , uma extravagância com quase 60cm de comprimento e mais de 20 quilos, cujo desenvolvimento parte de um estágio larval, no qual essas larvas serão curiosamente gestadas em ovos durante mais de 1 ano após a fecundação.
Já o Krill, com os seus discretíssimos 1 ou 2cm de comprimento, desenvolvem-se da mesma forma a partir de ovos que eclodem e dão origem a larvas.
Só que aqui temos um exemplo clássico de um ciclo de vida indireto, já que essa larva de um Krill deverá passar por diversos estágios, com conformações totalmente diferentes (entre o “náuplio” e o “furcilia”) – como se até fora outra espécie em cada uma delas – , até adquirir o seu conhecido aspecto.
Tal complexidade, que pode ser notada nesse modesto resumo do ciclo de vida dos crustáceos é, sem dúvida, uma das razões para que essas espécies tenham se tornado os “reis dos mares e oceanos” – as espécies mais abundantes –, representando nada mais nada menos do que 20% (ou 1/5) de toda a vida aquática do planeta.
São espécies formidáveis, com características de complexidade que até hoje representam um desafio para a ciência.
Basta lembrar que as mais recentes investigações científicas apontam a existência dos crustáceos no distante período conhecido como o “Cambriano” (entre 542 e 489 milhões de anos).
Por isso eles são simplesmente os primeiros animais a povoarem a terra! Foram os primeiros a aventurarem-se por esse ambiente estranho e hostil separado das águas! Um ambiente que exigia de quem quer que ousasse cruzar a sua fronteira uma certa complexidade em sua estrutura – o suficiente para assegurar-lhes a vida nas melhores condições possíveis.
O Ciclo de Vida dos Crustáceos: Resumo
Dentro dessa imensa comunidade dos artrópodes – que conta com nada mais nada menos do que cerca de 1 milhão de espécies – , os crustáceos são considerados os seus representantes marinhos por excelência!, com uma estimativa de que exista entre 40 e 45 mil espécies, entre algumas variedades terrestres, de água doce e do ambiente salgado dos mares e oceanos (a maioria absoluta).
Esses são animais que, em sua maioria, alimentam-se pelo método da filtragem da água, de onde retiram todos os nutrientes de que precisam para sobreviver.
Desde os discretos e frágeis zooplânctons, passando por algumas comunidades de siris, camarões e krills, até o monumental “caranguejo-gigante-japonês”, todos eles de alguma forma desempenham um papel fundamental na natureza. Seja pelo fato de serem a base da alimentação marinha, ou, em alguns casos, por terem sido a base da alimentação de inúmeras civilizações ao longo da história.
Como resumimos até aqui, o ciclo de vida dos crustáceos contempla, basicamente, um estágio ovíparo, larval e adulto.
A sua constituição sexual envolve os dois sexos distintos, com a presença de apêndices reprodutores bastante eficientes, cada qual com os seus respectivos espermatóforos e ovários, que liberam e recebem os espermatozoides, respectivamente.
Quanto ao dimorfismo sexual, o que podemos dizer é que, nos crustáceos, ele apresenta-se da mesma forma complexo, com espécies que não apresentam qualquer diferença de tamanho entre machos e fêmeas.
Como no caso, por exemplo, do Palinurus elephas (a lagosta-comum), que possui um dimorfismo sexual não aparente, com quase nenhuma diferença entre ambos.
Ou como ocorre com o sombrio Scylla serrata (o caranguejo-de-mangal), cuja fêmea apresenta-se bem maior do que o macho – o que converte-se numa vantagem do ponto de vista reprodutivo.
Resumo da Ortogenia e Metamorfose no Ciclo de Vida dos Crustáceos
Como vimos até aqui, o ciclo de vida dos crustáceos pode ser resumido em duas formas de organizações iniciais: “Desenvolvimento Direto” (no interior de um ovo) ou “Indireto” (por meio de uma sucessão de estágios larvares.)
Algumas espécies, como um outro estágio de desenvolvimento, ainda pode apresentar uma estratégia “Direta Simples” e Direta Anamórfica”, em que, no primeiro caso, o animal, já com todas as suas principais características morfológicas no interior do ovo, apenas aumenta de tamanho.
Enquanto no segundo caso, há uma sensível transformação da sua estrutura em cada período de desenvolvimento, chegando ao ponto de adquirir órgãos e apêndices novos, transformando-se quase que num outro ser.
O desenvolvimento indireto é uma estratégia bem mais complexa utilizada por algumas dessas espécies, pois é capaz de resultar quase que numa espécie totalmente diferente.
O Krill é um bom exemplo disso. Inicialmente ele surge como um “náuplio” – espécie larvar simples, formada por segmentos semelhantes a encéfalos, com apêndices no topo da cabeça, além de antenas, mandíbulas e apenas um olho.
Até alcançar o seu estágio adulto, no qual passa a lembrar uma espécie de camarão com dimensões reduzidíssimas; mas que, da mesma forma, ajuda a compor essa tão essencial comunidade dos zooplânctons – juntamente com os fitoplânctons, a base da cadeia alimentar marinha – , uma das espécies mais importantes da biosfera terrestre.
As Características Reprodutivas dos Crustáceos
Apesar da dificuldade, e quase impossibilidade, de determinar um padrão reprodutivo dos crustáceos, de um modo geral podemos dizer que ela ocorre inicialmente por meio de uma cópula bastante original, em que o macho, durante o ato, repassa para a fêmea uma bolsa contendo espermatozoides (o espermatóforo).
A partir daí, o processo ocorre com a mesma singularidade, pois todo o processo de fecundação poderá ocorrer por até 1 ano inteiro; período no qual os espermatozoides desse receptáculo deverão encarregar-se de fecundar os óvulos da fêmea, que ficam depositados em sua região abdominal, de onde são liberados através dos seus órgãos genitais – os gonóporos.
Algo bastante comum em boa parte dos crustáceos, é o fato de que esses ovos serão incubados durante o tempo necessário, até que possam eclodir e dar origem a milhares de náuplios, que, a partir daí, deverão seguir em suas estratégias de desenvolvimento natural.
Mas desde que, obviamente, consigam ultrapassar essa primeira fase (na forma de náuplios), já que deverão servir de alimentos para outras espécies maiores (como bons zooplânctons).
E apenas os que conseguirem sobreviver poderão atingir os outros estágios, até adquirirem todos os aspectos do frágil e exótico Euphausiacea – o nome científico da espécie krill.
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