Será que existem animais extintos que a ciência já ressuscitou? De acordo com as últimas novidades da ciência, sim. Mas essa não é uma tarefa fácil, já que é extremamente difícil encontrar amostras bem conservadas de restos de animais extintos dos quais os cientistas possam extrair o seu DNA adequadamente.
As técnicas mais avançadas implicam a retirada do material genético de um determinado fóssil para ser implantado em uma célula compatível e capaz de se reproduzir sem defeitos que comprometam a formação da vida.
Porém essa técnica possui determinadas nuances. Nesse caso, o que é possível fazer atualmente é utilizar o DNA de uma espécie extinta, descartar as sequências que, inevitavelmente, apresentam-se danificadas, e completar essas sequências com as de espécies mais próximas.
Mas os cientistas alertam para o fato de que, quanto mais distante for o processo que extinguiu determinada espécie, mais difícil (e quase impossível) será a sua “desextinção” – como no caso dos dinossauros, por exemplo, que, apesar dos avanços da ciência, nenhum cientista arrisca-se em determinar a possibilidade de trazer à vida.
Abaixo, segue uma lista com alguns dos animais extintos que a ciência já conseguiu ressuscitar até o momento.
1.Equus quagga ou Zebra-da-planície
Quem observa uma zebra-da-planície percorrendo a imensidão das savanas africanas e das planícies da África do Sul, Etiópia, Quênia, Sudão, Tanzânia, entre outros países do lado oriental do continente africano, não imagina que na virada do séc. XIX para o séc. XX não existia sequer vestígios dessa espécie no mundo.
Mas no ano de 1984 a espécie teve a honra de figurar entre os animais extintos que a ciência já ressuscitou, por meio do “Projeto Quagga”, da Universidade da Cidade do Cabo.
Por meio do uso da manipulação seletiva e do que há de mais novo no campo da genética, os pesquisadores recolheram fragmentos de peles, pelos e ossos de um exemplar da lendária espécie Quagga.
O passo seguinte foi justamente recompor as sequências genéticas imprestáveis com as sequências da atual zebra-da-planície (uma variedade da antiga Quagga) e criar uma espécie híbrida, o “Equus quagga”, que, de acordo com os cientistas, é a mesma espécie que viveu no continente há mais de 200 anos.
Hoje a Equus quagga (ou zebra-da-planície) é a mais abundante em todo o continente africano. E a ela juntam-se as espécies Equus zebra e Equus grevyi para formar a tríade das únicas espécies de zebras conhecidas no mundo.
2.O Bucardo
No ano de 2.000 o último exemplar de um Bucardo (ou Capra pyrenaica pyrenaica), uma variedade de cabra originária dos Pireneus, morreu curiosamente esmagado por uma árvore que desabou sobre ele.
Mas em 2003, uma equipe de cientistas do Centro para Pesquisas e Tecnologia Alimentar de Aragón, Zaragoza, Espanha, decidiram, de forma bastante ousada, que iriam simplesmente “desextinguir” o animal por meio da manipulação genética.
E foi justamente o que eles fizeram ao introduzir o DNA de um exemplar de bucardo em células de cabras comuns, produzindo, com isso, uma espécie de híbrido com as mesmas características do animal extinto.
O animal produzido não sobreviveu mais do que 10 minutos, mas, de acordo com os cientistas, o resultado alcançado pode ser considerado, sim, como um processo de “desextinção” de uma espécie animal.
3.Lobo da Tasmânia
Outro animal extinto que a ciência ressuscitou foi o famigerado Lobo da Tasmânia que, diferentemente do que se imagina, não é apenas uma simples invenção das histórias em quadrinho.
Ele foi o maior entre os marsupiais que habitavam as paragens longínquas da Nova Guiné e Austrália, e que tiveram o desprazer de cruzar o caminho dos terríveis traficantes de animais silvestres que infestavam a região à época.
O resultado disso foi a sua total extinção no ano de 1930. Mas, no entanto, ele jamais poderia imaginar, à época, que a sua história não seria totalmente interrompida.
Isso porque um grupo de cientistas australianos e norte-americanos já conseguiram extrair o DNA dos inúmeros exemplares que foram empalhados há mais de 100 anos. E esse material já foi introduzido em células de ratos – e com bastante sucesso -, para a alegria dos pesquisadores.
4.Rã Incubadora
A rã incubadora é outra prova viva da capacidade da ciência de ressuscitar animais extintos. Essa é outra espécie típica do continente australiano, e que possui características no mínimo sui generis.
Como o seu processo reprodutivo, por exemplo, que é um dos mais singulares da natureza. Após a fecundação e a postura dos seus ovos, a fêmea simplesmente os engole para que eclodam no seu estômago, e os filhotes sejam paridos pela boca.
No entanto, o ano de 1983 foi o “fim da linha” para essa espécie. Ela foi declarada extinta pelos principais institutos de preservação ambiental.
Mas a sorte da Rheobatrachus silus ou simplesmente “Rã incubadora” também mudaria quando uma equipe de pesquisadores australianos utilizaram-se dos métodos mais modernos de clonagem (e do que se chamou de “transferência nuclear somática”) para introduzir o DNA da antiga Rã incubadora em ovos de rãs comuns.
A nova espécie não sobreviveu mais do que alguns dias, mas o suficiente para dar como exitosa a experiência.
5.Pombo Viajante Empalhado
Por fim, outra experiência exitosa de ressuscitamento de animais extintos por intermédio da ciência foi a do curioso “Pombo-viajante” ou “Pombo-passageiro”. Uma espécie típica da América do Norte até 1914, e que costumava transformar o dia em noite, tal a quantidade de pássaros que enfestava os céus daquele continente.
Mas tudo indica que esse fenômeno possa ser novamente registrado um dia por algum pesquisador mais atento aos movimentos dessa espécie, já que cientistas do Smithsonian Institute já conseguiram introduzir o DNA de um exemplar de um Pombo-passageiro, de nome Martha – que havia sido empalhado -, em células de um pombo comum.
Agora tal experiência só depende mesmo de novos e exaustivos testes, até que se possa garantir a segurança da reprodução dessa espécie na forma de um híbrido, que possa voltar a compor essa imensa e quase incalculável comunidade de animais que compõem a incrível fauna da América do Norte.
Definitivamente, as possibilidades da ciência, por meio da manipulação genética, parecem não ter limites. Mas, gostaríamos que deixasse a sua opinião sobre isso por meio de um comentário, logo abaixo. E continue acompanhando as nossas publicações.
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