Dos seres marinhos, a lula, com certeza, é um dos mais interessantes, possuindo muitas peculiaridades.
Então, que tal conhecer algumas dessas caraterísticas tão próprias?
Características Físicas da Lula
Pertencente à classe dos cefalópodes, a lula possui uma cabeça distinta, com uma simetria bilateral, de onde saem tentáculos dotados de ventosas. No total, esse animal possui 8 tentáculos que servem para a captura de alimentos, e mais 2 que são usados para reprodução. Além disso, esses cefalópodes possuem células que permitem mudar a cor da sua pele, chamadas de cromatóforos, o que é muito útil como camuflagem.
Em termos de movimentação, as lulas se locomovem através de propulsão, quando ejetam uma grande quantidade de água armazenada em seu manto. Não é à toa, inclusive, que os corpos desses animais possuem um formato completamente aerodinâmico, que facilita (e muito) esse tipo de locomoção. Uma ótima tática, por sinal, para escapar de predadores.
Além disso, as lulas apresentam na boca uma estrutura chamada de rádula, cuja função é tritura alimentos. No quesito respiração, elas respiram através de duas guelras, possuindo também um sistema circulatório bombardeado por um coração principal, e mais dois subsidiários.
A visão desses animais é formada por um pigmento, que não lhes permite ver as cores. Elas são capazes apenas de distinguirem objetos brancos, ou simplesmente com uma tonalidade cinza mais escura ou mais clara, não sendo possível para elas identificarem outras cores. Pelo menos, até o momento, o único cefalópode que se conhece que pode distinguir variadas cores é a lula de nome científico Watasenia scintillans.
Já, em se tratando de tamanho, as lulas podem variar de meros 60 cm, a inacreditáveis 13 m de comprimento (neste caso, as lulas gigantes do gênero Architeuthis). Essas lulas enormes, por sinal, vivem em zonas abissais nos oceanos, em até 400 metros de profundidade. A maior lula já registrada tinha 450 kg (simplesmente, o maior invertebrado já encontrado no mundo).
Alimentação das Lulas
Sendo animais exclusivamente carnívoros, as lulas se alimentam de peixes, e outros cefalópodes e vertebrados. A captura do seu alimento se dá, obviamente, através dos seus poderosos tentáculos, que agarram suas presas com bastante força.
O principal órgão de ingestão desses animais é um par de mandíbulas móveis, que mais se assemelham aos bicos dos pássaros. Com essas mandíbulas, as lulas podem cortar e rasgar suas vítimas com relativa facilidade.
Complementando a ajuda para matar as suas vítimas, as lulas possuem um par de glândulas salivares, que, com o passar da evolução, transformaram-se em glândulas de veneno.
E, Como é a Reprodução Desses Animais?
O ciclo reprodutivo das lulas (assim como dos demais cefalópodes) começa no final de suas vidas. Para o ato reprodutivo em si, durante a cópula, os machos transferem os seus gametas para as fêmeas por meio daquele braço modificado que fica entre os tentáculos do animal. Esse braço é conhecido como hectocótilo.
Ao contrário das fêmeas dos polvos, a lula fêmea não necessita cuidar dos seus próprios ovos, já que estes apresentam substâncias fungicidas e bactericidas, o que, por si, afugenta qualquer tipo de perigo.
Você Sabe qual a Diferença Entre a Lula e o Polvo?
Fora o fato de ambos serem moluscos, a lula e o polvo possuem características bem distintas, que as diferenciam bem um do outro. A primeira das diferenças é bem visível. Enquanto que a lula possui um corpo alongado, em forma de tubo, o polvo tem um formato mais arredondado. Já, em se tratando dos braços, as lulas possuem os tradicionais 8 tentáculos (também presentes no polvo), mais um par de braços e nadadeiras ao longo do corpo.
O comportamento desses animais também se distingue. Os polvos se arrastam pelo fundo do mar, ao passo que as lulas nadam bem próximas da superfície (afinal, é nesse lugar que ficam os pequenos animais e vegetais que elas comem).
Já, a última diferenciação entre a lula e o polvo é a classificação técnica desses animais. Os polvos pertencem à ordem Octopoda, que, por sua vez, é dividida em duas subordens: a Cirrata, agrupando os polvos que vivem em águas mais profundas, e a Incirrata, formada estritamente por animais de hábitos mais costeiros. E, as lulas, em contrapartida, fazem parte da ordem Teuthoidea, que também é formada por duas subordens: a Myopsida e a Oegopsida. A diferença entre estas? Apenas uma membrana acima dos olhos.
Um Pouco Mais Sobre a Lula Colossal, o Gigante dos Mares
Maior invertebrado da Terra que se conhece até o momento, a lula colossal vive nas profundezas dos oceanos, e é parente bem próxima da lula gigante, tendo como única diferença o tamanho, mesmo. Enquanto a colossal pode chegar a 15 m de comprimento, a gigante chega a 13 m. Já, as características gerais da lula colossal não se diferenciam me nada das outras de sua espécie, possuindo uma cabeça alongada, e 10 tentáculos com ventosas.
Em termos físicos, toda a lula colossal realmente é descomunal. Pra se ter uma ideia, os seus olhos medem até 40 cm de diâmetro enquanto vivas, o que dá o tamanho de um prato raso dos grandes!
E, assim como todas as outras lulas existentes, esta daqui também é carnívora, comendo Merluzas Negras e outras lulas no fundo do mar. Apesar do tamanho imenso, ela tem uma taxa metabólica muito baixa, e, por isso, precisa de pouca comida diariamente, em torno de 30 g, mais ou menos.
Os inimigos naturais desses animais teriam, portanto, que ser animais igualmente descomunais. Estamos falando, neste caso, das cachalotes, que, assim como as lulas colossais, também conseguem mergulhar em regiões abissais dos oceanos. É muito comum, inclusive, encontrar cachalotes com enormes cicatrizes, oriundas de lutas mortais contras o seu “alimento”.
Com relação à existência desses animais, até bem pouco tempo atrás, era considerada um mito, havendo apenas relatos que mais pareciam “história de pescador”, sem comprovação científica. É, inclusive, através dessas lendas que surgiram narrativas de verdadeiros monstros marinhos, como o Kraken, por exemplo.
Foi somente mo ano de 2004 que uma lula gigante de 8 m foi finalmente registrada nas proximidades do Japão. Muito recentemente, ainda foi capturado um exemplar de cerca de 14 m na Nova Zelândia, que, atualmente, está exposto no museu do país.