O asno (Equus africanus asinus) é um animal da família Equidae que faz parte do grupo dos asnos-selvagens-africanos. Esse mamífero possui vários nomes tais como burro, jegue, asno-doméstico e jumento. Animal de porte médio, seu focinho é comprido e ele é usado para carregar coisas desde os tempos pré-históricos.
Em nosso país, o nome “burro” tem um segundo significado, pois além de representar o Equus africanus asinus, ele também representa a união entre o cavalo e o próprio burro. Quando um possível cruzamento acontece entre um burro e uma égua, o animal que nasce é chamado de mula. Não apenas os cavalos, mas também os burros e as mulas pertencem à ordem dos perissodáctilos e todos eles fazem parte do gênero dos equídeos.
Origem Histórica
A origem do burro vem do antigo Império Etíope, quando ele era chamado de onagro ou burro-selvagem. Desde os tempos antigos, esse equídeo é visto como um animal de transporte e um grande auxiliar nos serviços ligados a agricultura. Os asnos existem desde 5000 a.C., mesma época dos cavalos, e vêm sendo usados para montaria e carga desde aqueles tempos.
A mistura entre cavalo e asno é feita há muito tempo e o resultado é uma espécie híbrida que, além do termo “burro”, também pode ser chamada de muar, mula ou mu. O muar é um equídeo robusto, que aguenta caminhar por longos períodos e por um meio ambiente bem adverso. Esse animal é dócil, possui pernas bem longas e consegue treinar com mais facilidade.
Características Gerais
O tamanho que um burro apresenta pode variar de acordo com a raça, mas, no geral, eles medem entre 0,8 m e 1,6 m de altura e pesam entre 80 e 480 quilos. Os burros que vêm de países pobres vivem entre 12 e 15 anos, enquanto os que nascem em nações mais ricas podem viver entre 30 e 50 anos. Esse animal consegue viver nas margens desérticas. Diferentemente dos cavalos, os burros que vivem em locais secos não tem hábito de formar haréns. Na fase adulta, os burros têm o hábito de criar os seus próprios ambientes domésticos.
Os sons emitidos pelos burros normalmente duram vinte segundos e alcançam um raio de aproximadamente três quilômetros, o que lhes ajuda a não perder contato com outros indivíduos de sua espécie em grandes terrenos. Como possuem grandes orelhas, eles são capazes de captar sons a longas distâncias. Esses animais usam a mordida para se defender, além da clássica ferramenta conhecida como “coice” (golpe feito com os cascos dianteiros ou com as patas traseiras).
Burro Albino
O burro albino, também chamado de Asino dell’Asinara, vem de terras italianas, mais especificamente da parte noroeste da Sardenha, na ilha de Asinara. Nesse local, grande parte da população de asnos selvagens é albina ou parcialmente albina, inclusive um grupo reduzido de burros cinzentos que também possui esse sistema genético.
O asno de Asinara é um dos oito animais italianos que são reconhecidos pelo Ministero delle Politiche Agricole Alimentari e Forestali, que, basicamente, é o ministério italiano da agricultura e da silvicultura (ciência que estuda como regenerar e melhorar povoamentos florestais). Na Sardenha, o burro albino tem nomes como ainu, borricu e molenti.
Existem um pouco mais de 100 desses equídeos na ilha de Asinara. O resto dessa população vive na reserva natural de Porto Conte, em Alghero e em locais como o Istituto di Incremento Ippico, que fica na Foresta di Burgos, na província de Sassari. Além disso, esses animais também podem ser achados na Toscana e na Emília Romanha.
O asno de Asinara está ligado a uma mudança genética na população de burros da Sardenha. Essa mutação teria acontecido após esses animais terem sido deixados para trás quando os moradores de lá foram retirados de forma violenta. Esse domínio da região aconteceu por causa de uma lei criada em 1885, que dizia que Asinara seria transformada em uma colônia. Outra hipótese plausível para esse albinismo tem a ver com o Egito, pois acredita-se que os asnos de Asinara sejam descendentes de burros brancos que vieram de lá para a Itália no século XIX.
Multiplicação da Espécie
O processo de gestação de uma jumenta costumar durar 12 meses, apesar de, em alguns casos, durar entre 11 e 14 meses. É muito raro esse asno ter gêmeos, apesar da possibilidade ser maior do que nos cavalos. Aproximadamente 2% das fêmeas grávidas geram gêmeos, com possibilidade de sobrevivência dos filhotes próxima aos 14%. Normalmente, as fêmeas dos asnos possuem 60% menos taxa de concepção do que as éguas.
Embora a fertilidade das fêmeas entre em processo de recuperação durante nove ou dez dias após o seu parto, ela permanece baixa e existe grande possibilidade dela nunca mais voltar ao normal. Isso significa que a fêmea do asno precisa esperar dois ciclos de reprodução para conseguir ter filhotes novamente, situação diferente das éguas. As fêmeas dos asnos são protetoras dos seus filhotes e, em alguns casos, elas recusam o acasalamento enquanto seus filhotes ainda estiverem ao seu lado.
Devido à demora que os burros têm para se reproduzir, os criadores desses equídeos sabem que não conseguirão criar um grande número desses animais. Por isso, eles estimam em torno de três a quatro filhotes a cada quatro anos.
Cruzamento Familiar
Os burros podem se acasalar com outros animais equídeos, sendo o mais comum deles o cavalo. A mistura entre cavalos e mulas acaba sendo a mais utilizada, pois o animal gerado é visto em muitos países como um ser útil para o trabalho. Existem algumas espécies de burros, como o Asino di Martina Franca, que possuem um maior porte e servem apenas para a procriação de asnos.
O híbrido entre um garanhão e um burro é cruzamento possível, porém, bem menos utilizado. Um fato curioso nessa questão de cruzamentos é que dependo de quais forem as espécies cruzadas, o filhote pode nascer estéril. Além dos cavalos, os asnos são capazes de acasalar com as zebras, gerando um animal que pode ser chamado de zonkey (termo em inglês) ou até mesmo de zebroide.
Modo de Agir
Os burros são conhecidos por serem teimosos, mas isso está ligado a um grande senso de autopreservação. Os burros têm um instinto de presa muito grande e isso diminui muito a sua conexão com os seres humanos. Portanto, é muito mais complicado obrigar um burro a fazer alguma tarefa do que um cavalo, pois ele não fará nada que ele considere perigoso para si próprio. Por outro lado, esse animal se torna um grande companheiro depois que passa a confiar em seu dono, pois está sempre disposto a trabalhar.
Embora os estudos sobre as atitudes desse animal não sejam tão aprofundados, acredita-se que o burro possui um bom nível de inteligência, sempre age com cautela e gosta muito de brincar e de aprender coisas novas.