Os avanços da medicina na produção de antídotos contra a picada de algumas das cobras mais mortais do mundo tornaram esse tipo de acidente menos letal. No entanto, números revelam que um verdadeiro exército de quase 2,5 milhões de indivíduos são atacados, todos os anos, por animais peçonhentos.
Desses, cerca de 126 mil acabam morrendo, enquanto pouco mais de 400 mil ficam com sequelas que podem ser gravíssimas, como cegueira, perda de um membro, problemas cardíacos, estresse pós-traumático, entre outras inúmeras consequências.
Mas, apesar de ainda ser, de alguma forma, considerada um problema de saúde pública, a OMS (Organização Mundial da Saúde) preferiu reconhecer esse problema como fruto da negligência dos países mais afetados, e não mais apenas como um possível reflexo do desequilíbrio da natureza.
Abaixo, segue uma lista com alguma das cobras mais mortais do mundo. Algumas delas, presença constante no imaginário popular de várias gerações de indivíduos.
1. A cobra da morte
Quem quer que pretenda conhecer a célebre Acanthophis antarcticus — presente em praticamente todas as listas das 10 cobras mais mortais do mundo — terá que deslocar-se até às mais exóticas regiões da Papua-Nova Guiné, Indonésia e Austrália.
Nesse último caso, em meio às regiões de charneca, nas planícies temperadas, floresta de esclerófila (úmida e seca), entre outras regiões.
Os seus modestos 60 centímetros de comprimento não dizem tudo sobre essa espécie, bastante agressiva, e que pode ser identificada pelas suas cores marrom, cinza-esverdeado, preta e alaranjada, basicamente.
A sua reprodução ocorre por meio da gestação de filhotes em seu interior (geralmente entre 15 e 20 a cada ciclo de gestação), que costumam atingir a fase adulta por volta dos 36 meses de vida.
Quando perguntados sobre se a “cobra da morte” realmente merece esse apelido, os estudiosos são categóricos ao afirmar que, sim, elas são extremamente perigosas.
E para isso, basta ter em mente que em apenas um ataque ela consegue inocular até 100 g de uma potente toxina capaz de, em questão de horas, comprometer, drasticamente, a troca de informações entre os neurônios no cérebro de um indivíduo.
2. Taipan-do-interior
A taipan-do-interior ou Oxyuranus microlepidotus, ou ainda “cobra de barriga amarela”, gaba-se de ostentar a fama de “a cobra mais mortal do mundo”. Mas, apesar disso, essa ilustre personalidade do continente australiano ainda é envolta em muitos mistérios.
Facilmente encontrada nas planícies temperadas da Austrália, nos bosques, pastos e charnecas alpinas da Oceania, essa típica representante da família Elapidae é às vezes confundida com as suas parentes mais próximas, a “taipan-das-cordilheiras-centrais” e a “taipan-costeira”.
A ação da neurotoxina inoculada no organismo da sua presa é uma das mais eficazes que existem, pois entre 3 e 4 horas a circulação sanguínea é quase que totalmente interrompida, muito por conta do grave comprometimento do Sistema Nervoso Central.
Reza a lenda que a quantidade de neurotoxina presente em uma simples picada da taipan-do-interior é capaz de matar mais de 100 indivíduos adultos ou cerca de 240 ratos —um potencial devastador realmente digno de consideração.
3. Biúta (Bitis arietans)
Essa é a não menos famosa Bitis arietans, uma espécie de víbora que é, sem dúvida, o “cartão de visitas” do continente africano — especialmente nas regiões de savana e pastagens.
O seu não mais que 1 metro de altura, rapidez incomparável, o conhecido barulho (semelhante a um sopro) que faz como uma técnica de defesa, além das suas variegadas cores (amarelo, marrom, laranja e vermelho), a tornam uma das espécies mais singulares dessa região.
Requintes de crueldade caracterizam o ataque desse animal, cuja toxina (altamente poderosa) atinge diretamente as células, matando-as, inclusive as responsáveis pelas defesas do organismo.
Estudos comprovaram que apenas 100 g do veneno dessa serpente é capaz de matar um indivíduo adulto em 24 horas, quando não resulta em graves sequelas, como a amputação do membro.
É uma das cobras mais mortais do mundo, e responsável pela maioria das ocorrências de acidentes com ofídios no continente africano, muito por conta de espalhar-se abundantemente pelo continente, e, para piorar, sentir-se bastante confortáveis em ambientes urbanos.
4. Mamba negra
O nome “mamba negra” é conhecidíssimo, pelo fato de ter sido imortalizado em várias obras do cinema, sempre que se precisava tratar de serpentes em alguma região do continente africano.
A sua principal característica é, sem dúvida, a velocidade. Com uma capacidade de atingir até 20 km/h, ela é considerada a serpente mais rápida em ambiente terrestre, e também uma das cobras mais mortais do planeta. Ela é capaz de matar, com conteúdo da sua toxina, até 20 indivíduos adultos.
São cerca de 100 mg de veneno em cada mordida, e quando essa substância atinge uma artéria, por exemplo, o indivíduo poderá apenas contar com a sorte, pois em pelo menos metade dos casos a morte é praticamente inevitável — e sem a administração do veneno ela é impossível.
Poucas horas depois, surgem uma série de sintomas como: dor no local, náusea, febre, excesso de salivação, visão dupla, dor abdominal e vômitos, que podem evoluir para convulsões, parada respiratória, choque anafilático, hemorragia interna, entre outros sintomas, que praticamente decretam a sentença de morte do paciente em até 3 horas.
5. Cobra-Marrom (Pseudonaja textilis)
Definitivamente, a Austrália é o “lar das serpentes mais mortais do planeta”. E dessa vez a estrela é a temida Pseudonaja textilis, uma espécie conhecida por ter, para alguns, o veneno mais mortal entre as espécies terrestres. Apenas 1 ml é o suficiente para matar um indivíduo adulto em não mais que 4 horas.
Tal é a ferocidade dessa espécie, que o que se diz é que ela é capaz de perseguir, impiedosamente, alguém que a tenha agredido, mordendo-o várias vezes seguidas, enquanto injeta uma poderosa toxina com ação hemotóxica, comprometedora da coagulação sanguínea e capaz de danificar, severamente, o Sistema Nervoso Central.
Sapos, ratos, rãs, aves e demais mamíferos pequenos, fazem parte do cardápio desse temível produto da natureza.
Mas a boa notícia é que a cobra-marrom não costuma atacar os seres humanos, ela prefere fugir. No entanto, quando são incomodadas, a sua reação surge de forma impiedosa contra o pobre invasor, que não poderá oferecer a menor resistência.
6.Cobra-real (Ophiophagus hannah)
Finalmente, uma espécie com a qual, certamente, você não desejará cruzar caso esteja a passeio pelas planícies da índia ou pelas florestas de coníferas da China, ou mesmo pelo sudeste asiático, é a imponente Ophiophagus hannah.
Trata-se de uma verdadeira fera da natureza! Famosa por devorar outras serpentes (inclusive da sua própria espécie), ser a serpente venenosa com o maior comprimento dentre todas (entre 4 e 6 m), além de ter a mordida mais devastadora — capaz de inocular uma quantidade de veneno incomparável na natureza.
Há uma lenda que diz (não se sabe se com verdade) que a cobra-real, após chocar seus ovos cuidadosamente em um ninho construído com a vegetação local, simplesmente abandona-os, segundo os nativos, para evitar que, movida pelo seu instinto, acabe devorando-os.
Ela é considerada uma parente direta da lendária “cobra Naja”, e até possui características bem parecidas, como, por exemplo, expandir as membranas laterais do seu pescoço quando sente-se ameaçada, ou levantar praticamente todo o corpo, a fim de poder olhar o seu oponente nos olhos.
Essa foi a nossa lista com as cobras mais mortais do mundo. Mas, e a sua? Deixe-a, logo abaixo. Mas também não deixe de compartilhar essas informações com os seus amigos, parentes e conhecidos.
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