Os bivalves são basicamente uma classe taxonômica do filo dos moluscos que corresponde a animais aquáticos cuja concha é formada por duas valvas (como o próprio nome sugere).
Os primeiros representantes da classe teriam surgido no período Cambriano (a 541- 485 milhões de anos atrás); e, atualmente, tal grupamento conta com quase 15.000 espécies.
De modo geral, é um grupo extremamente bem diversificado e bem sucedido, podendo ser encontrados em áreas com diversos níveis de salinidade (no caso, água salgada, água doce e água salobra). A maioria das espécies é considerada bentônica, e, dessa forma, vive no fundo do mar. Também há bivalves sésseis que se fixam ao substrato. Para aquelas espécies que vivem soltas, o deslocamento pode ser através de propulsão, obtida quando se expulsa água sob forte pressão.
Neste artigo, você conhecerá algumas características e informações sobre estes animais, entre elas a alimentação.
Afinal, o que os bivalves comem?
Venha conosco e descubra.
Boa leitura.
Bivalves: Características Estruturais da Concha
Assim como para os braquipodes, as conchas dos bivalves são compostas por duas valvas, porém a diferenciação consiste no fato dessas suas valvas serem simétricas em relação a um plano médio imaginário.
A união entre as duas valvas ocorre através de músculos aductores, assim como de ligamentos. No caso dos ligamentos, estes são formados por tensílio e resílio, componentes importantes para controlar a abertura das valvas.
Os músculos aductores são responsáveis pelo fechamento das valvas quando se contraem. Um fato curioso sobre esses músculos aductores é que a distribuição destes, bem como o seu formato geométrico são caracterísiticas utilizadas pra classificação zoológica- tanto para espécies atuais quanto para fósseis.
Cada valva possui uma zona antero-lateral, na qual está presente uma saliência chamada de umbo– a qual é considerada a zona mais antiga da valva.
Bivalves: Classificação de Acordo Com o Tipo de Charneira (Ligação Entre as Valvas)
Os músculos adutores e os ligamentos são os responsáveis pela ligação das valvas, porém a charneira é considerada o ‘local’ de ligação.
A união pela charneira ocorre através de um conjunto de dentes que se encaixam na valva à frente.
Os principais tipos de charneira são a Taxodonte, disodonte, esquizodonte, heterodonte e desmodonte.
Na charneira taxodonte, há grande quantidade de dentes, os quais também apresentam tamanhos equivalentes. Esses dentes podem estar posicionados em arco ou de forma perpendicular à charneira.
A charneira disodonte está presente em animais como os mexilhões, e consiste em dentes discretos, ou melhor, apenas pequenas saliências próximas ao umbo.
Bivalves com charneira esquizodonte possuem de 2 a 3 entes volumosos, os quais contam a presença de pregas ortogonais.
O ‘padrão’ heterodonte pode ser encontrada em animais como a amêijoa e corresponde a 2 ou 3 dentes disposição cardinal, assim como a 2 dentes em disposição lateral.
Em por fim, os bivalves desmodontes, os quais talvez sejam o grupamento com charneira mais peculiar, uma vez que a mesma apresenta-se em formato de colher.
Alimentação dos Bivalves : O que Eles Comem?
Na qualidade de animais filtradores, os bivalves retiram o seu alimento da água. Na verdade, alimentam-se de pequenas partículas de matéria orgânica suspensas na água. Estas partículas entram através do cifão e são direcionados até as brânquias (através de cílios), onde a filtragem ocorre.
Realizada a filtragem, as mesmas partículas são direcionadas até os palpos labiais, os quais transportam estas partículas até a boca.
Nem todas as espécies de bivalves se alimentam de partículas, uma vez que existem aquelas que se alimentam de madeira (e, dessa forma, possuem bactérias que auxiliam na digestão da celulose), assim como outras espécies que alimentam-se até mesmo de pequenos animais, sugando-os para dentro do manto.
Embora a metodologia de filtração pela água seja praticamente o ‘padrão’, também existem espécies que usam o cifão para procurar comida na areia.
Ainda aproveitando o gancho da alimentação, o sistema digestivo dos animais filtradores possui muitas dobras ao longo de seu percurso (além de ser bastante ciliado). Tais animais também contam com a presença de uma câmara digestiva responsável por produzir enzimas que serão liberadas no estômago. Os bivalves podem realizar digestão em duas modalidades: intra e extracelular.
Conhecendo Algumas Espécies Específicas de Bivalves- Os Mexilhões
As espécies de mexilhões na verdade estão agrupadas m 3 subclasses distintas, são elas a subclasse Pteriomorpha (na qual, estão os mexilhões marinhos), a subclasse Palaeoheterodonta (na qual estão os mexilhões de água doce), e a subclasse Heterodonte (na qual estão os indivíduos denominados mexilhões-zebra).
Mesmo com essa variedade de espécies, os mexilhões mais famosos e popularmente conhecidos pertencem ao gênero taxonômico Mytilus. Neste contexto, duas espécies que se destacam são o mexilhão comum (nome científico Mytilus edulis) e o mexilhão galego (nome científico Mytilus galloprovincialis).
O mexilhão comum está presente na região costeira do Oceano Atlântico, em áreas de clima frio e temperado, podendo ser encontrado tanto na zona entremarés quanto em áreas com até 60 metros de profundidade. Sua concha é de cor roxa, azulada ou castanha, com presença de listras radiais. Devido à coloração, também pode ser chamado de mexilhão-azul. São considerados semi-sésseis, uma vez que possuem a capacidade de se soltar e religar à superfície do substrato, de acordo com a disponibilidade de alimento. Esta espécie conta com indivíduos de sexos separados, os quais realizam fecundação externa.
No caso do mexilhão galego, este pode atingir até 140 milímetros de comprimento. Possui concha lisa de cor azul violácea, cuja base é sutilmente mais larga. É uma espécie nativa da porção costeira do Mar Mediterrâneo, assim como da cota atlântica ibérica. A maturidade sexual é atingida de 1 a 2 anos de idade, sendo que a reprodução ocorre mais de uma vez ao ano.
Conhecendo Algumas Espécies Específicas de Bivalves- As Amêijoas
Exemplos de algumas espécies de ameijoas incluem a amêijoa asiática (nome científico Corbicula flumínea) , a amêijoa fina (nome científico Ruditapes decutassus), a amêijoa japonesa (nome científico Ruditapes philippinarum), a amêijoa babosa (nome científico Venerupis pulastra) e a sarnambi (nome científico Phacoides pectinatus).
A sarnambi tembém pode ser chamada pelo nome de lambreta. Mede aproximadamente 9 centímetros de comprimento e possui valvas na cor branco opaco.
As amêijoas são bastante utilizadas na alimentação humana e possuem cerca de 30% a mais de proteínas do que os mexilhões.
Agora que você já conhece muitas das características dos bivalves, nossa equipe o convida a continuar conosco para visitar também outros artigos do site.
Até as próximas leituras.
REFERÊNCIAS
QI Educação. Filo Mollusca- Classe Bivalvia. Disponível em: < https://www.qieducacao.com/2013/04/filo-mollusca-classe-bivalvia.html>;
Simbiotica. Classe Bivalvia. Disponível em: < http://simbiotica.org/bivalvia.htm>;
Wikipédia. Amêijoas. Disponível em: < https://pt.wikipedia.org/wiki/Am%C3%AAijoa>;
Wikipédia. Bivalves. Disponível em: < https://pt.wikipedia.org/wiki/Bivalvia>;
Wikipédia. Mexilhão. Disponível em: < https://pt.wikipedia.org/wiki/Mexilh%C3%A3o>.