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Animais Que Vivem no Gelo e em Temperaturas Negativas

O ser humano que afirma gostar de frio ou calor só diz isso porque pode fazer uso de artifícios pra suportar ambos os extremos. Falar que gosta é fácil, mas quero ver sobreviver assim sem ter tais auxílios à disposição, depender só dos próprios recursos do organismo para sobreviver.

Este é o admirável caso dos animais. Nosso artigo será dedicado a esses que, em especial no frio extremo, foram abençoados pela natureza para sobreviver com resistência a temperaturas as vezes extremamente negativas.

Ursus Maritimus (Urso polar)

Um caçador de focas com pêlo nevado, o urso polar é o mais novo de todos os ursos. Na mesma linhagem do urso pardo, ele provavelmente se separou de seus primos de cabelos escuros há menos de 100 mil anos, quando chegaram à América do Norte pelo Estreito de Bering.

Esse animal se adaptou tão bem as regiões polares do hemisfério norte que hoje encontra-se ameaçado de extinção justamente pelo degelo. Os ursos polares viajam dezenas de quilômetros em busca não só de comida mas também das condições climáticas favoráveis, ou seja, ele caça o frio.

Marmota Marmota (a marmota)

Já tentou dormir no frio extremo? É horrível! Se você for do tipo que gosta de se mover na cama então, está condenado. No frio, só é possível dormir bem se você estiver “todo embalado”. Uma movimentação leve pra fora daquela zona aquecida e o frio congelante que tocar na sua pele te despertará num sobressalto.

Para a marmota, porém, este é o clima ideal pra aquela soneca tranquila! No inverno, nas montanhas, ao longo dos Alpes europeus por exemplo, a marmota prepara seu ninho aconchegante, põe a plaquinha de “não perturbe” na toca e vai dormir em paz, a vida passando em câmera lenta nesse estágio.

Protegidos por uma espessa camada de gordura e amontoados um contra o outro, as marmotas dormem profundamente durante os longos meses de inverno. A temperatura do seu corpo perde mais de 30° Celsius. Sua temperatura corporal cairá quase o mesmo que o ar ao redor delas.

Rana Sylvatica (Rã da floresta)

E por falar em dormir, esse aí passou dos limites. Para sobreviver ao frio extremo esse anfíbio tem um jeito peculiar de “dormir” até o frio passar. Sabe como? Para de respirar! Parece mentira, mas não é!

Essa rã seria de uma banalidade incomparável se não fosse capaz de suportar estar completamente congelada. No inverno, ela se instala no subsolo e pára de respirar e para a circulação sanguínea também. E isso não a mata! Pelo contrário: na primavera, ela retoma sua vida tranquila.

Vulpes Lagopus (Raposa do Ártico)

Enquanto muitos dormem bastante no inverno, essa danadinha aí continua em plena atividade. Embora a raposa do Ártico esteja ativa durante todo o ano e não hiberna, ela tenta preservar a gordura reduzindo sua atividade locomotora.

As raposas do Ártico devem suportar uma diferença de temperatura de até 90-100° Celsius entre o ambiente externo e sua temperatura corporal interna. As raposas acumulam suas reservas de gordura no outono, às vezes aumentando seu peso corporal em mais de 50%. Isso proporciona maior isolamento durante o inverno e uma fonte de energia quando a comida é escassa.

Canis Lupus Arctos (Lobo do Ártico)

Já que falamos de ficar em plena atividade durante o frio extremo, que tal passear durante o inverno rigoroso, apreciar o vento geladinho? Pois é, se você no frio corre pra um abrigo onde haja lareira ou aquecedor, esse lobo aí aproveita o frio extremo pra viajar, e muito.

A única época em que esse lobo gosta de migrar é durante o inverno, quando há escuridão total no Ártico. Pesquisadores que tentaram estudar seus movimentos de migração, tiveram que sofrer pra instalar instrumentos ao sul do Alto Ártico, quando a temperatura era tão baixa quanto -53° Celsius.

Mallotus Villosus (Peixe capelim)

Falamos aqui já das dificuldades de dormir, se movimentar ou viajar no frio. E o que dizer de tomar banho? Água gelada? Tem vídeos aí de alguns loucos mergulhando em mares ou lagos e rios gelado mas o que dizer de viajar longos percursos em uma água congelante? É assim que vive esse peixe.

No inverno e no início da primavera o capelim migra, percorrendo mares tão gelado quanto os mares da Noruega, Rússia, Finlândia ou Groenlândia. Estamos falando de temperaturas que podem alcançar -11° Celsius nessas águas, e esse peixe fica pra lá e pra cá aí no período de desova. E tanto ele como seus ovos resistem a esse frio!

Mallotus Villosus
Mallotus Villosus

Pinnipedia (Focas e Morsas)

Já que entramos nas águas geladas, não poderíamos deixar de falar destas espécies, não é mesmo? Pra não falar de um ou outro, resolvemos englobar logo todos em sua ordem, os pinípedes. Esse é o nome de uma ordem de mamíferos aquáticos, como morsas, leões-marinhos e focas, cujos membros são modificados em barbatanas.

Todos esses pertencem a famílias diferentes dentro dessa ordem, mas todos tem pelo menos uma características que os assemelham: são animais marinhos que vivem especialmente em águas geladas, com raríssimas exceções.

Pinnipedia
Pinnipedia

A morsa vive basicamente nas águas do ártico, os lobos e leões marinhos habitam os costões e praias rochosas especialmente de regiões isoladas e de águas geladas, as focas vivem nos oceanos de ambos os hemisférios principalmente confinados a climas polares também com talvez uma única exceção.

Aptenodytes Forsteri (Pinguim imperador)

Saindo do mar e de volta a terra, ou melhor, pra o gelo, falamos agora dos pinguins. E nesse caso poderíamos falar de todos pois, se o assunto é sobreviver a clima frio, todas as espécies de pinguim são ótimos voluntários de pesquisa. Mas escolhemos destacar o pinguim imperador por uma particularidade.

Na Antártida, está frio. Mas muito frio. Durante o verão, na beira do oceano, durante a parte mais quente da estação, você não passa dos 4° Celsius para abrigo. Pasmem pois essa temperatura pra o pinguim imperador é calor, que se estabelece silenciosamente no outono.

Pra ele, bom mesmo é quando retorna o inverno. No cardápio: nevasca, tempestades, noites de 22 horas, centenas de quilômetros a percorrer a pé. E as temperaturas caem sorrateiras abaixo de -30° Celsius.

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