Os tigres estão entre os maiores felinos do mundo, mas, infelizmente, estão bastante ameaçados de extinção. O que é péssimo, pois se trata de um dos animais mais enigmáticos e interessantes que temos na natureza.
Vamos saber mais um pouco a respeito deles?
Características Básicas dos Tigres
De nome científico Panthera tigris, os tigres são mamíferos carnívoros pertencentes à família dos felídeos, um enorme grupo, que inclui, além do próprio tigre, onças, leões, e até nossos conhecidos gatos domésticos. Dentre os predadores terrestres, ele é o terceiro maior do mundo, só perdendo para duas enormes espécies de ursos (o Polar e o de Kodiak).
Além disso, o tigre possui outra característica bem peculiar quanto aos outros felinos: é o único onde as suas subespécies variam consideravelmente de tamanho. Enquanto temos o tigre de bali, por exemplo, que não ultrapassa os 100 kg de peso, temos, ao mesmo tempo, o tigre siberiano, com seus impressionantes 310 kg.
Estimativas recentes dão conta que só existam cerca de 2500 indivíduos reprodutores maduros de tigres espalhados pelo mundo. No início do século XX, calcula-se que a população geral de tigres ultrapassava os 100 mil indivíduos. Pra se ter uma ideia, antigamente, podíamos encontrar esses animais da Turquia a Sibéria tranquilamente. Hoje, seus espaços estão restritos a algumas poucas regiões do Sudoeste Asiático, da Sibéria e da Índia.
Inclusive, três das subespécies evolutivas mais recentes de tigres já estão extintas. São elas: o tigre-do-cáspio, o tigre-de-jav e o tigre-de-bali.
Comportamento Padrão dos Tigres
Na maior parte do tempo, tigres adultos vivem de maneira totalmente solitária. Além disso, eles estabelecem e mantém territórios, assim como boa parte dos felinos faz. Quando estamos falando de “casais”, digamos assim, eles limitam os movimentos dentro do território, que é onde acasalam, fazem suas necessidades e cuidam dos filhotes.
No entanto, é bom deixar claro que, apesar de, na maior parte das vezes, evitar a presença um do outro, nem sempre os tigres são territoriais, com a relação entre os indivíduos sendo um pouco mais complexa do que a mera disputa por território que vemos em boa parte dos animais selvagens por aí.
Outra particularidade bem interessante quanto ao seu comportamento é que os tigres, ao contrário de boa parte dos felinos, não têm o menor medo de água. Ao contrário: são exímios nadadores, banhando-se em lagoas, lagos e rios, e, eventualmente, pescando o seu próprio alimento. Por sinal, dos felinos, propriamente ditos, apenas a onça-pintada compartilha desse gosto todo pela água.
Principais subespécies atuais
Tigre Siberiano
Esse animal, cujo nome científico é Panthera tigris altaica, é encontrado em vales com encostas rochosas próximos ao rio Amur, que faz fronteira com a Rússia e a China. Encontra-se, atualmente, confinado em uma pequena área no leste da Rússia.
É não somente a maior das subespécies de tigres existentes nos dias de hoje, mas também é o maior felino do mundo. Mesmo, fisicamente, variando um pouco em relação a machos e fêmeas, o tamanho pode chegar a mais de 3 metros de comprimento, e a pesar mais de 300 kg.
O seu cardápio é formado especialmente de suínos selvagens, veados e alces. Eventualmente, caçam ursos pardos e ursos negros asiáticos.
Tigre do Sul da China
De nome científico Panthera tigris amoyensis, essa subespécie de tigre aqui é a mais ameaçada de extinção. Dos 4 mil indivíduos que existiam em 1950, em 1987, a população desses tigres chegou a apenas 40 restantes, principalmente, após Mao Tse Tung ter declarado que esse animal era uma “praga” na China durante o seu governo.
Pra se ter uma ideia, até 2007, não havia mais registros da presença desse tigre na natureza (apesar de rastros esporádicos terem sido encontrados), e apenas 72 espécimes em cativeiro. Infelizmente, esses 72 animais descendem de 6 indivíduos que se encontravam em zoológicos na década de 70. Ou seja, a diversidade genética para manter, de fato, a subespécie já não existe mais, o que pode indicar uma extinção próxima caso um exemplar selvagem nunca mais seja encontrado.
Tigre da Indochina
Essa subespécie, cujo nome científico é Panthera tigris corbetti, era amplamente encontrado em lugares como Camboja, sudoeste da China e Vietnã. Na China, encontra-se oficialmente extinto desde 2007, quando o último espécime foi morto e comido por um caçador.
Em outros lugares, habita florestas tropicais e subtropicais úmidas, especialmente, em regiões montanhosas. Estimativas dos governos dão conta de que existem somente 352 espécimes no mundo, com a maior parte deles (200) estando na Tailândia.
Tigre de Sumatra
O nome científico desta subespécie aqui é Panthera tigris sumatrae, e só pode ser encontrado na ilha de Sumatra, pertencente à Indonésia. Possui, como característica física que o diferencia dos demais, uma pelagem mais escura, além de listras mais finas e abundantes pelo corpo. Inclusive, é a menor das subespécies vivas de tigres nos dias de hoje.
A estimativa é que não existam mais do que 500 espécimes desse tigre na ilha, e que estão, predominantemente, nos parques nacionais presentes na ilha. As maiores ameaças que essa subespécie enfrenta (além da caça ilegal) é o desmatamento do seu habitat natural, especialmente para o plantio de acácia.
Algumas pesquisas genéticas feitas nos últimos anos revelam que o tigre de Sumatra possui um marcador genético único, e que, graças a isso, pode dar origem a uma nova subespécie (claro, se ele não for extinto antes disso).
Tigre de Bengala
Encontrado nas florestas e savanas de Bangladesh, Butão, Nepal, Índia e Myanmar, e de nome científico Panthera tigris tigris, o tigre de bengala é a segunda maior subespécie de tigre existente. Atualmente, são em torno de 2500 indivíduos vivendo nessas regiões citadas.
Sua dieta basicamente consiste de gauros (que, por sinal, é o maior bovídeo selvagem do planeta), além de várias espécies de cervos, javalis e búfalos. Em casos extremos de necessidade, caçam crocodilos, ursos, elefantes e rinocerontes.
Tigre Malaio
De nome científico Panthera tigris jacksoni, essa subespécie de tigre está presente apenas no sul da Península Malaia. Interessante, no entanto, que até 2004, não era considerada uma subespécie de tigre, e sim, como uma variação da subespécie da Indochina.
Estimativas apontam para cerca de 600 indivíduos sobreviventes atualmente, sendo esse animal um ícone nacional da Malásia atualmente., chegando a aparecer no brasão e em logotipos de instituições no país.