O ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade) vem recentemente monitorando grandes trechos do Cerrado, a fim de detectar quais são os animais ameaçados de extinção, especialmente no estado de Goiás.
O Cerrado é um dos mais belos cenários naturais brasileiros, uma exuberância composta por uma vegetação arbustiva e arbórea, que tão bem caracteriza a região Centro-Oeste do país.
Mas, infelizmente, como não poderia deixar de ser, ele também vem sofrendo com o desmatamento, as alterações climáticas, introdução de espécies vegetais estranhas à região, uso de defensivos agrícolas, entre outras inúmeras agressões resultantes do aumento da população e das transformações pelas quais o planeta vem passando.
O ICMbio monitora espécies ameaçadas de extinção em Goiás juntamente com a União Internacional para Conservação da Natureza (UICN). E eles concluíram que mais de 800 espécies de todo o cerrado brasileiro encontram-se em iminente perigo, enquanto 26 já podem ser consideradas “vulneráveis” ou em vias de extinção.
Ao que tudo indica, a verdadeira “Terra Prometida” da produção de grãos no país está ameaçada! E isso é uma má notícia também para quem necessita de medicamentos que só podem ser produzidos a partir da extração de substâncias de alguns desses animais.
De um verdadeiro “achado” no início dos anos 70 – principalmente por fazer fronteira com outras áreas tão ou mais ricas quanto ele (como o Pantanal, trechos de Mata Atlântica e a Floresta Amazônica) –, agora o Cerrado é alvo de uma série de alterações climáticas e biológicas que vêm atingindo a fundo a sua estrutura, trazendo como resultado o risco de extinção de diversas espécies da flora e da funa da região.
E entre os principais animais ameaçados de extinção no estado de Goiás, estão:
1.O Lobo-Guará (Chrysocyon brachyurus)
Dentre os canídeos do continente americano ele é o maior. São quase 30 quilos, entre 60 e 80cm de altura e entre 90 e 1,2cm de comprimento.
Essas medidas formam um conjunto bastante harmonioso com outras características, como uma cabeça diminuta e pontuda, orelhas avantajadas e levantadas, focinho pontiagudo, cor entre o pardo e o avermelhado, pernas compridas, patas negras, entre outras características bastante particulares.
Tal estrutura física os torna verdadeiras máquinas de correr, saltar e caçar em meio às vegetações e acidentes geográficos mais desafiadores, de onde partem em busca de iguarias como, ovos, aves, pequenos roedores, frutas, legumes, entre outras espécies apreciadas por esse animal tipicamente onívoro.
2.Onça-Pintada: a Panthera onca
Outro animal em extinção no estado de Goiás é a Panthera onca ou a “celebridade do Cerrado: a Onça-pintada. Ela é simplesmente o maior dentre os felinos que podem ser encontrados nas Américas.
Um exemplar pode atingir os vertiginosos 137kg, e, por isso mesmo, é um verdadeiro flagelo na vida de inúmeras espécies de pequeno porte, como: jacarés, veados, tamanduás, tatus, capivaras, entre outros animais que elas escolhem como suas presas.
A mordida de uma Panthera onca não tem comparação entre todos os felinos catalogados. Ela pode estraçalhar por completo um animal do porte de um javali, de uma capivara, de um jacaré, ou mesmo de um ser humano, que nenhuma resistência podem opor à sua fúria.
Mas o que chama mesmo a atenção é o seu porte, esbelto, robusto, com uma estrutura muscular incomparável, uma coloração entre o amarelo e o dourado, entre outras características que a tornam, infelizmente, bastante cobiçadas pelos famigerados caçadores de animais silvestres.
3.Tamanduá-Bandeira
O Tamanduá-bandeira ou Myrmecophaga tridactyla, é outra espécie animal ameaçada de extinção em Goiás. Isso porque as suas exigências alimentares (que requerem algumas dezenas de milhares de cupins e formigas diariamente) só podem ser atendidas se houver um bioma relativamente grande onde elas possam se movimentar. Mas isso é justamente o que falta, não só para eles como para boa parte da fauna do Cerrado Brasileiro!
O Tamanduá-bandeira mende entre 1,9 e 2,3 m de comprimento, pesa entre 38 e 44kg, possui uma pelagem extremamente volumosa (entre o marrom e o acinzentado), um focinho comprido e bastante característico, garras imensas e uma língua da mesma forma comprida, com a qual eles sugam, durante praticamente todo o dia, as suas principais iguarias.
4.Raposa-do-Campo
Lycalopex vetulus é o nome científico da Raposa-do-campo, também conhecida como cachorro-de-dentes-pequenos, raposinha-do-campo, raposa-brasileira, entre outras denominações desse que é um dos menores cães selvagens que compõem a exuberante fauna silvestre brasileira.
Essa espécie dificilmente ultrapassa os 70cm de comprimento (com cauda variando entre os 20 e os 30cm) e os 5kg de peso, mas isso é o suficiente para que eles possam caçar as suas presas favoritas, entre os quais: galinhas, ovos, pequenos roedores, alguns tipos de insetos, entre outras espécies que eles perseguem de forma solitária – como é típico dessa espécie.
A Raposa-do-campo possui uma pelagem cinza-escuro, ventre de cor amarelo, cauda mais escura, além de visão, olfato e audição privilegiadíssimos, que permitem que eles tenham a mesma desenvoltura, tanto de dia como à noite.
5.Cachorro-do-Mato-Vinagre (Speothos Venaticus)
O Cachorro-do-mato-vinagre também é uma espécie típica de Goiás, e está da mesma forma entre os animais da região ameaçados de extinção.
Eles possuem uma altura entre 28 e 32cm, peso entre 5 e 7kg e costumam alimentar-se de pequenos roedores, aves, ovos, crustáceos, pacas, entre outras iguarias que possam encontrar no Cerrado de Goiás, especialmente em leitos de rios, lagos e demais áreas alagadas.
Esta espécie possui características interessantíssimas, como por exemplo, uma habilidade singular para o nado, devido à existência de membranas entre os seus dedos. Sem contar o fato de possuírem uma dentição um pouco diferente do que é comum entre os canídeos.
6.Macaco-Prego Sapajus
Essa é uma espécie típica do continente americano e que no Cerrado Brasileiro encontrou as condições ideais para sobreviver.
Eles geralmente medem entre 37 e 40 cm de comprimento e até 4,7kg de peso (os machos); e entre 36 e 38cm de comprimento e até 3,5 kg (as fêmeas).
Possuem ventre e dorso de cores amarelas (daí a sua outra denominação de macaco-prego-do-peito-amarelo) e patas e cauda escuras. Mas, diferentemente de outras espécies, não possuem o volume de pelos característico no topo da cabeça.
Os macacos-pregos sapajus possuem as características de um animal onívoro: frutas, legumes, verduras, ovos e vertebrados de pequeno porte podem fazer parte das suas dietas.
Aliás, com relação à sua dieta, eles são considerados grandes dispersores de sementes, sendo capazes de dispersar as sementes de quase 100 espécies diferentes de vegetais – o que torna ainda mais dramática a sua extinção no Cerrado Brasileiro.
7.Jaguatirica – Leopardus pardalis
Por fim, esse outro animal pertencente ao Cerrado de Goiás, e que também corre risco de extinção. Eles não são apenas mais uma espécie desse exuberante bioma do Centro-Oeste brasileiro, eles são simplesmente os maiores gatos-do-mato do continente americano, podendo atingir até 20kg de peso e até 1 m de comprimento.
Eles possuem membros avantajados, pelagem rasteira e de cor amarela, manchas circulares e escuras em sua superfície, olhos que variam entre o cinza-claro, verde e amarelado, entre outras características.
A noite é a hora preferida para a caça das suas presas favoritas, entre elas, mamíferos de médio porte, aves, ovos, roedores – espécies que eles podem caçar no solo ou de forma surpreendente no topo de imensas árvores; onde sobem com uma desenvoltura que chega a impressionar os menos familiarizados com essa espécie.
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