A anatomia das rãs e a cobertura dos seus corpos contribuem para torná-la um dos principais símbolos de repugnância e aversão dentre as espécies que fazem parte dessa imensa biosfera terrestre.
Elas são seres vertebrados, com esqueleto no interior dos seus corpos, possuem as características de um animal anfíbio; e ainda apresentam-se com os dois gêneros (masculino e feminino), são essencialmente carnívoras, possuem a pele lisa, o “sangue frio”, respiram por meio de brânquias durante a fase de girinos e pelos pulmões na fase adulta, entre outras características bastante particulares.
Na fase de girinos elas possuem caudas, que perdem logo que atingem a fase adulta. A partir daí, desenvolvem-se como um típico animal quadrúpede, com cinco dedos pontudos nas patas posteriores e 4 nas anteriores, além de cabeça, tronco e membro formando um “todo”, sem a delimitação de um pescoço.
Tecnicamente, a estrutura das rãs costuma ser dividida em: Extremidades posteriores e anteriores, Superfície Dorsal, Região Ventral, Superfície Gular, Região do Peitoral, Região Abdominal e Região Pélvica.
Podemos dizer, portanto – de forma bastante simplória e resumida – , que a anatomia das rãs, com exceção da cobertura dos seus corpos, pode ser comparada à dos homens e mulheres, com os seus aparelhos digestivos, excretores, respiratórios, entre outros mecanismos.
Principais Características da Anatomia das Rãs e da Cobertura dos Seus Corpos.
As rãs, como qualquer outro vertebrado, possuem uma estrutura corporal composta basicamente por cabeça, tronco e membro. No primeiro estão uns olhos curiosamente esbugalhados, boca consideravelmente larga, ouvidos e narizes discretos.
Separado da cabeça por um pescoço praticamente inexistente, temos um tronco – na verdade uma “caixa” –, onde reúnem-se de forma “amontoada” os seus principais órgão, entre os quais: pulmões, coração, estômago, fígado, rins, órgãos reprodutores, entre outros.
Toda essa estrutura é suportada por um esqueleto interno, da mesma forma frágil e delicado, composto por uma coluna vertebral, por onde distribuem-se não mais do que 9 vértebras (menos da metade dos humanos) sem nenhuma costela, mas o suficiente para abrigar os pequeninos órgãos desse ser.
As rãs perdem as suas caudas aos poucos, à medida que desenvolvem-se, restando apenas um pequeno vestígio dessa fase, o uróstilo, que desenha-se como uma espécie de saliência na parte inferior da espinha dorsal (com uma estrutura óssea) e que não apresenta qualquer função na fase adulta.
Apesar das diferenças entre a cobertura dos seus corpos, podemos observar na anatomia das rãs e dos homens algumas semelhanças.
Como nos casos, por exemplo, das suas patas dianteiras, a presença de um osso no antebraço (o rádio-ulna) e de um úmero no braço, patas posteriores bastante flexíveis, uma tibiofíbula na perna, um fêmur na parte superior da perna, entre outras características comuns.
As Características de Uma Grande Saltadora!
As rãs possuem características de saltadoras especializadas e dotadas de uma estrutura anatômica que lhes permite compensar a fragilidade dos seus corpos com uma flexibilidade e capacidade de saltar a distâncias que podem atingir até vários metros.
A sua estrutura óssea é rapidamente posta em movimento pelo conjunto dos seus músculos. As pernas posteriores e anteriores são divididas em artelhos longos e tarsos (conhecidos como calcâneo e astrágalo), que ajudam a compor os seus calcanhares, só que de uma forma totalmente original, especialmente organizados para formar a estrutura de uma “saltadora profissional”.
A cobertura do corpo das rãs não possui verrugas ou manchas (como a dos sapos), é totalmente lisa e fina, perfeita para garantir a respiração do animal, além de garantir a sua hidratação constante.
Já a sua língua é uma verdadeira “arma de combate”. É uma ferramenta extremamente pegajosa, capaz de, em alguns casos, atingir distâncias superiores a 60cm, o suficiente para fazer com que os mais diversos tipos de insetos não possam opor-lhe a menor resistência quando atacados.
Por fim, a anatomia das rãs também contempla: as “coanas”, que ligam a boca à cavidade nasal; céu da boca curiosamente serrilhado, que lhes permite conter a presa enquanto é engolida inteira; glândulas venenosas (em algumas espécies); entre outros mecanismos que compõem a estrutura de uma espécie tão original.
Anatomia das Rãs: Cobertura do Seu Corpo
A cobertura do corpo das rãs é um dos segmentos mais exóticos da sua anatomia. Ela é um revestimento extremamente sofisticado, composto por inúmeras glândulas de mucosas que, além de garantirem a sua umidade constante, ainda contribuem para a sua respiração.
Diferentemente do que ocorre com outros anfíbios, a pele das rãs não apresenta escamas, ela apresenta-se como um “todo” liso e delicado, com uma coloração que geralmente varia entre as várias tonalidades de verde e de castanho.
Suas glândulas mucosas podem ser “simples” (quando servem apenas para lubrificar o seu corpo) ou “granulosas” (como as paratoides, que caracterizam-se por produzir veneno).
Aliás, sobre essas últimas, o que se pode dizer é que elas situam-se de cada lado do seu “pescoço”, na forma de pequenas bolsas de veneno, contendo toxinas que, em algumas espécies, podem produzir um efeito devastador.
De um modo geral, as toxinas segregadas por algumas espécies de rãs produzem apenas o efeito de uma irritação na pele do invasor, o suficiente para fazê-lo desistir da empreitada.
Mas, em outras, elas podem produzir efeitos terríveis, como no caso da temida rã-flecha-dourada, por exemplo, cuja toxina, não combatida a tempo, pode levar a um quadro irreversível de falência múltipla dos órgãos.
Ainda sobre essas toxinas, que geralmente fazem parte da anatomia de algumas rãs ou da cobertura dos seus corpos, o curioso é que elas também podem ser identificadas pela coloração da sua pele.
Um conjunto de variações cromáticas possuem a função de afastar um predador quando esse ainda está a uma certa distância delas, pois indicam a presença de alucinógenos, substâncias hemolíticas, neurotoxinas, hemobatracotoxinas, substâncias irritantes, entre outros elementos com os quais a maioria dos predadores não gostariam de ter o menor contato.
A cobertura do corpo das rãs funcionam, também, como um excelente mecanismo de hidratação do seu organismos.
Diferentemente do que muitos imaginam, as rãs não ingerem água como a maioria dos seres (pela boca), elas a absorvem pela pele, em várias situações durante o dia: quando permanecem sob a chuva, sobre poças d’água, ao simplesmente receberem a umidade do ar, pousadas sobre folhas encharcadas, entre outras várias formas que elas encontram de absorverem o “líquido precioso”.
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