A Região Sul se diferencia bastante do resto do Brasil tanto por conta de sua cultura com grande influência europeia quanto por conta de seu clima, já que ela é a única região do país que não se localiza na zona tropical, mas sim abaixo da mesma.
Colonizada por diversos povos europeus (alemães, espanhóis, portugueses, holandeses…) a Região Sul possui a menor extensão territorial do Brasil e cabe dentro do estado de Minas Gerais, localizado na Região Sudeste do Brasil.
Portanto, por conta de seu clima diferente e inverno mais rigoroso, os sulistas vivem com animais que podem não ser encontrados tão facilmente em outras regiões do Brasil; e consequentemente, possuem espécies específicas em processo de extinção.
Vamos nesse artigo, te apresentar alguns animais extintos na Região Sul, características gerais dessas espécies de animais e também te contaremos qual a causa dessas extinções.
Animais Extintos na Região Sul do Brasil
Lobo-Guará
O Lobo-Guará é chamado cientificamente de Chrysocyon brachyurus, e é um canídeo endêmico presente em vários locais da América do Sul, a espécie vive principalmente em áreas de cerrado e não está presente apenas no Brasil, mas também em países vizinhos como Paraguai, Bolívia e Argentina. Na Região Sul, ele acabou sendo extinto, por isso pode ser encontrado apenas em outras áreas de savanas e cerrado no Brasil.
Sua estrutura corporal é grande e robusta, ele pode pesar até 30kg e medir até 90cm de comprimento, seu pelo costuma possuir um tom avermelhado típico desse animal, o que atrai muitos caçadores que praticam atividades ilegais. Essa espécie possui hábitos alimentares onívoros, ou seja, ela se alimenta tanto de plantas e frutos quanto de carne de outros animais menores.
Sua extinção na região Sul (e ameaça de extinção em outras localidades onde ele vive) se dá principalmente pela destruição do seu habitat natural, resultado do desenfreado crescimento das cidades que acaba dando fim à diversidade de biomas, além disso, a caça ilegal é um outro elemento de grande peso em sua extinção.
Águia-Pescadora
Conhecida também popularmente como águia-pesqueira, gavião-pescador, gavião-do-mar ou gavião-caipira; seu nome científico é Pandion haliaetus e ela é uma ave de rapina com hábitos bem peculiares.
Essa espécie pode chegar a medir 60cm de comprimento e pesar pouco mais de 1kg, sendo que o macho costuma ser ligeiramente menor do que a fêmea, inclusive em sua plumagem. Suas penas são de cores diferentes ao longo do corpo: marrom na parte superior e na cauda, branca na parte inferior, nas asas e na cabeça.
Por conta de seu nome, já é possível concluir que a águia-pescadora se alimenta principalmente de peixes, mas ela também pode se alimentar de pequenos mamíferos fáceis de serem caçados.
Essa ave é considerada extinta na Região Sul pois ela é originária da América do Norte e tende a migrar para a América do Sul durante o inverno, em busca de climas mais amenos; porém, a região Sul é considerada fria e essa imigração tende a buscar outras regiões, diferente do que acontecia no passado, quando a Região Sul ainda era um destino para a águia-pescadora.
Jacaré de Papo Amarelo
O jacaré de papo amarelo é conhecido cientificamente como Caiman latirostris e é um réptil amplamente presente ao longo da América do Sul, principalmente no Brasil e no Uruguai. Ele apresenta esse nome pois durante o período de acasalamento, seu papo tende a adquirir uma coloração mais amarelada que irá atrair as fêmeas.
Essa espécie tende a viver 50 anos e possui cerca de 2m de comprimento (sendo que já foram encontrados exemplares com quase 4m de comprimento); ela se alimenta principalmente de moluscos e quanto maior o exemplar, maior será a presa.
O jacaré de papo amarelo busca sempre estar às margens de rios, porém, na Região Sul a sua existência foi ameaçada pelo fenômeno da urbanização desenfreada, que acabou destruindo seu habitat. Atualmente, ele pode ser encontrado também em algumas localidades do Rio de Janeiro e São Paulo, um pouco mais afastados das áreas urbanas para que não sejam extintos como foram na Região Sul.
Lontra
A lontra é conhecida cientificamente como Lontra longicaudis e pode ser encontrada em todos os países da América Latina, com exceção do Chile. Ela é considerada um animal semi-aquático e ao contrário do que muitos pensam, não está presente apenas no bioma da Caatinga.
É um animal de porte médio que pode chegar a medir pouco mais de 100cm e pesar até 35kg; ela possui cabeça pequena e pernas “achatadas” e uma característica adaptativa muito boa: a lontra possui uma espécie de membrana entre seus dedos para conseguir se deslocar mais facilmente no ambiente aquático.
Ela se alimenta de peixes e crustáceos, já que sua vida é próxima da água e ela possui grande dependência a esse tipo de ambiente. Por isso, ela acabou sendo extinta na Região Sul; assim como ocorreu com a maioria dos animais extintos, o crescimento desenfreado das cidades acabou dando fim ao habitat natural da lontra e a espécie migrou para outros locais do Brasil e do resto da América Latina.
Importância da Conscientização
A conscientização é extremamente importante para que os animais parem de ser extintos, na maioria dos casos essa extinção é causada por conta da ação humana; seja por meio da caça, seja por meio do crescimento desenfreados das cidades, que tira o espaço natural dos animais e extermina espécies.
A urbanização é muito importante, mas ela deve ser feita de forma consciente para que a flora de nosso país -originalmente conhecida por todo o mundo como extremamente rica, não se torne pobre por conta da ação humana. Todos esses animais ainda existem em outras áreas do mundo, mas se eles vivessem originalmente apenas na Região Sul, isso significaria o fim de 4 espécies riquíssimas para o planeta (lembrando que existem muitas outras que também já foram extintas).
Por isso, além de ler sobre o assunto, é importante que as pessoas entendam o quanto a fauna é frágil e deve ser cuidada, principalmente durante processos de urbanização acelerados.
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