Também chamadas Aranhas-de-petrópolis, ou aranhas-de-telhado, o nome científico da aranha-maria-bola é Nephilingis cruentata , parente das Nephilas, não é considerada agressiva e seu veneno não é perigoso para o homem.
No ano de 2007, várias reportagens chamaram a atenção de naturalistas, para a invasão de aranhas-maria-bola na cidade, ocupando as fachadas de quase todos os prédios e monumentos daquela cidade histórica.
A aranha-maria-bola é nativa da África, então, 1, não possui predadores naturais em nossas terras, acrescente a isso o fato de, 2 ,Petrópolis ser uma cidade serrana, muito arborizada e de clima úmido, ou seja oferecendo amplas condições para a proliferação de insetos, portanto comida farta para a aranha-maria-bola, 3 ,indivíduos com uma alta taxa de reprodução, fatores que somados a, 4 , enorme quantidade de prédios antigos com muitas madeiras e, 5 , pouco zelo dos moradores, criaram condições ideias para a proliferação da espécie.
Características da Aranha-Maria-Bola
Uma das mais impressionantes imagens divulgadas desta invasão, além dos grandes aparentes manchões das fachadas, que na verdade eram colonias de aranhas, mostravam uma lagartixa, que em geral imaginamos devorar aranhas, sendo devorada por uma aranha-maria-bola, uma imagem assustadora e sinistra. Provavelmente a lagartixa foi caçar e saiu caçada…
A voracidade da aranha-maria-bola é deveras impressionante: grilos,baratas, aranhas menores, lagartixa, conforme comprovada pela foto e até pequenas aves podem tornar-se refeição. Esta voracidade, que as habilita a devorar vítimas maiores que elas, foi alvo de estudos por bioquímicos do Instituto Butantã.
Descobriu-se que tão logo a vítima, ainda viva, é imobilizada, a aranha-maria-bola regurgita sobre ela uma enzima gosmenta espessa e alaranjada, que dissolve os tecidos da vítima, tornando-os uma pasta lamacenta, que ela vai ingerindo lentamente, a medida que dissolvem até os ossos, até não sobrar nada, e a medida que come, vai defecando as partes já digeridas.
Digestão das Aranhas-Maria-Bola
Durante muito tempo imaginou-se que o líquido utilizado pelas aranhas para derreter suas vítimas fosse o seu próprio veneno, entretanto o estudo desta característica gulosa da aranha-maria-bola lançou nova luz sobre o assunto.
Tais fluidos digestivos são sintetizados nas células secretoras do intestino e são muito rico em enzimas que quebram ou transformam proteínas, gorduras e açúcares em moléculas menores, que podem ser convertidas em energia mais facilmente. Ao todo, eles caracterizaram quase 400 enzimas.
O fluido digestivo mostrou conter entre as enzimas: carboidrases, que digerem carboidratos (açúcares) e quitinases, especializadas na degradação de quitina, polímero natural responsável pela dureza do exoesqueleto de artrópodes. Dentre as enzimas proteolíticas, que degradam proteínas, as astacinas foram as sintetizadas em maior quantidade. A digestão em duas fases — uma extracorpórea e outra intracelular — é uma característica selecionada ao longo de milhões de anos, permitindo a essas aranhas passe longos períodos sem se alimentar. Nas células do intestino, a parte dos nutrientes que não foi transformada pelo fluido digestivo é armazenada, essa reserva provê os nutrientes necessários para manter essas aranhas vivas durante os longos períodos de escassez de alimentos.
Hábitos da Aranha-Maria-Bola
Aranhas-maria-bola são, segundo a mesma pesquisa, capazes de memorizar informações de experiências vividas, aperfeiçoando métodos ligados à caça e à construção da teia, de acordo com o tamanho das presas que pretendem capturar. Quando apanham uma presa grande, as aranhas cortam os fios que sustentam a teia, fazendo-a envolver o futuro jantar e limitar os seus movimentos. Já as presas pequenas são imobilizadas com a injeção de veneno, que as paralisa. Acredita-se que essa plasticidade é decorrente da memória de eventos predatórios anteriores, teoriza-se que as aranhas-maria-bola são capazes de se lembrar de diferentes aspectos de suas presas, como o tamanho ou o tipo, e também de se recordar do número de animais capturados previamente. Um indício disso é que as dimensões gerais, o formato e o espaçamento entre as espiras da teia levam em conta a frequência e o tamanho dos animais capturados.
A analise do comportamento de caça das aranhas-maria-bola, bem como de outras espécies, sugerem que certos comportamentos evoluíram ao longo do tempo, sendo modificados e transmitidos para o repertório comportamental de outras aranhas, de maneira sistemática, como resposta a estímulos do ambiente em que elas vivem, ou seja a medida que a aranha vive novas experiências, certos comportamentos são aprimorados em resposta aos desafios impostos pelo ambiente.
Infestação da Aranha-Maria-Bola
Infestação de aranhas, como as observadas na cidade de Petrópolis, obviamente não são bem vinda, e produzem bastante desconforto. A cidade ficou com um aspecto muito feio, sujo e macabro em alguns locais, também foi relatado um aumento considerável de acidentes envolvendo picadas de aranhas que criou alarde entre as autoridades responsáveis pelo controle de zoonoses, sem entretanto registro de mortes, comprovando a baixa toxidade do veneno da aranha-maria-bola.
A adoção de medidas simples, solucionou o problema da infestação, através de campanhas de conscientização popular relacionadas ao manuseio de lixo, destinação correta de restos alimentícios, armazenamento de materiais de construção civil, mobiliário antigo, utilização de inseticidas e higienização de ambientes com a utilização de aspiradores de pó e vassouras, simplesmente para remover teias em cada cantinho dos imóveis da cidade.
Benefícios da Aranha-Maria-Bola
Mas pra que serve tanta aranha? Perguntariam alguns com tendencia aracnofóbica. Quando há uma infestação de seres vivos, torna-se evidente que fatores estão facilitando a reprodução daqueles indivíduos, não há reprodução em larga escala sem excedentes de alimentação, tais fatores foram fundamentais para a infestação na cidade de Petrópolis. E o que alimenta aranhas? Insetos. Donde sem aranhas para combater excedentes de insetos, seriamos vítimas da infestação de baratas, mosquitos, moscas, grilos, para mencionarmos alguns poucos. Aranhas cumprem importante papel de controle ecológico. Estima-se que em todo o mundo as aranhas comem anualmente entre 400 a 800 milhões de toneladas de insetos e pequenos animais.
A flexibilidade e resistência de suas teias tem gerado pesquisas quanto ao seu uso na confecção de coletes balísticos, para choques e produção de próteses para tendões e ligamentos artificiais de membros, muitos estudos e descobertas cientificas relacionados a busca de novas terapias tem no veneno das aranhas sua matéria prima.
Nunca toque em um animal peçonhento, como uma aranha, mas analise a possibilidade de transporta-lo para um local ecologicamente mais adequado à sua sobrevivência, lembre-se de que o desequilíbrio ecológico é culpa dos humanos, nunca dos animais.
Tenho uma morando na minha varanda, há meses. É muito pacífica e medrosa, quando se assusta se esconde em seu casulo feito de teia. Agora teve filhotes, mais de uma centena! Até batizei-a de “Dona Amália”, hehehe!
Olá, estou com uma morando perto do meu quarto, no exterior da casa, logo abaixo do telhado. Queria saber o que vc fez com os filhotes… eles saíram espontaneamente ou vc tomou alguma providência? Simpatizo com a minha tb, mas não quero uma infestação!
Bom eu tentei ficar em convivência, até chamei de Rubia! Mas elas infestam muito rápido. E não param de crescer.
No final precisei de despedir da Rubia da Rebeca e da Nádia, as mais íntimas.
E não é piada não