Temos aqui uma espécie que parece evitar o ser humano, graças a Deus. Tudo o que se sabe dela é resultado das poucas situações em que essa baleia se viu meio que obrigada a interagir com os homens. Para a sorte delas, parece que evitam embarcações e raramente são vistas no mar.
Baleia de Andrews
A mesoplodon bowdoin, também conhecida como baleia de andrews ou baleia bicuda de bowdoin foi registrada pela primeira vez em New Brighton Beach, Nova Zelândia, em 1904. Foi descrita em 1908 por RC Andrews e batizada com o nome de George Bowdoin, um administrador do Museu Americano de História Natural. A espécie é conhecida a partir de encalhes de apenas cerca de 35 animais. Como já dito acima, a baleia bicuda de bowdoin não faz a menor questão de encontrar embarcações e raramente são vistas no mar.
Sua cor é predominantemente de um cinza bem escuro e azulado. A ponta do bico, até a borda posterior dos dentes, é branca. O lado ventral dos flancos também pode ser mais pálido. Os machos adultos, às vezes, têm uma espécie de ‘sela’ acinzentada de trás do sopro para a barbatana dorsal. As fêmeas têm menos branco no bico. Os machos adultos são freqüentemente cobertos com muitas cicatrizes longas e lineares de dentes (provavelmente infligidas por outros machos), e ambos os sexos podem ter cicatrizes ovais de picadas do tubarão cortador de biscoito.
Tem um corpo redondo e profundo no meio do comprimento e uma cabeça estreita. A fronte não é proeminente. O bico é curto e grosso, e a mandíbula inferior tem um arco ascendente distinto. Este arco é mais pronunciado nos machos do que nas fêmeas. Os machos adultos têm um par de dentes grandes posicionados na metade da mandíbula, no ápice do arco.
Estes dentes curvam-se ligeiramente para fora do maxilar superior. Eles são largos e planos, com uma borda anterior reta ou frontal, uma borda posterior curvo convexa e um dentículo apontando para frente na ponta. Os dentes erupcionados são cobertos principalmente por pele e tecido gengival, de modo que apenas a ponta de cada dente é exposta. Como é típico das baleias de bico, os dentes não entram em erupção nas fêmeas. A barbatana dorsal é pequena e triangular com uma ponta arredondada.
A baleia bicuda de bowdoin pode ser confundida com a baleia de blainville. O queixo da baleia de bico de blainville (também dentada nos machos) é muito mais arqueado que o da baleia bicuda de bowdoin, tendo esta última um bico proporcionalmente mais longo. Baleias de bico de dentes de ginkgo também podem ser confundidas com as baleias bicudas de bowdoin no mar, mas os dentes dessas baleias mal se projetam acima da gengiva, ao contrário das baleias de andrews.
A identificação precisa de espécies é difícil para essa e para a maioria das outras espécies de baleias de bico, mesmo para animais encalhados, com a identificação de fêmeas e juvenis sendo particularmente ainda mais problemática. Embora a anatomia craniana e a morfologia dos dentes sejam úteis, as características distintivas podem se aplicar apenas aos adultos. Recentemente, técnicas genéticas moleculares foram aplicadas na identificação de baleias de bico. Um banco de dados de sequências de DNA mitocondrial foi compilado para todas as espécies conhecidas, tornando possível atribuir de forma confiável animais individuais a uma determinada espécie.
Outras Características e Comportamentos
Um adulto de baleia bicuda de bowdoin pode atingir os cinco metros de comprimento com peso médio variando entre uma tonelada a uma tonelada e meia. Quando nascem, os filhotes já terão cerca de dois metros. Deduz-se que as as fêmeas amamentam seus filhotes. Provavelmente essa espécie deve se movimentar em águas profundas, abaixo da linha de 1000 metros.
Baleias bicudas de bowdoin são encontradas em águas temperadas do hemisfério sul ao norte da convergência antártica. A maioria dos registros é de encalhe na Nova Zelândia, na Austrália e nas ilhas subantárticas Macquarie e Campbell. Como é visto tão raramente, é possível que esta espécie viva em águas profundas, longe da terra.
Presume-se que essas baleias se alimentam de lulas e peixes de águas profundas, e possivelmente de crustáceos e equinodermes (ouriços do mar e estrelas do mar) encontrados no fundo do mar. Por não terem dentes funcionais, presumivelmente capturam a maior parte de suas presas por sucção. Apesar de precisarem vir a superfície para rerspirar, as grandes profundidades para as quais esses mamíferos viajam podem resultar em mergulhos que duram mais de 45 minutos.
Praticamente nada se sabe sobre o comportamento genético e geral desta espécie. A estação de parto nas águas da Nova Zelândia parece ser durante o verão e o outono. As baleias bicudas de bowdoin são mamíferos marinhos bem lentos. As baleias de bico têm algo como “bolsos de barbatana”, que permitem que as nadadeiras sejam escondidas para reduzir o arrasto ao nadar.
Quando são avistadas, estas baleias geralmente são vistas sozinhas e, se estiverem em grupo, parecem se limitar a um máximo médio de cinco baleias.
Funções No Ecossistema
Mesoplodon bowdoini afecta o ambiente através da alimentação de lulas e ocasionalmente de peixe, os quais podem afetar as suas populações. Baleias em geral são identificadas como espécies chaves num ecossistema, ou seja, a extinção de uma baleia pode resultar também na extinção de várias outras espécies.
Em sua caçada pra satisfazer a fome, todas as baleias comem em grande quantidade e acabam levando consigo muito do sedimento e com isso modificam a suspensão de nutrientes e sedimentos na coluna d’água, contribuindo para a ciclagem dos nutrientes. Muitas espécies de baleias ao se alimentarem de uma grande diversidade de peixes reduzem suas populações a níveis intermediários, moderando a competição entre essas espécies e impedindo que alguma dessas espécies domine o ambiente e reduza assim a biodiversidade.
Medidas Gerais de Conservação
Baleias de um modo geral sobrevivem em um ambiente ameaçado que já dificulta a sobrevivência de algumas espécies. O comércio ganancioso que busca adquirir a gordura, ossos e carnes de baleia foi o responsável por uma absurda mortandade predatória de espécies até o meado do século 20. Uma reeducação que visa a conservação da espécie é fundamental para que os níveis dos recursos naturais do mar se harmonizem novamente. Projetos e medidas que possam sem implementadas para não só proteger as espécies ameaçadas mas também todo o ambiente marítimo em si é de suma importância. Precisa ser eficiente e urgente pois estamos falando da vida de nosso planeta como um todo, algo que não interessa só a ambientalistas mas a todos nós se ainda quisermos ter vida de qualidade.