Uma das principais curiosidades (ou fatos interessantes) sobre a “Ariranha” diz respeito às inúmeras denominações que elas receberam dos indígenas em seu habitat natural.
Onça-d’água, Lobo-do-rio, Lontra-gigante…para cada uma das suas características ela é comparada a um animal; mas nenhum deles consegue descrever o que representa esse membro da subfamília Lutrinae, único representante do gênero Pteronura, animal exótico da fauna da América do Sul, quase como uma espécie endêmica e símbolo da fauna do Rio Amazonas e do Pantanal Mato-grossense.
Entre os membros da família Mustelidae, a ariranha é o maior, capaz de atingir respeitáveis 1,9 m de comprimento, sendo que só de cauda teremos aí cerca de 64 cm!
O peso das ariranhas geralmente oscila entre 30 e 38 kg (machos) e 23 e 28 kg (fêmeas), o que é considerado um assombro, principalmente quando estamos falando de um animal que, aparentemente, não possui grandes atrativos físicos.
Ela é a Pteronura brasiliensis!, um exótico animal com um par de olhos grandes e assustadores, uma pelagem discreta, escura e lisa, patas curtas e largas, cauda longa e achatada, dedos com membranas que lhes tornam excelentes nadadoras, crânio acanhado, orelhas diminutas, além da sua inconfundível mancha mais clara na região do pescoço, que as diferencia sobremaneira dos demais membros dessa comunidade.
Mas o objetivo desse artigo é fazer uma lista apenas com curiosidades e fatos interessantes acerca das ariranhas. Fatos e curiosidades interessantes, e que costumam surpreender até mesmo os que convivem de perto com esse animal.
1.Estão No Topo Da Cadeia Alimentar!
Por mais improvável que isso possa parecer, as ariranhas pertencem a um seleto grupo onde estão os leões, as onças, ursos, águias, entre outras verdadeiras “forças da natureza”.
Na América do Sul elas também são membros de um grupo da mesma forma restrito, onde estão a onça pintada, a onça-parda (o puma) e o Jacaré-açu.
Acreditem, essas ariranhas – essas mesmas que vocês podem ver nessas fotos – estão no topo da Cadeia Alimentar! sem predadores naturais! em um daqueles fatos e curiosidades que só mesmo na natureza selvagem podemos encontrar.
Apesar de preferir um banquete à base de peixes, o que se diz é que, em situações de escassez, até mesmo jacarés e cobras de pequeno porte podem ser vítimas da fúria das ariranhas.
2.A Hierarquia Entre Elas
Uma outra curiosidade e fato interessante acerca desse animal, as ariranhas, é com relação aos seus processos reprodutivos.
E a curiosidade aqui está no fato de que, durante essa fase, as fêmeas costumam reunir-se em grupos. Mas somente uma, a “fêmea dominante”, é que terá a primazia de ser fecundada, enquanto o que sobra para as outras, em posições submissas, é simplesmente aceitar essa condição.
Após a cópula, a fêmea deverá passar por um período de até 2 meses de gestação, para só então dar à luz entre 2 e 5 filhotes, que nascem cegos, peludos e completamente indefesos.
Já as outras, as “enjeitadas”, deverão associar-se em um novo grupo, para continuarem, dessa forma, o mesmo singular e curioso fenômeno da reprodução das ariranhas.
2.Uma Foca das Américas!
As ariranhas definitivamente são espécies únicas na natureza. Se não bastasse a dificuldade que os indígenas tinham para defini-las, elas ainda apresentam um comportamento que em nada condiz com o que seria normal nessa subfamília Lutrinae.
O normal, nessas comunidades, é que se observe um comportamento discreto, afeito a esconderijos em grutas e tocas, como uma estratégia da natureza para protegê-las do assédio dos seus principais predadores.
Mas não é o que acontece com as ariranhas! Aqui o que temos é um animal altamente sociável, divertido, brincalhão, com hábitos diurnos, apreciador de uma boa algazarra, inclusive para uma boa interação com os humanos.
3.Não É Um Animal Aquático
Uma outra curiosidade (e também um fato interessante) sobre esse animal – as ariranhas – , é que elas não são consideradas espécies aquáticas, como seria o mais provável de se imaginar.
Na verdade o termo mais correto para nos referirmos a elas seria o de um animal “semiaquático”, já que as ariranhas caracterizam-se por passarem mais tempo fora do que dentro d’água – cerca de 2/3 do tempo.
As investidas em ambiente aquático – geralmente rios, mananciais, lagos, córregos, entre outras fontes de água limpa, calma e abundante de peixes – são apenas para a captura de alimentos, que serão saborosamente degustados na superfície, como é típico dessa subfamília Lutrinae.
4.Elas Não São Lontras!
Não, as ariranhas não são lontras. E ai de quem ousar confundi-las!
Apesar de pertencerem à mesma família Mustelidae (da subfamília Lutrinae), elas separam-se quanto aos seus gêneros: Lontra (para as lontras) e Pteronura (para as ariranhas).
Mas talvez a diferença marcante entre esses dois animais esteja no tamanho! E nesse quesito a diferença salta aos olhos!, numa proporção de cerca de 35 kg de peso e 1,8 m de comprimento para as ariranhas, e não mais do que 12kg e 1m de comprimento para as lontras.
Outras diferenças dizem respeito à preferência das ariranhas por grandes corpos d’água (diferentemente das lontras, que se contentam com fontes mais discretas), além das preferências alimentares, que são bem mais abrangentes nas lontras.
5.Uma Espécie Hidrodinâmica
As ariranhas são animais formidáveis! Para deslocarem-se nas profundezas das águas, elas foram dotadas com o que há de melhor em hidrodinâmica.
Por isso mesmo elas adotam o ambiente aquático com uma desenvoltura de fazer inveja aos peixes mais hábeis da natureza.
O seu corpo tem o formato de um torpedo, a cauda movimenta-se semelhante a nadadeiras, o crânio é pequeno, os membros (durante as investidas) permanecem curiosamente juntos ao seu corpo, além de uma capacidade de permanecerem até 10 ou 15 minutos submersas, graças a um sistema que lhes permite duplicar a quantidade de oxigênio no sangue.
Vê-se, portanto, que estamos falando de uma espécie única na natureza! Cuja presença em um ecossistema significa a sua saúde e exuberância! E que por isso mesmo, mais do que nunca, precisa ser preservada para o bem da biosfera terrestre! Assim como as demais espécies que contribuem, cada qual com as suas características, para o equilíbrio do meio ambiente.
Caso queira, deixe a sua opinião sobre esse artigo. E aguarde as nossas próximas publicações.