Com exceção das espécies marinhas extintas nas extinções em massa, das quais nós, seres humanos, não presenciamos, a vida marinha esteve quase intacta desde o início de sua evolução até pouco tempo atrás. Atualmente, a biodiversidade marinha conta com cerca de 200 mil espécies de plantas e animais marinhos conhecidos. E, levando em conta estimativas fundamentadas, este número pode variar de 500 mil a 5 milhões de espécies; consequência do fato de que há muito mais do fundo do mar inexplorado do que do território terrestre. Também é consequência deste fato a preservação de espécies marinhas.
As extinções posteriores daquelas em massa se devem, principalmente, à conquista do globo pelos homo sapiens e sua rápida ascensão na cadeia alimentar.
Diferente das gazelas que, na medida em que os leões se tornavam mais ferozes, passaram a correr mais rápido, os gigantes marsupiais, por exemplo, não tiveram o tempo necessário para que a evolução os adaptasse para a chegada dos homo sapiens à Austrália. Apesar de nossa espécie ter condenado ao esquecimento diversas espécies a cada território recém conquistado, os habitantes dos oceanos mantiveram-se intactos por muito tempo. Enquanto os gigantes marsupiais não resistiram, os gigantes marinhos, tais como as baleias e o tubarões, resistem até hoje.
A extinção daqueles que habitam as águas é, relativamente, recente, pois implica a intervenção dos humanos nos oceanos. São fenômenos recentes a pesca intensiva, os efeitos colaterais do aquecimento global, a poluição alarmante dos oceanos, entre outros fatores. Em um futuro próximo, muitas espécies marinhas correm um extremo risco de extinção, e, suas existências, são de suma importância para os ecossistemas. Sendo assim, neste artigo exploraremos as causas, as consequências, as providências tomadas, entre outros aspectos que dizem respeito à extinção de animais marinhos.
Os Primeiros Extintos
Os primeiros registros de extinção de animais marinhos datam das extinções em massa; aquelas que, normalmente, marcam a mudança de um período da história e têm suas causas naturais. Um bom exemplo para ilustrar este fato é a extinção do Cretáceo-Paleógeno, ocorrida há cerca de 65,5 milhões de anos, que atingiu principalmente a vida marinha. Neste período, foram aniquilados da Terra grupos de moluscos e de cocolitóforos (algas marinhas unicelulares); além disso, não resistiram também muitos grupos de répteis marinhos.
Saindo do campo das extinções naturais, e adentrando aquele das extinções decorrentes da interferência humana, contamos com registros graves que tendem a tornar-se cada vez mais alarmantes caso grandes intervenções não ocorram.
As Extinções e a Ação Humana
Com o desenvolvimento de ferramentas e tecnologias para a caça, os animais marinhos tornaram-se mais acessíveis. Deste modo, a ascensão da caça passou a afetar de forma significativa a vida marinha, resultando em novos registros de extinção. Em 1768 foi declarado extinto o Dugongo-de-Steller, quando seu último representante foi caçado. A causa da extinção foi a interferência humana; a espécie fora utilizada como fonte de alimento por colonos, e, sendo assim, foram necessários apenas 27 anos de contato com o ser humano para que a espécie fosse declarada extinta.
Outra espécie extinta foi a Foca-Monge-do-Caribe, em 1990. Esta espécie, única das focas declarada extinta pela ação humana, fora alvo da caça intensa de colonos europeus. E, também foram declarados extintos na década de 1990 o Leão-Marinho-Japonês e o pássaro Canarian Oystercatcher, respectivamente, por consequência da caça intensa, e por conta do esgotamento de sua fonte de alimentação devido à pesca comercial.
Outros exemplos mais recentes são os rinocerontes-negros-do-oeste, vítimas da caça desenfreada e que, mesmo protegidos por leis e ambientalistas, em 2011 perderam seu último espécime, e George, o Solitário, o último representante das tartarugas-gigantes-de-galápagos que faleceu no dia 24 de junho de 2012. Além disso, há também o golfinho Baiji, considerado extinto em 2006, e, em 2007, declarado “funcionalmente extinto”, após suposto avistamento de um espécime.
A Ameaça à Vida Marinha no Presente
Além das espécies já declaradas extintas, temos hoje muitas classificadas como vulneráveis. São exemplos, a toninha (o mais ameaçado de extinção dos golfinhos), o peixe-boi marinho (já extinto em muitas localidades), o pássaro po’ouli que não conta com avistamentos desde 2004 e, ainda, a criticamente ameaçada tartaruga-de-pente, protegida pelo Projeto Tamar.
Por conta da ascensão da ameaça à vida marinha, providências já foram tomadas. Um ótimo exemplo é o Projeto TAMAR, fundado em 1980 devido à necessidade da criação de um programa de conservação marinha por parte de especialistas. O projeto atua não somente pelas tartarugas marinhas, mas pela biodiversidade como um todo, promovendo a conservação dos ecossistemas marinho e costeiro.
Além de projetos como o citado acima, atualmente as ameaças de extinção de animais marinhos são, inclusive, pauta da publicidade para aproximação da temática ambiental; há, por exemplo, diversas campanhas para diminuir o uso de plástico. A imagem da tartaruga, por exemplo, é hoje constantemente associada à comoção sobre as consequências negativas do impactos dos resíduos plásticos nos oceanos.
Diante da Ameaça
Hoje nossas tecnologias permitem a exploração excessiva das águas, tanto da pesca quanto da extração de recursos, alcançando, assim, uma extensa gama de espécies. Para prevenir uma futura extinção marinha em massa causada pela ação humana, seriam necessárias rigorosas medidas de regulamentação da pesca, de controle de resíduos nos oceanos, de extração de recursos naturais, entre outros fatores de natureza econômica e política que perpetuam a ameaça aos oceanos.
Entretanto, apesar de não termos a mesma influência de grandes indústrias sob o meio ambiente, são válidas todas intervenções bem intencionadas; desde campanhas publicitárias que motivam pequenas ações, tais como dispensar o uso de canudos ou de sacolas plásticas, perpetuando a comoção sobre as ameaças às espécies marinhas, até intervenções governamentais visando a preservação da biodiversidade.
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