O ciclo de vida das harpias, e a quantidade de anos que elas vivem, obviamente que só poderiam ser tão ou mais exóticos quanto as demais características dessa que é considerada a ave mais extravagante da fauna brasileira.
Ele é o “Gavião-Real”, uma verdadeira “força da natureza”, também conhecido como Uiraçu, Gavião-de-penacho, Uiraçu-verdadeiro, entre inúmeras outras denominações dadas a uma espécie capaz de atingir entre 10 e 12 kg de peso e quase 2,5 m de envergadura!
Como é bastante comum entre as aves, as harpias são descritas como animais monogâmicos, cujos casais preferem unir-se por toda a vida e construir os seus ninhos em árvores imensas, como nas imponentes Jequitibá-rosa, Castanheira-do-pará, Sumaúma, entre diversos outros exemplares que costumam servir de abrigo para os seus filhotes.
De acordo com alguns estudos relacionados com os aspectos reprodutivos das aves brasileiras, as harpias costumam pôr um ou dois ovos a cada 2 ou 3 anos, geralmente entre o outono e o inverno, para serem incubados por cerca de 60 dias. E é dessa forma que é garantida a perpetuação de uma das espécies mais originais dos ecossistemas da Amazônia, Mata Atlântica e de outros biomas não menos importantes do território brasileiro.
Somente a partir dos 180 dias de vida um filhote de harpia começa a ensaiar as suas estratégias de voo; mas ainda deverá ser dependente da sua mãe por mais 180; totalizando mais de 1 ano de convivência.
Por volta dos 4 ou 5 anos eles atingem a maturidade sexual; e a partir daí, deverão viver por até longos e quase inacreditáveis 40 anos em meio a esse desafiador e disputado ambiente da natureza silvestre.
Além do Ciclo de Vida, as Principais Características Físicas das Harpias
Elas aparentam ser espécies quase fantásticas! E em meio ao ambiente não menos fantástico da Floresta Amazônica, da Mata Atlântica, das Florestas Ombrófilas, e de outros biomas com riquezas naturais abundantes, elas surgem, magníficas, e com os seus aspectos quase indescritíveis!
Chega a ser assustador observá-las no topo de uma Figueira-brava, de uma Sumaúma, ou mesmo do monumental Angelim-vermelho, com o seu olhar penetrante e desafiador, como se a avisar que aquele lugar ali já tem dono, e para oferecer ao visitante uma das experiências mais marcantes a que se pode ter direito em meio à exuberância da natureza selvagem.
O exemplar de uma harpia costuma medir entre 90 cm e 1m de comprimento, com cerca de 2 a 2,5 metros de envergadura de asa, além de 4 a 5 kg de peso (machos) e entre 7 e 9 kg de peso (fêmeas).
Elas ainda possuem asas meio arredondadas e largas, um dorso entre o cinza e o cinza-escuro (e alguns quase negros), ventre branco, pescoço com um entorno escuro, cabeça acinzentada com um penacho subdividido, calções esbranquiçados com faixas escuras e a região inferior das asas também brancas.
Completam algumas das principais características desse animal, a plumagem mais clara dos indivíduos mais jovens, além do fato de eles demorarem até 5 anos para desenvolver essas características que mencionamos, entre outras singularidades que não são observadas em nenhuma outra ave na natureza.
Comportamento
Mas não é só no que diz respeito ao seu ciclo de vida (e à quantidade de anos que vivem) que as harpias chamam a atenção.
Elas chamam a atenção também pelos seus hábitos naturais, como o fato de serem predadoras de fazer inveja a qualquer urso, felino ou canídeo na natureza; com a suas garras devastadoras (e uma visão que dispensa comentários) que não dão a menor chance a diversas espécies de macacos, roedores, preguiças, mustelídeos, peixes, entre diversas outras espécies que têm nas harpias os seus principais pesadelos.
E não é por outro motivo que elas enquadram-se na categoria de “águias-pega-macacos”; uma designação que ressalta a característica dessa ave de alimentar-se com animais de médio porte, o que é considerada uma extravagância no seio da natureza.
Já com relação aos habitats desse animal, o que se sabe é que elas têm preferência pelas florestas tropicais; e por isso mesmo são relativamente comuns em ecossistemas do México até à Argentina; e no Brasil, podem ser consideradas espécies típicas do bioma da Amazônia.
Outra característica marcante das harpias é a sua força. O que se diz é que um animal desses é capaz de exercer, com a ajuda das suas garras, uma pressão de cerca de 42kgf/cm2, o que significa a capacidade de erguer mais de 70% do seu peso ou exercer a pressão necessária para que uma bomba empurre mais de 420 m de água!
Mas, sem dúvida, os seus aspectos físicos é que são os seus verdadeiros cartões de visita!
Tanto é assim, que muitos acreditam que por trás daquela plumagem vistosa o que existe mesmo é um ser humano disfarçado; tal o vigor e a exuberância de uma das espécies mais incomuns que podem ser observadas na natureza.
Conservação
As harpias, como não é nenhuma novidade em se tratando da fauna do planeta, possui como principais ameaças a invasão do progresso sobre os seus habitats naturais, algumas sensíveis alterações climáticas e fragmentações dos ecossistemas onde habitam.
Mas elas também costumam ser alvo da fúria de criadores de gado, com os quais também mantêm uma relação, digamos, tumultuada, não sendo nada incomum que elas sejam caçadas e abatidas cotidianamente, o que configura-se como um dos aspectos mais delicados da relação desses animais com os seres humanos.
Em algumas localidades, por mais singular que isso possa parecer, as harpias também costumam se abatidas para o consumo; e por isso mesmo elas passaram a ser enquadradas como “Quase Ameaçadas”, de acordo com as principais entidades de proteção aos animais do planeta.
Isso quando não são abatidas em função de uma série de lendas, mitos e invencionices, que conferem a esses animais supostas influências malignas e diabólicas que precisam, necessariamente, ser extirpadas do seio da natureza.
Situações que fazem com que uma série de medidas de urgência devam ser postas em prática com vistas a preservar da completa extinção uma das espécies mais exóticas, singulares e extravagantes do meio ambiente.
Uma verdadeira “força da natureza”, que impressiona não só pelos seus aspectos físicos, como também pelos genéticos, biológicos, reprodutivos e comportamentais.
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ótimo artigo