Os caranguejos são crustáceos apreciados em várias partes do Brasil e do mundo como iguaria nas mais diversas culinárias, mas, você já parou pra pensar mais a respeito desse animal, e suas, digamos, peculiaridades? Pois bem, vamos saber um pouco mais sobre os caranguejos nas próximas linhas.
Principais Características do Caranguejo
Também conhecido pelos nomes de uaçá, auçá e guaiá, o caranguejo é um crustáceo que se caracteriza por ter o seu corpo coberto por uma dura carapaça, além de ter cinco pares de patas, que chamamos de pereópodes. Essas patas são terminadas em unhas bem pontiagudas, onde as primeiras se transformam em fortes pinças. Já o seu abdômen é reduzido e voltado para baixo do cefalotórax, com os pleópodes se localizando na parte dobrada do abdômen. Nas fêmeas, essa parte, inclusive, é usada para a proteção de milhares e milhares de ovos que ela bota após o acasalamento. Pelo fato de também terem 10 patas, são chamados de decápodes.
Interessante notar ainda que podemos distinguir machos e fêmeas de caranguejos através do seu abdômen. Na grande maioria dos casos, os machos possuem um abdômen estreito e de formato triangular, enquanto que as fêmeas tem essa mesma parte do corpo um poco mais larga e arredondada. Isso sem contar que elas costumam ter garras menores do que eles.
Já os olhos desse crustáceo assentam sobre uma protuberância que é localizada na parte frontal de seu corpo. Isso permite que vejam o que está à sua volta, mesmo que o seu corpo esteja ou debaixo d’água ou sobre a terra. Por sinal, esses membros são bem semelhantes aos olhos que os caracóis possuem.
Habitat e Outros Aspectos do Caranguejo
Na verdade, o termo “caranguejo” abrange cerca de 7 mil espécies de crustáceos ao redor do mundo. De um modo geral, a maior parte desses animais é encontrada nos mares, porém, algumas espécies também podem ser localizadas em água doce ou até mesmo em ambientes terrestres. Para os caranguejos, no entanto, o melhor habitat é aquele que está disponível, pois eles se adaptam a qualquer um desses lugares citados com bastante facilidade. O importante é que esses lugares tenham certa umidade. Quando estão em ambientes marinhos, os caranguejos ocupam tanto sedimentos, quanto cavidades em fundos rochosos.
Quanto à alimentação, isso varia muito de espécie para espécie. Os caranguejos uçá e o guaiamum, por exemplo, são herbívoros e se alimentam de folhas das árvores encontradas em manguezais. Já, outras podem ser carnívoras, aditando, inclusive, estratégias de caça, como todo bom predador. Para esses, o cardápio inclui pequenos invertebrados, peixes e até mesmo filhotes de tartarugas. E, isso sem contar que ainda existem aqueles que são os carniceiros ambientais, que comem restos de comida, e os onívoros, que se alimentam de carne e vegetais.
Em se tratando da respiração, esses animais possuem guelras (brânquias), e é justamente esse o motivo pelo qual eles precisam sempre estar próximos da água, ou em ambientes bastante úmidos. Mesmo aqueles caranguejos que vivem na terra precisam manter suas guelras com certo grau de umidade.
Como é a Reprodução dos Caranguejos?
Esses crustáceos se reproduzem de maneira sexuada, com algumas fêmeas de certas espécies liberando sinais químicos nas águas, com o intuito de atraírem os machos. Estes, por sua vez, disputam numa briga quem é o mais forte, onde o vencedor conseguirá cortejar a fêmea. A reprodução se dá, mais ou menos, entre os meses de setembro e abril, e o período de cópula está diretamente relacionado com o fenômeno da andada.
Em geral, a quantidade de ovos depositados pelas fêmeas de caranguejos é enorme, girando em torno dos 300 mil, onde, após um curto período de incubação (que leva por volta de 18 dias), eles eclodem, dando início o processo de andada deles, que é quando os recém-nascidos se dirigem até a água.
O seu crescimento, inclusive, não é constante e linear como acontece na maioria dos seres vivos, e isso se deve ao exoesqueleto desse animal. Para que possam, de fato, crescer, os caranguejos, primeiro, perdem sua antiga casca, para depois ser formada uma nova. Um processo que pode levar semanas para ser finalmente concluído.
A expectativa de vida de um caranguejo depende muito da espécie a qual ele pertence. O caranguejo-azul, por exemplo, vive entre 1 e 8 anos. Já o impressionante caranguejo-aranha-gigante tem a capacidade de viver até os 100 anos de idade! Além da espécie, outras variações que podem limitar o tempo de vida desse animal são o habitat em que vivem (se há ou não muitos predadores), e com relação à caça feita por nós, seres humanos.
Inclusive, os períodos de reprodução do caranguejo uçá aqui no Brasil motivou a proibição da captura, industrialização e comercialização desse animal em determinados momentos do ano para evitar que a população desses crustáceos diminuísse consideravelmente.
Algumas Curiosidades a Respeito do Caranguejo
Os caranguejos do tipo guaiamum podem sobreviver, no máximo, 3 dias fora d’água, contanto que o ambiente em que esteja seja minimamente úmido.
O surgimento do caranguejo em nosso planeta está diretamente ligado à formação de nossos mares. Estudos recentes revelaram que esses crustáceos estão na Terra há, aproximadamente, 180 milhões de anos, ainda no período Jurássico, ápice do reinado dos dinossauros em nosso planeta azul.
Atualmente, o maior caranguejo conhecido do mundo é o caranguejo-aranha-gigante, oriundo do Japão, e que pode atingir o impressionante tamanho de 3,8 metros de envergadura com as patas esticadas. Já o menor é o caranguejo-ervilha, que mede, no máximo 1,19 cm
A espécie Grapsus grapsus é simplesmente o caranguejo mais colorido do mundo, possuindo uma mistura de tons de vermelho, laranja, amarelo, preto, branco e azul. É quase um “arco=íris em forma de crustáceo”.
Os caranguejos possuem uma excelente capacidade de regeneração. É muito comum que, entre brigas de machos disputando as fêmeas, eles percam uma pata, ou uma das pinças. Mas, sem problema! No decorrer de 1 ano, cresce tudo de novo.
Ah, e você sabe por que o caranguejo “anda de lado”? Fácil: porque é assim que as suas patas se dobram, puxando o animal para o sentido lateral, num movimento sincronizado entre as petas direitas e esquerdas.