As anêmonas-do-mar são animais predadores que pertencem à ordem Actinaria. Possuem essa nomenclatura por conta de uma flor de origem terrestre conhecida como anêmona. Esses animais fazem parte dos cnidários e estão diretamente ligados aos corais, as hidras e as águas-vivas.
Características Gerais
Fisicamente, as anêmonas marinhas tem uma estrutura bem simplificada: elas se parecem com pequenos sacos, ligados por uma pata adesiva que se une a uma espécie de substrato marinho. Seu corpo possui formato de pólipos e sua coluna está unida a um disco oral.
A boca desse animal fica no centro desse disco e é contornada por tabernáculos cheios de cnidoblastos, que basicamente representam a estrutura defensiva do animal e também são usadas para prender as suas vítimas, pois lembram muito a estrutura de um chicote.
Esses cnidoblastos também são conhecidos como nematocistos e trazem consigo uma válvula que detém muitas toxinas e um sensor que é usado para a captura de presas. Pode-se dizer que ao ver uma vítima se aproximando, esse nematocisto aciona esse “chicote” e, automaticamente, essa arma é cravada na presa para que um líquido venenoso possa ser injetado.
Esse veneno possui várias neurotoxinas, cuja função é deixar a presa imobilizada. Essa substância tem grandes efeitos nos crustáceos e nos peixes, que normalmente são as presas preferidas dessas anêmonas marinhas. Entretanto, esse líquido tóxico não faz efeito no peixe-palhaço.
Esse animal tem algo parecido com um buraco gastrovascular que ele usa como estômago e, por mais estranho que pareça, ele usa o mesmo orifício como boca e como ânus, o que significa que alimentos mal digeridos e resíduos ruins para o organismo do animal são expelidos por meio da mesma abertura que essa anêmona marinha usa para se alimentar.
O tamanho dessa anêmona marinha costuma variar entre um e dois centímetros e costumam ter muitos tentáculos, podendo chegar à casa das centenas. Contudo, existem alguns desses animais que têm apenas 10 tentáculos. Esses animais não costumam agir como nômades, o que significa que eles ficam no mesmo local de morada durante toda a vida. As anêmonas-do-mar só mudam de região em casos de muita seca ou se elas notarem que algum inimigo letal está se aproximando.
Multiplicação
Em termos de reprodução, as anêmonas têm órgãos sexuais separados e podem se multiplicar tanto de forma sexuada quanto assexuada. Nas relações sexuadas, os machos soltam o esperma enquanto as fêmeas soltam os seus óvulos, o que faz com que a fecundação ocorra. Tanto os óvulos quanto o esperma são expelidos pelo mesmo orifício (boca/ânus). Após ser fecundado, o zigoto se transforma em plânula (larva produzida por medusas ou por águas vivas) e, depois de se fixar em um determinado local, ele se transforma em anêmona.
Sobre a relação assexuada, esse animal se reproduz de duas formas, uma delas é a laceração, quando o disco base se parte em vários pedaços e dá origem a outras anêmonas e a segunda forma é a gemulação, quando aparece um novo indivíduo por meio do crescimento de uma anêmona marinha.
Relações e Parcerias
A relação entre os peixes-anêmonas e as anêmonas-do-mar é de muita colaboração. A anêmona ritteri costuma hospedar até doze peixes em seus tentáculos, o que mostra que esse animal é bem generalista.
As anêmonas marinhas possuem uma relação muito útil com o peixe-palhaço (Procurando Nemo), pois esse peixe gera um muco que lhe protege do veneno expelido pelos nematocistos dessa anêmona, o que faz com que ela não veja esse pequeno peixe como um potencial alimento.
Essa colaboração da anêmona é muito útil para ele, pois assim o peixinho consegue se proteger de seus predadores e garantir a sua sobrevivência. O nome dessa parceria é inquilinismo, onde uma determinada espécie usa os recursos naturais e a proteção da outra sem prejudicá-la.
Se o “peixinho da Disney” não proporciona nenhum benefício para a anêmona-do-mar, o mesmo não se pode falar do caranguejo-eremita. Como ele é uma exceção entre os caranguejos e não possui nenhum tipo de proteção em seu abdome, ele precisa ficar próximo às conchas largadas que ficam próximas das anêmonas marinhas.
Devidos às células venenosas que as anêmonas têm, esse caranguejo consegue se proteger dos predadores que se aproximam. Entretanto, esse animal ajuda as anêmonas, pois normalmente deixa restos de comida para elas. O nome dessa parceria é protocooperação, pois ambas as espécies se ajudam. Vale lembrar que, apesar da parceria, a união entre ambas às espécies não chega a ser crucial para a sobrevivência.
Anêmona Ritteri
Cientificamente chamada de Heteractis magnifica, também pode ser chamada de anêmona-do-mar magnifica ou anêmona Ritteri. Esse animal é um tipo de anêmona marinha que está ligada ao grupo dos Stichodactyla, nativo das regiões dos Oceanos Índico e Pacífico.
Descrição Física
Essa anêmona se caracteriza por ter um disco oral que varia entre 20 cm e 50 cm de diâmetro, mas dependendo do animal, esse disco pode chegar a um metro de diâmetro. Tanto os tentáculos, quanto o disco e os orifícios orais/anais possuem a mesma coloração, que normalmente variam entre o bege claro e o branco.
Os tentáculos dessa anêmona são bem numerosos e podem ultrapassar a marca dos oito centímetros de comprimento. Essas anêmonas marinhas normalmente possuem tentáculos em múltiplos de seis que se posicionam em círculos de forma concêntrica. As pontas desses nematocistos costumam ser mais claras que as tonalidades dos restos dos tentáculos e, em alguns casos, possuem cores vivas.
Locais de Habitação
Esse predador marinho pode ser encontrado em todas as águas tropicais e subtropicais dos Oceanos Índico e Pacífico, desde a parte oriental africana, o que inclui o Mar Vermelho, até locais como a Polinésia e o sul japonês. Essa anêmona tem preferência por substratos duros que ficam expostos à luz e a uma corrente superficial que tenha até 20 m de profundidade.
Questões Biológicas
A anêmona Ritteri possui dois modos de se alimentar. O primeiro deles é por meio da fotossíntese das zooxantelas simbióticas (organismos unicelulares que possuem um tom amarelado ou castanho). A segunda forma é que por meio de seus tentáculos, pois essa anêmona gosta de usá-los para imobilizar e atordoar presas como invertebrados e peixes mais jovens.
O modo de reprodução da anêmona Ritteri pode ser de forma sexuada, através da transmissão de células masculinas e femininas na água, ou então de forma individual, onde essa anêmona se parte em dois seres, geralmente começando a se dividir pelo pé ou pela boca. A anêmona-do-mar magnífica costuma viver de modo solitário durante toda a sua vida, formando pequenos grupos apenas em alguns locais e momentos especifico de suas vidas.
Segundo algumas análises genéticas, não existem diferenças entre as amostras de anêmonas solitárias e das anêmonas que costumam viver em pequenos agrupamentos. Um fato curioso é que apenas as anêmonas que vivem em grupos costumam se reproduzir de forma assexual, sendo muito raro uma anêmona solitária agir dessa forma.