A caatinga é o único bioma que está presente exclusivamente no Brasil, então podemos dizer que grande parte da sua fauna e flora não pode ser encontrada em outros países fora daqui. Ela engloba 10 estados brasileiros e possui uma extesão de 850.000km2, ou seja, 10% do território do país.
A extinção de espécies da Caatinga não é um acontecimento raro já que o bioma é extremamente fragilizado e passa uma imagem de pobre e seco; além de sofrer o uso irresponsável de seu solo para fins econômicos.
Falando sobre a sua vegetação: a Caatinga é denominada de savana estépica e apresenta uma grande parte de plantas que perdem as folhas e possuem troncos que ficam brancos e secos com a passagem do tempo ao longo do ano.
Vamos apresentar neste artigo, quais são os animais em extinção na Caatinga neste momento, apresentar características deles e entender um pouco mais porque eles estão neste estado de extinção no bioma.
Arara-Azul-de-Lear
É conhecida também como Arara, Arara-azul menor e Indigo Macaw em inglês, porém, seu nome científico é Anodorhynchus leari.
A ave possui porte médio podendo chegar a 75 cm de comprimento, possui cor azul que vai mudando de tonalidade ao longo de todo o corpo e um anel amarelo em volta dos olhos; a fêmea e o macho não possuem diferenças visuais.
Ela se alimenta principalmente dos frutos de uma palmeira denominada Licuri.
O principal motivo para sua ameaça de extinção é o tráfico ilegal dessa espécie de ave; além da destruição do seu habitat natural, que afeta também suas áreas de procura por alimento. hoje em dia existem apenas 1.000 exemplares dessa espécie na natureza.
Tatu-Bola
O Tatu-bola é um animal típico do bioma da Caatinga por isso também é conhecido como tatu-bola-da-caatinga, porém, seu nome científico é Tolypeutes tricinctus.
Ele tem a capacidade de fazer uma bola com o corpo ao enrolar, isso é uma estratégia de defesa quando se vê na presença de predadores.
Tem um corpo em média de 50 cm e se alimenta de aranhas, formigas, raízes e frutas.
A extinção dessa espécie está ameaçada por conta da caça predatória, já que é uma espécie exótica, e também pela destruição do seu habitat natural. Sua população diminuiu mais de 30% nos últimos 10 anos.
Bicho Preguiça
Pode ser também conhecido como Preguiça, porém, seu nome científico é Bradypus variegatus.
O bicho-preguiça é considerado lento perante os outros animais porque o seu metabolismo é muito lento, por dia ele se movimenta no máximo 38 metros; eles vivem em média 50 anos e dormem 14 horas por dia.
Se alimentam de raízes, frutos e folhas principalmente da figueira e a única água que eles bebem é o orvalho presente nas folhas de manhã, por isso, é difícil a sua criação em cativeiro. Eles passam a maior parte do tempo em alturas consideráveis nas árvores e só descem uma vez por semana para suas necessidades.
Sua extinção é causada principalmente pela predação humana e pela destruição do seu habitat natural; a sua única forma de defesa é se esconder nas árvores, já que eles não são animais rápidos.
Gato-Maracajá
Pode ser também conhecido apenas como Maracajá, porém, seu nome científico é Leopardus wiedii.
Vive cerca de 13 anos e possui uma cauda mais longa que seus membros posteriores.
Para atrair as presas, ele consegue imitar o som delas mesmas e essa capacidade atinge até pássaros e roedores.
É interessante notar que ele fica a maior parte do tempo no topo das árvores, já que suas patas conseguem virar a um ângulo de 180 graus, e isso facilita a escalada.
A espécie está em extinção pelos mesmo motivos das outras espécies citadas anteriormente: caça ilegal e principalmente a destruição de seu habitat natural.
Calango de Cauda Verde
Pode ser também chamado apenas de Calango, porém, seu nome científico é Ameiva ameiva.
Ele é um réptil que pode ser encontrado apenas na Caatinga que está presente no estado do Piauí; se alimenta de insetos que ficam escondidos nas folhas.
O que difere ele é a cauda que pode se tornar verde ou azulada dependendo das condições da luz.
Sua extinção está ameaçada principalmente por causa da perda de habitat natural e o desmatamento.
Arara Maracanã
Pode ser também conhecida como arara-maracanã-verdadeira, porém, tem o nome científico Ara maracana.
Ela tem uma característica peculiar de apenas se reproduzir dentro do tronco do Mulungu; possuir corpo verde azul e porte médio.
Sua extinção se dá pela falta de perpetuação da espécie já que o Mulungu está sendo cortado pelo desmatamento e elas não reproduzem, além disso, a caça para venda ilegal dessa espécie é muito grande (quando estávamos fazendo essa matéria encontramos um site vendendo-a).
A Ameaça de Extinção
A caatinga se trata de um bioma extremamente fragilizado pela ação natural por conta das secas que são longas, mas também pela ação do homem: o bioma já foi modificado em mais de 80% pela ação ser humano.
Esses números interferem diretamente na preservação das espécies presentes na Caatinga, já que elas estão perdendo seu habitat natural e ao mesmo tempo sendo caçadas para a prática ilegal de venda de animais silvestres.
É importante lermos esse tipo de assunto e termos essa consciência sobre a extinção dos animais brasileiros, porque muitos animais existentes aqui (e principalmente no bioma da Caatinga), como dito anteriormente, não existem em outros lugares do mundo; logo, com essa extinção estamos empobrecendo cada vez mais a nossa fauna, que originalmente era riquíssima.
Por último mas não menos importante, destacamos a importância de não comprar ou comercializar animais silvestres sem a autorização prévia do Ibama. Além de ser crime, a prática estimula o comércio ilegal desses animais, o que acarreta diretamente na extinção das espécies brasileiras.
Se ninguém comprasse esses animais, não existiriam caçadores ilegais! Portanto, não vamos patrocinar a extinção cada vez mais preocupante da fauna brasileira.
Quer saber mais sobre os animais em extinção no Brasil? Leia também: Anfíbios em Extinção na Amazônia