Da nossa fauna, muitas aves são um espetáculo à parte. São inúmeras espécies que, em seu habitat natural, embelezam todo e qualquer lugar. É o caso da simpática arara maracanã-nobre, que, por sua aparência, assemelha-se mais a um papagaio do que uma arara, e que vamos falar mais a seguir.
Arara Maracanã-Nobre: Principais Características
De nome científico Diopsittaca nobilis, essa arara também é conhecida pelos nomes populares de arara-nanica, ararinha-nanica, maracanã e maracanã-pequena. Ela é uma ave da ordem Psittaciforme (que inclui mais de 360 espécies conhecidas de pássaros), e da família Psittacidae, que é a mesma dos periquitos, araras, papagaios e jandaias.
Uma de suas peculiaridades mais curiosas é a tonalidade de azul que faz parte de sua testa, o que confere um ar ainda mais exótico a essa ave. Além disso, a pele ao lado do bico e ao redor dos olhos é branca, com uma pequena coloração vermelha na parte média das asas. O restante do corpo é totalmente verde, lembrando bastante os nossos conhecidos papagaios. Inclusive, ela é a única arara que possui a ponta das asas completamente verde, e não azuis, como acontece com as demais espécies.
As patas são o que chamamos de zigodáctilas, ou seja, possuem dois dedos virados para frente, e mais dois dedos virados para trás. Só lembrando que, via de regra, a maioria das aves possuem três dedos das patas virados pra frente e apenas um virado pra trás.
Trata-se, inclusive, de um animal que também não possui dimorfismo sexual, ou seja, os machos são idênticos às fêmeas, com a exceção de que estas são um pouco menores. Essa, por sinal, é uma características inerente às araras de uma maneira geral.
Essas ararinhas medem cerca de 35 cm de comprimento e pesam em torno de 170 g. Essa ave pode ser encontrada desde o leste da Venezuela, até o norte do Brasil, passando também pelas Guianas. Habitando uma variedade grande de ecossistemas, essa espécie pode ser encontrada em cerrados, buritizais e caatingas, além de plantações de até 1.400 m acima do nível do mar. Como se vê, uma gama enorme de locais que podem ser considerados as casa naturais da arara maracanã-nobre.
Em geral, quando é época reprodutiva, vivem em pares, mas fora desse período, também são muito comuns serem visto em bandos de poucos indivíduos. Com relação à reprodução, colocam de 2 a 4 ovos, que são chocados por um período que vai até 24 dias. Após cerca de 60 dias, os filhotes já começam a deixar o ninho. Antes disso, são o que podemos chamar de altriciais, ou seja, que dependem totalmente dos pais nesse período delicado de suas vidas.
A nidificação, inclusive, vai depender bastante da posição geográfica em que a ave se encontre, afinal, a construção de ninhos requer uma época boa, de clima adequado. Como estações do ano variam bastante na América do Sul em geral, e, especificamente, onde essa ave é encontrada, a época de nidificação depende de país pra país.
Quanto à alimentação, a arara maracanã-nobre não se diferencia muito de outros parentes seus, comendo, em geral, nozes, sementes, frutas e flores.
Distribuição Geográfica aa Arara Maracanã-Nobre
Essa espécie é endêmica em boa parte da América do Sul, sendo encontrada desde o leste da Cordilheira dos Andes até o centro do Brasil. Na Venezuela, por exemplo, são distribuídos ao sul de Orinoco, e nas Guianas ficam localizadas mais perto da costa. Já, no Brasil, as localidades em que podem ser encontradas são nas regiões Norte (como na Amazônia), Nordeste (como Piauí e Bahia) e Sudeste (Rio de Janeiro e ao Paulo). Também podem ser encontradas ao leste da Bolívia, e sudeste do Peru.
De uma forma geral, são aves que também podem migrar de maneira sazonal, principalmente em direção a áreas costeiras, o que acaba fazendo com que, em certas situações, sejam distribuídas de maneira irregular.
Reprodução da Fala Humana
A arara maracanã-nobre, assim como toda e qualquer espécie de arara, também pode, sob certo aspecto, reproduzir a fala humana. Claro, não é algo tão perfeito como acontece, por exemplo, com os papagaios, mas, ainda assim, é impressionante como essas aves conseguem imitar falas humanas e outros ruídos em geral.
Essa habilidade é devido a uma área específica do cérebro, que é responsável por armazenar sons distintos e reproduzi-los. Pelo menos, é o que cientistas têm descoberto nos últimos anos. Essa área específica é dividida em duas partes, e estas são subdivididas em um núcleo e o invólucro que fica de cada um dos lados.
Não que essas áreas não existam em outras aves, mas, cientistas descobriram que as que conseguem reproduzir a voz humana são as que têm essa parte do cérebro mais desenvolvida, como é o caso das araras e dos papagaios. Esses mesmos pesquisadores acreditam que essas mudanças ocorreram há milhões de anos, o que só foi evoluindo com o passar do tempo.
Acredita-se ainda que esse processo de imitação dos sons ao redor se deu quando houve a duplicação dessa região do cérebro dessas aves correspondentes aos núcleos e invólucros deles. O que os cientistas ainda pesquisam é porque essas duplicações ocorreram.
Conservação da Espécie
Até hoje, não existem dados concretos, mas, estima-se que essa espécie de ave é bastante comum nos habitats onde é normalmente encontrada, e não há risco iminente de extinção para ela. O que acontece, em especial no Brasil, é a proibição de captura e venda de espécies selvagens, com a arara maracanã-nobre inclusa nessa proibição, obviamente.
Essas aves são as menores araras existentes em cativeiro, seja em zoológicos, seja como animal de estimação. Inclusive, quando estão em cativeiro, são bastante sociáveis e amigáveis., sendo também aves de fácil procriação
Ainda assim, são espécimes que podem chegar a ficar ameaçadas de extinção com o passar do tempo, tanto por causa da caça predatória, quanto devido à destruição de seus habitats naturais. Em cativeiro, por sinal, essa ave consegue chegar aos 23 anos de idade. Já na natureza, a expectativa de vida desse animal de, pelo menos, 35 anos, com alguns indivíduos chegando aos 40 anos caso o seu habitat esteja em condições adequadas de sobrevivência.