Alguns animais parecem que foram feitos pra serem “antagonistas” um do outro, apesar de compartilharem algumas semelhanças fundamentais. É o caso dos canídeos e felídeos, cujos representantes mais populares são os famosos cães e gatos.
Vamos descobrir agora quais as principais diferenças entre eles?
Características Fundamentais dos Canídeos
Os canídeos são uma família de mamíferos que engloba animais como os cães, lobos e chacais. Compõem um total de 35 espécies, e estão presentes em todos os continentes, com exceção de Antártida. Em termos físicos, os canídeos possuem dentes molares plenamente adaptados para esmagar ossos. Outra característica bem particular desses animais é ter quatro, ou até mesmo cinco dedos nas patas dianteiras, além de garras que não são retráteis, e que servem como tração em corridas.
Já, em termos de tamanho, os canídeos são bem variados, assim como os seus hábitos sociais (alguns são gregários, e outros são totalmente solitários). Com relação aos sentidos, a audição e o olfato desses animais são muito mais importantes do que a visão.
Mesmo predadores, os canídeos podem, a depender das circunstâncias, ter uma alimentação onívora. Possuem hábitos tanto diurnos, quanto noturnos (algumas espécies chegam a ter ambos os hábitos). As espécies que vivem em grupos organizam o bando em diferentes níveis sociais, com uma hierarquia bem definida. A principal estratégia de caça dos canídeos, inclusive, é a perseguição das presas por longas distâncias.
Como são animais com ampla distribuição no planeta, os canídeos podem ser encontrados em savanas, estepes, bosques, colinas, florestas, pântanos, e até mesmo desertos. Inclusive, espécies que residem em ambientes extremos, como desertos, e em áreas geladas do Ártico, possuem adaptações corporais para suportarem tais condições.
É verdade que muitos dos canídeos são predadores de grande porte, mas também é correto afirmar que até predadores na natureza podem ser a presa de algum outro animal. Os canídeos podem ser caçados por grandes felinos, como pumas, leões, leopardos e tigres. Fora esses, os canídeos podem ser ameaçados por cobras constritoras (como as sucuris), ursos, aves de rapina, hienas, crocodilos e até mesmo outros canídeos de maior tamanho.
Em se tratado de comportamento social, mesmo que existam espécies bem distintas que se juntam em grupos, a maioria dos que integram essa família possuem hábitos solitários, somente havendo alguma espécie de socialização entre machos e fêmeas na época de reprodução. Quando há alguma forma de sociabilidade, ela é expressa de diversas maneiras: contato físico, vocalizações, etc. Já, quando se trata de caça, em geral, ela é feita de maneira individual, e algumas vezes, em pares. A exceção fica por conta de algumas espécies, como os lobos e os chacais listrados, que caçam em bandos.
Características Fundamentais dos Felídeos
Já, os felídeos são um grupo de animais mamíferos e carnívoros, e que possuem um total de 41 espécies distintas ao redor do globo (um pouco mais do que os canídeos). Uma característica muito comum a esses animais é que eles são carnívoros obrigatórios.
As espécies que são selvagens são comumente solitárias, possuindo hábitos geralmente noturnos, gostando de habitar em locais inacessíveis, ao contrário dos canídeos, que tendem a ser mais ecléticos nesse tipo de comportamento. Podem ser encontrados em qualquer lugar do planeta, com exceção da Austrália e da Antártida.
Em termos físicos, possuem corpos extremamente flexíveis (outra característica que os diferencia dos canídeos), sendo que as penas são bastante musculosas. Na maioria das espécies a cauda é enorme: costuma medir de um terço à metade do comprimento do restante do corpo do animal. Todos os felídeos possuem almofada nos pés e garras retráteis.
Mais Diferenças Entre Felídeos e Canídeos
Em se tratando dos sentidos, ao contrário dos canídeos, a visão dos felídeos é muito aguçada, sendo a principal que eles possuem. Os seus olhos, por sinal, são relativamente grandes, e localizados na face de uma maneira que facilite uma espécie de visão binocular. A visão noturna deles é algo que o diferencia bastante de outros mamíferos (incluindo aí os canídeos). Isso se deve ao foto de possuírem uma membrana ocular que reflete a luz, e faz com que enxerguem muito bem no escuro. Com relação aos outros sentidos, a audição dos felídeos é muito boa (tanto é que, em geral, as orelhas deles são maiores que o normal), e o olfato é bastante apurado, mas não chega a ser tão eficaz quanto o dos canídeos.
Em comparação a outros animais carnívoros, os felídeos possuem poucos dentes (outra característica que os diferencia dos canídeos), até mesmo pelo fato deles terem focinhos bem curtos. Nessa dentição dos felídeos, os caninos se sobressaem, e tanto o terceiro molar superior, quanto o molar inferior são plenamente adaptados para cortar, rasgar e triturar a carne de suas presas, assim como ocorre com a maioria dos animais carnívoros. Nessa questão da dentição, os canídeos estão mais bem desenvolvidos, tanto é que estes possuem, no mínimo, 38 dentes, enquanto que os felídeos, 30, no máximo.
Outra questão que diferencia bastante os felídeos dos canídeos, é que os primeiros possuem uma gama maior de variações de vocalização. E, algumas dessas vocalizações representam muito do estado de ânimo desses animais. Por exemplo: se um felídeo está rosnando, isso significa que ele está emitindo um som que quer dizer agressividade, muito provavelmente indicando uma postura defensiva diante de um perigo qualquer. Uma das vocalizações mais conhecidas dos felídeos, em geral, inclusive, é o famoso ato de ronronar. Nas espécies selvagens desses animais, por sinal, é muito comum que as mães ronronem para os seus filhotes. Essas vocalizações variadas vão depender bastante não somente dos hábitos dos felídeos, como também das espécies que realizam esse tipo de comunicação (inclusive, com humanos, quando são devidamente domesticados).
Por fim, podemos destacar que a diferença primordial entre canídeos e felídeos está em sua origem geográfica. Os primeiros reais canídeos a habitarem na natureza foram espécimes que viviam no continente americano, e depois se espalharam pelo mundo. Já, os primeiros felídeos surgiram na Europa, há muitos milhões de anos, e também se espelharam ao redor do planeta.
E, certo mesmo é que, apesar das diferenças, ambos são animais fascinantes de uma natureza imensamente rica,