As arraias são seres fascinantes, e, pra quem já teve a chance de estar muito próximo a alguma delas (em algum mergulho esportivo, por exemplo) sabe o quanto esses animais podem ser interessantes e, sob certo aspecto, muito bonitos.
Mas, você sabe quais os hábitos e características desse animal, principalmente, em relação aos seus aspectos reprodutivos?
Bem, é o que vamos desvendar a partir de agora.
Dúvida Cruel: Raias ou Arraias?
Antes de começarmos a falar efetivamente sobre os aspectos gerais desses animais, vamos a uma dúvida muito comum a respeito deles.
Muitos se perguntam qual a forma correta para designar esses animais, porém, biólogos afirmam que ambas as formas (raia e arraia) estão corretas. Ainda assim, o termo mais aceito continua sendo raia, mesmo, mesmo que arraia também esteja dentro da designação certa desses magníficos peixes.
Agora, que já elucidamos essa simples questão, vamos conhecer mais sobre as arraias (ou raias, como queira).
Características Físicas
Em sua cavidade bucal, as arraias possuem dentes formados por coroas achatadas, proporcionando uma forte sucção. Em termos físicos, as arraias se assemelham aos tubarões, em especial, os tubarões-martelo. E assim como seus parentes mais próximos, as arraias possuem mecanismos eficientes para viverem embaixo d’água, como um que permite detectar campos elétricos e magnéticos, fazendo com que se locomovam com extrema facilidade, desviando de eventuais obstáculos no meio do caminho.
O que diferencia as arraias é o formato de suas caudas e a maneira com que se reproduzem. Pra se ter uma ideia, algumas espécies desses animais possuem cauda alongada e larga, cujo objetivo é sustentar as nadadeiras dorsais e caudais. Já, existem outras espécies de arraias onde a cauda é um formato de chicote (nada mais apropriado, portanto, do que um órgão desses ser usado como mecanismo de defesa).
Além de detectar campos elétricos e magnéticos, as arraias conseguem nadar muito bem devido à ondulação das nadadeiras peitorais, que são muito expandidas. Por sinal, as escamas placóides, que são tão comuns nos tubarões, estão ausentes em grande parte dos corpos e nadadeiras peitorais das arraias.
Algumas arraias também produzem “choques elétricos” cuja função é atordoar as suas vítimas. Existe a Arraia-elétrica, por exemplo, que pode descarregar até 200 volts de energia, o que é um choque considerável. No entanto, o mecanismo de defesa que é comum a todas as espécies de arraias é ao espinho que possuem na cauda.
Podemos dizer que as arrias típicas possuem barbatanas peitorais como se fossem uma extensão do corpo (que nem “asas”), com forma arredondada ou em losango, Interessante notar que nesse grupo biológico não podemos somente inserir as arraias verdadeiras, mas, também os peixes-serra, os uges ou ratões (que possuem um espinho venenoso na cauda), as arraias eléctricas e os peixes-guitarra, e, por fim, os chamados tubarões-anjos.
Hábitos Gerais
A maior parte das arraias são bentônicas (vivem no fundo do mar, em conato com o substrato do lugar) e carnívoras. Atualmente, são conhecidas mais de 400 espécies de arraias, cujo tamanho pode variar entre 0,15 e 7 metros de envergadura (neste último caso, estamos falando da arraia jamanta, a maior que existe em nossos amares).
Em termos de alimentação, as arraias comem invertebrados bentônicos (e muito ocasionalmente, pequenos peixes). O método de caçada deles é bem simples: elas repousam sob o substrato, cobrindo-se com uma fina camada de areia, e esperando pacientemente por sua comida. Inclusive, podem ficar horas e horas “invisíveis”, somente com os olhos proeminentes de fora da areia.
Já, as arraias maiores, assim como muitos tubarões imensos e baleias, alimentam-se de plâncton, que elas filtram da água (apenas abrem a sua enorme bocarra, a abocanham o máximo de alimento que puderem).
Reprodução das Arraias: Como elas Nascem?
As arraias têm uma reprodução que chamamos de sexuada, ou seja, existe fecundação interna. Inclusive, os machos possuem o que chamamos de “órgão copulatório”, que é uma espécie de modificação nas suas nadadeiras pélvicas. Esse órgão também é chamado por outros nomes, como mixopterígio e clásper.
Como existem várias espécies de arraias, elas, em termos de reprodução, são classificadas em dois grupos bem distintos: as ovíparas e as vivíparas.
No caso das ovíparas, os seus ovos são protegidos por uma cápsula queratinosa escura e grossa, com uma espécie de gancho nas extremidades, onde os ovos ficam presos até o momento da eclosão deles. Quando os filhotes de arraias nascem, eles possuem um órgão chamado de glândula de eclosão frontal. Esse órgão solta uma substância que dissolve a cápsula que o envolve os ovos, permitindo, assim, que possam sair deles. Bom destacar que eles nascem meses após a cópula, e são idênticos aos adultos.
Já com relação às arraias que são vivíparas, o embrião se desenvolve no interior das fêmeas, alimentando-se de um um amplo saco vitelínico. É uma gestação que dura, pelo menos, 3 meses, com os filhotes ficando de 4 a 5 dias em cima da fêmea. Interessante notar também que os espinhos ou farpas dos filhotes que nascem estão em uma espécie de bainha, que evite que machuquem a mãe ao nascer, ou quando estão sob seus cuidados.
Importância Para a Natureza
Temos que ter ciência, em primeiro lugar, que as arraias (assim como os tubarões) estão no topo da cadeia alimentar em seus respectivos habitats naturais. Ou seja, elas se alimentam de outros animais, mas, é muito difícil de serem predadas também (por isso, estão no topo da cadeia).
E, o que isso tem a ver com a importância deles para a natureza? Tudo!
Todo e qualquer animal que esteja no topo de uma cadeia alimentar, significa que eles são controladores naturais de suas presas, evitando, dessa forma, que populações inteiras de certas animais se espalhem por aí, causando desequilíbrio naquele ambiente.
Na verdade, trata-se de um ciclo, pois os predadores que estão no topo consomem outros predadores menores, que se alimentam de herbívoros, que comem plantas. Sem arraias e tubarões, esse ciclo seria quebrado, e desastroso para aquele meio ambiente.
Por isso, é importante preservarmos as arraias para continuarmos a ter esses animais fascinantes nadando pelas águas mundo afora.
Olá, gostaria de saber se teria as referências que usou.