Sim, mas apenas em jardins zoológicos e em reservas controladas. A única espécie ainda existente dos antigos cavalos selvagens, que por milhares de anos habitaram a Terra, é o cavalo de Przewalski (Equus przewalski). Ele habitava as isoladas montanhas da Mongólia, na Ásia, e só foi descoberto por volta de 1870 pelo explorador russo Nikolai Przewalski. Ao contrário das outras raças, que passaram a ser domadas há mais de 5 mil anos, esse animal nunca sofreu domesticação.
Comparado ao cavalo comum, o de Przewalski é mais baixo – mede entre 1,22 e 1,47 metro de altura contra 1,50 a 1,60 metro das outras espécies. Em meados do século XX, esse animal raríssimo quase foi dizimado por caçadores interessados em sua carne, mas grupos preservacionistas europeus conseguiram evitar o pior. Um acordo entre entidades ambientalistas, com o World Wildlife Fund (WWF) à frente, e o Parque Nacional de Cévennes, no sul da França, criou o projeto Takh – palavra da língua mongol que significa exatamente “cavalo selvagem”.
Graças ao projeto, centenas de cavalos de Przewalski foram levados para o parque francês, onde são mantidos numa área de 300 hectares, sem o menor contato com humanos e nas condições mais naturais possíveis. A intenção dos ambientalistas é um dia poder reintroduzi-los em seu hábitat natural.
História dos Cavalos Selvagens
Pesquisa genética muda completamente o que se sabia da história desses animais: últimos cavalos selvagens do mundo são, na verdade, descendentes de uma espécie domesticada há cerca de cinco mil anos.
Todos os cavalos selvagens do mundo estão extintos, segundo um estudo publicado nesta quinta-feira (22/02) na revista Science. Com base em análise genética, os pesquisadores constataram que uma raça de cavalos da Mongólia, considerada a única selvagem do mundo, é formada na verdade por animais domesticados que escaparam de seus donos.
O estudo, que envolveu 47 pesquisadores de 28 instituições de diferentes países e traz o resultado da análise do DNA de 88 cavalos antigos e modernos, mudou completamente o que se conhecia da história dos cavalos.
Os cavalos-de-Przewalski, que habitam o deserto da Mongólia, eram tidos até então como a única espécie selvagem ainda existente. No entanto, a partir da comparação entre os genomas, os cientistas identificaram que essa espécie de cavalo é descendente dos botai, espécie domesticada há cerca de cinco mil anos na região que hoje corresponde ao norte do Cazaquistão.
Considerada espécie em risco de extinção pela União Internacional para a Conservação da Natureza, hoje ainda existem cerca de dois mil cavalos-de-Przewalski. Desde a década de 60, foram realizados programas de reprodução da espécie e reintrodução ao habitat natural, caso contrário, esses números seriam ainda menores.
“O mundo já tinha perdido seus cavalos realmente selvagens há centenas ou até milhares de anos atrás. Porém, só ficamos sabendo disso agora, com os resultados deste estudo”, declarou Sandra Olsen, coautora da pesquisa pela Universidade do Kansas.
Novas Descobertas Sobre Cavalos Selvagens
E as descobertas impactantes não param por aí: os cientistas chegaram à conclusão de que a origem dos cavalos domesticados modernos – diferente do que se pensava – é desconhecida.
Isso porque as mais recentes teorias afirmavam que as raças domésticas modernas provinham justamente dos cavalos botai, mas o estudo mostrou que elas pertencem a uma árvore genealógica completamente diferente.
Ou seja, os cavalos botai são ancestrais dos cavalos-de-Przewalski, mas não, dos cavalos adestrados modernos.
“É a primeira vez na minha vida que me ocorre algo assim. É como se, de repente, descobríssemos que o ser humano não provém de onde acreditamos.”, afirmou Ludovic Orlando, diretor da equipe e integrante do Centro Nacional de Pesquisas Científicas (CNRS) da França.
Conhecer a linha evolutiva dos cavalos é importante, pois ela também conta parte da história da humanidade. Até a invenção do motor a vapor – que permitiu o surgimento do trem e, mais tarde, do carro – o cavalo foi o principal meio de transporte do homem.
Porém, de acordo com Orlando, “é quase impossível ter acesso aos primeiros períodos da domesticação analisando os genomas de cavalos modernos”. A razão disso foi demonstrada em pesquisa divulgada em 2017 por sua equipe.
Ao longo da história, o ser humano selecionou e cruzou os melhores equinos segundo os diferentes usos que seriam feitos do animal, fazendo com que hoje haja pouca variação genética entre os cavalos adestrados.
Segundo Orlando, o caminho para remontar a ancestralidade dos cavalos modernos pode estar em sítios arqueológicos da Ásia Central, do sul da Rússia ou da Espanha.
Os mustangues ou bravios (do inglês: Mustang) são cavalos assilvestrados que ocorrem nos Estados Unidos. São descendentes diretos de cavalos europeus levados para a América por conquistadores espanhóis e portugueses no século XVI. Por isso é que outros colonizadores europeus, posteriores aos colonizadores espanhóis, encontraram tribos indígenas andando a cavalo, pois não existiam cavalos na América no momento em que foi descoberta pelos espanhóis.[1] São cavalos que mantém seu aspecto físico se alimentando com plantes lenhosas e arbustos Espinhos, sobrevivem a regiões articas e montanhosas,são cavalos rápidos, fortes e resistentes além de serem muito corajosos. Tem uma visão muito boa apenas não encheram bem na parte traseira de seu corpo,um coice pode chegar a uma tonelada.
Hoje, os cavalos selvagens estão protegidos ao abrigo da lei dos Estados Unidos, mas desapareceram de vários estados, onde havia populações. As poucas centenas de cavalos selvagens sobrevivem em Alberta e Colúmbia Britânica, no Canadá. A BLM considera 27.000 animais um número possível, mas os mustangues selvagens atualmente excedem os 33.000. Outros 30.000 cavalos estão em exploração em ambiente não selvagem.