Uma das principais causas da extinção dos lobos-vermelhos será, sem dúvida, o avanço do desmatamento ilegal em algumas regiões da América do Norte.
De uma espécie facilmente encontrada em todo o estado do Texas, chegando mesmo a espalhar-se por alguns trechos do estado de Nova Yorque, hoje ela encontra-se reduzida a pouco mais de 30 exemplares guardados a “sete-chaves” na península do lado oriental da Carolina do Norte.
O Lobo-vermelho ou Canis rufus é uma espécie típicamente norte-americana, que não costuma ultrapassar os 27 kg de peso e 1,2m de comprimento, e que, atualmente, é considerada gravemente ameaçada de extinção, de acordo com a IUCN – União Internacional para a Conservação da Natureza.
A espécie é um híbrido dos célebres coiotes americanos e dos não menos originais lobos- cinzentos, e costumava espalhar-se pelos planaltos do sudeste dos EUA, especialmente em trechos do lado oriental do Texas, sul da Flórida, North Carolina e Geórgia.
De acordo com pesquisadores da Universidade de Stanford e da Universidade Nacional Autônoma do México, o mundo está assistindo a uma verdadeira “devastação biológica”, bem configurada no número de espécies animais dizimadas em um espaço de tempo tão reduzido, graças à poluição atmosférica, desmatamento, alterações do clima, entre outras causas.
Na verdade já se fala até mesmo em uma espécie de “sexta extinção em massa”, que pouca coisa deve à famosa extinção do Permiano-Trássico em número de espécies devastadas e em consequências danosas que põem em risco a sobrevivência do planeta para as gerações futuras.
O Avanço do Setor Agropastoril
Sem dúvida, o avanço do setor agropastoril é uma outra causa da extinção de espécies como os lobos-vermelhos, por exemplo.
Uma publicação feita na revista Science, por parte de um grupo de pesquisadores internacionais, Ongs, além da curiosa participação da Google, concluiu que de 1999 até 2012 cerca de 2,3 milhões km2 de vegetação foram devastados em todo o planeta, e que, só nos países tropicais, mais de 2.100 km2 de florestas são devastadas anualmente.
As imagens revelaram, por exemplo, que a devastação das florestas do sudeste dos Estados Unidos da América (o habitat dos lobos-vermelhos) foi 400% maior do que a dos países sul-americanos – para o azar de espécies como elas, que até então eram consideradas símbolos desse trecho do planeta.
Esses números refletem o avanço do setor agropastoril, que a cada ano se vê às voltas com a necessidade de alimentar uma população mundial que não para de crescer em todo o mundo.
E que, se ainda não bastassem as suas necessidades alimentares, é cada dia mais incentivada a obter níveis maiores de conforto material – um conforto que, como se sabe, depende, necessariamente, da extração de recursos minerais e produção, cada vez maior, de alimentos.
Outro estudo publicado pela revista Proceedings of the National Academy of Science (PNAS) tratou de incrementar os atuais números que refletem as causas da extinção de espécies como os lobos-vermelhos.
Ele concluiu que a América do Norte foi quem mais contribui para a devastação de florestas no mundo (seja por desmatamento ou manifestações naturais), com uma participação de pelo menos 1/3 de toda a devastação de florestas em todo o planeta.
Falta de Alimentos: Uma das Causas da Extinção dos Lobos-Vermelhos
Um causa bastante comum da extinção das mais diversas espécies animais, é justamente o desaparecimento das suas presas favoritas.
O desmatamento para fins de introdução de espécies agrícolas ou da pecuária, além da caça ilegal de animais silvestres, faz com que muitos animais vejam-se, quase que de uma hora para outra, sem as suas presas naturais.
No caso dos lobos-vermelhos, o desmatamento, poluição atmosférica, alterações climáticas, entre outros fatores, fizeram com que algumas das suas principais presas, como os ratões-do-banhado, algumas espécies de lebres, coelhos e pequenos roedores (guaxinins, texugos, marmotas, entre outros) fossem praticamente extintos de alguns trechos da América do Norte.
A exploração de madeira no sudeste dos Estados Unidos, por exemplo, contribuiu para uma redução entre 5 e 7% da cobertura total das florestas do país nos últimos 5 anos e, como consequência, ajudou a reduzir o número de espécies que ali habitavam.
As florestas de coníferas e de carvalho (juntamente com as florestas tropicais norte-americanas) foram as escolhidas para serem devastadas nos últimos 10 anos por incêndios criminosos, exploração madeireira, pragas, alterações climáticas, entre outros fatores.
O resultado da extinção de espécies como os lobos-vermelhos já são por demais conhecidos: um significativo desequilíbrio daquela Cadeia Alimentar, que pode desdobrar-se em um aumento comprometedor de algumas espécies, ou mesmo a sua mudança de hábitos alimentares, que pode ter consequências difíceis de serem previstas.
A Caça Ilegal/ Fazendeiros
Uma outra causa da quase extinção dos lobos-vermelhos é a caça predatória, que também pode abranger a caça por motivos de conflitos entre essa espécie e o homem.
Os lobos-vermelhos foram vítimas de séculos de perseguição. E o resultado disso é que o governo norte-americano, com base em estudos realizados por órgãos privados de preservação do meio ambiente, concluiu que o Canis rufus estava completamente extinto em meados dos anos 80.
A sorte é que, pouco tempo depois, descobriu-se que alguns exemplares dessa espécie eram mantidos em cativeiro no Alligator River National Wildlife Refuge, em North Carolina. E mais: eles, a partir dali, fariam parte de uma espécie de “programa experimental”, cujo principal método consistia em soltar, paulatinamente, algumas espécies na região entorno da reserva.
Mas o que ninguém esperava era que, a partir dali, começasse um longo e terrível conflito entre fazendeiros e lobos-vermelhos! Pois, segundo os proprietários, eles seriam os principais responsáveis por dezenas de casos de sumiços de aves e demais criações domésticas das suas propriedades.
O problema só foi contornado com um esforço de conscientização desses proprietários por parte do governo, além, obviamente, de uma multa bastante pesada de cerca de US$ 100.000 dólares para quem quer que fosse surpreendido com um animal desses em sua posse.
Calcula-se que a caça de animais silvestres (legal e ilegal) nos Estados Unidos movimente a bagatela de cerca de US$ 19 bilhões de dólares por ano – algo que é considerado um verdadeiro constrangimento para uma nação considerada o modelo a ser seguido de país de 1º mundo.
O problema é que, segundo os ambientalistas, não existe uma norma geral que regulamente a caça e o tráfico de animais silvestres no país – tal atividade costuma ser regulada por cada estado norte-americano.
Além disso, diferentemente do que se imagina, os Estados Unidos não são assim tão eficientes quando o assunto é a fiscalização desse tipo de prática.
E uma das consequências imediatas dessa atividade, foi a redução para não mais do que 34 exemplares de lobos-vermelhos restritos ao estado da Carolina do Norte.
E que ainda precisam lutar contra a movimentação sempre constante do tráfico realizado em um dos seus habitats favoritos: a fronteira do Texas como México.
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