Um dos animais mais belos do mundo, sem dúvida, é a borboleta. De múltiplas cores, formas e tamanhos, trata-se de um inseto que, além de visualmente bonito, possui uma grande importância no que diz respeito à polinização das plantas. Dentre as inúmeras espécies e subespécies existentes, hoje iremos falar um pouco sobre a borboleta azul de palos verdes, expondo aqui suas características, habitat e outras informações interessantes.
De nome científico Glaucopsyche lygdamus palosverdesensis, essa é uma das muitas subespécies de borboletas espalhadas ao redor do mundo que se encontram ameaçadas de extinção. Por ser nativa especificamente da Península de Palos Verdes, localizada no Condado de Los Angeles (Califórnia, EUA), trata-se de uma das borboletas mais raras do mundo.
Características da Espécie
Esse tipo de borboleta foi descrita pela primeira vez em 1977, um pouco antes, por sinal, de ser listada na Lei de Espécies Ameaçadas lá nos EUA em 1980. Em 1983, mais ou menos, acreditava-se que a subespécie estava praticamente extinta, com apenas cerca de 6 indivíduos tendo sido fotografados em março daquele mesmo ano. O que se supunha é que essa borboleta tenha desaparecido devido ao desaparecimento de seu habitat natural, especialmente em decorrência de incêndios.
Contudo, alguns anos depois, em 1994, foram descobertos novos indivíduos dessa subespécie, compartilhando, inclusive, as mesmas características físicas daquelas que julgavam totalmente extintas. E, falando em termos físicos, esse inseto possui entre 25 e 30 mm de envergadura das asas, com o macho possuindo uma asa dorsal de coloração azul prateada, e com uma linha bem delineada em seu peito. A asa dorsal da fêmea, por sua vez, tem uma cor cinza-acastanhado.
O que machos e fêmeas desse tipo de borboleta têm em comum são as asas ventrais, que são acinzentadas, com manchas escuras envoltas em círculos brancos.
Fases da Vida de uma Borboleta Azul de Palos Verdes
A colocação de ovos se dá uma única vez por fêmea em épocas reprodutivas, existindo cerca de 4 estágios larvais pelos quais esse animal passa. Depois de uns 7 ou 10 dias de ovos colocados, as pequenas lagartas da subespécie emergem, arrastando-se para a base da planta onde esses mesmos ovos foram depositados.
Depois eram se transformam em pupas, e ficam num estágio de dormência, chamada de diapausa, o que dura mais alguns dias. É aí que as pupas, tendo terminado sua metamorfose, emergem como borboletas adultas. E, lembrando ainda de que tanto o período de voo, quanto o reprodutivo acontecem juntos, ao mesmo tempo. Geralmente, esse período vai do fina de janeiro ao início de maio.
Durante essa nova fase de sua vida, é muito difícil ver um indivíduo dessa subespécie ficar muito longe de sua área de alimentação. Contudo, pesquisas recentes têm mostrado que machos da borboleta azul de palos verdes percorrem distâncias maiores que as fêmeas, e ainda ficam mais tempo em pleno voo, o que pode ocasionar de um deles se distanciar mais de seu lugar de origem.
Alguns Hábitos Desse Inseto
Essa borboleta possui hábitos essencialmente diurnos. Além disso, não existem relações monogâmicos entre os indivíduos, sendo, portanto, uma população denominada de panmítica, ou seja em que todos são parceiros em potencial.
Outra característica muito peculiar no comportamento dessa borboleta é que ela não possui hábitos migratórios, mesmo tendo a possibilidade de voar para lugares distantes, como acontece com outras espécies. É igualmente interessante que esse inseto escolha a dedo as plantas que vai colocar seus ovos, e geralmente a escolhida é a erva-cidreira.
No geral, a vida útil de um espécime adulto é de apenas 5 dias, Em se tratando de relacionamento com outros tipos de borboletas, as larvas da azul de palos verdes pode competir com larvas de outras espécies licenóides pela mesma planta onde irão se desenvolver.
Glaucopsyche Lygdamus: Espécie de Onde Surgiu a Azul de Palos Verdes
A espécie que deu origem à borboleta da qual estamos falando aqui é nativa da América do Norte, e uma de suas principais características é ter uma coloração azul prateada bem típica nas asas. Grande parte dos exemplares desse inseto é encontrada nos Estados Unidos e no Canadá, estando presentes também em algumas ilhas altas do Ártico.
Existem atualmente 16 subespécies dessa borboleta, sendo que uma delas é a azul de palos verdes. Fora isso, existem algumas outras espécies que guardam semelhanças (especialmente, físicas) com esta aqui, como é o caso da azul de cauda oriental ou a azul de Boisduval.
Importâncias das Borboletas em Geral para o Meio Ambiente
Fora a questão de muitas espécies de borboletas serem bonitas, visualmente falando, é inegável que esses animais também possuem uma função primordial para a natureza. Atualmente, conhece-se cerca de 58 mil espécies espalhadas pelo mundo, com aproximadamente 80% vivendo em regiões tropicais, e todas elas cumprem um papel que é o de polinizadoras das plantas.
É verdade, porém, que as borboletas não são tão eficazes quanto as abelhas no quesito “polinização”, porém, elas conseguem fazer um ótimo trabalho nesse sentido, especialmente com as flores que se abrem durante o dia. E é interessante notar que esses insetos costumam escolher flores que sejam grandes e bem coloridas para pousarem, o que faz com que capturem o pólen em suas pernas (involuntariamente, é claro), enquanto coletam o próprio néctar da flor.
Por terem, na maior parte das vezes, um ciclo de vida anual, dependendo sempre das mesmas condições ambientais, as borboletas são bastante sensíveis a mudanças climáticas, como é o caso da poluição ou simplesmente a destruição de seus habitats naturais. Ou seja, são seres mais responsivos do que pássaros, plantas e animais que tenham um ciclo de vida bem maior que o delas. Em suma: abundância de borboletas em um determinado ambiente significa que aquele ecossistema está perfeitamente saudável.
Além disso, importante frisar que um aumento gradativo desses insetos é um indicativo também de um aumento na quantidade de plantas. Porém, a grande contribuição desses animais continua sendo mesmo o da polinização, especialmente agora com a diminuição drástica da quantidade de abelhas pelo mundo. Por isso, a diminuição ou até extinção de espécies e subespécies como a azul de palos verdes é bastante prejudicial, inclusive, para nós, seres humanos.