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Alimentação do Tuco-Tuco: O Que Eles Comem?

Com certeza você conhece alguém que tem ou que já teve certo preconceito com roedores, pois, ligam os pequenos animais a quaisquer ratos de boeiro com a aparência suja. Felizmente, essa visão já está ultrapassada com a popularização destes bichinhos como animais de estimação. Para além dos roedores domésticos, no Brasil existem espécies raras (e selvagens) que estão prestes a deixar de existir, como o fantástico Tuco-Tuco. Mas afinal, quais são as características deste animal e o que faz dele um ser tão interessante?

Características Gerais do Tuco-Tuco

Taxonomia e Etimologia

Os Tuco-Tuco, conhecidos cientificamente como Ctenomys, são um gênero de roedores provindos da América do Sul. Fazem parte da ordem dos Roedores (Rodentia), da subordem dos Histricomorfos (Hystricomorpha) e da superfamília dos Octodontidae e por fim da família dos Ctenomyidae. Ao todo, são classificadas cinco espécies família dos Ctenomyidae: Megactenomys, Actenomys, Ctemys, Eucelophorus, Ameghino e Ctenomys (os Tuco-Tucos); sendo esta última, as únicas espécies vivas (tem o total de 60 espécies catalogadas).

Podem ser reconhecidos também pelos nomes Ratos-de-Pentes e Curus-Curus. A palavra tuco-tuco tem origem na palavra do tupi-guarani tuku’tuku, que remete ao som que o roedor faz. Dentre as espécies que fazem parentesco com estes animais, podemos listar os Porcos-Espinhos, a Capivara, o Castor, as Chinchilas, os Preás, os Degus e as Cutias.

Morfologia

Estes roedores possuem como característica principal – e em comum com todos os animais da ordem -, a arcada dentária totalmente adaptada para roer. Têm um par de incisivos bastante desenvolvidos (no caso, os dentes da frente bem longos) no maxilar superior; outro par de dentes, já menores, localizados no maxilar inferior; e separados por um espaço (chamado diastema), mais ao fundo da boca, alguns pré-molares e molares. Por se alimentarem desta maneira, seus dentes têm a capacidade de crescer continuamente, pois estão sempre sendo desgastados.

Por viverem em tocas e galerias debaixo da terra, seus corpos são completamente adaptados para tal modo de vida – também são relativamente pequenos, variando entre 20 a 26 cm. Têm a cabeça maciça; seus olhos, suas orelhas e sua cauda são pequenos; porém a musculatura de seu pescoço, seu tronco, suas patas e unhas são bastante desenvolvidas e resistentes.

Tuco-Tuco Saindo do Buraco
Tuco-Tuco Saindo do Buraco

Este estrutura corporal lhes auxiliam no momento de construir suas tocas e cavar caminhos no subsolo. Têm a pelagem do corpo que varia entre preto, castanho e marrom (dependendo da espécie e região em que o Tuco-Tuco vive), o que leva seus predadores a confundi-los com a terra.

Em nosso país, se originam 8 espécies, dentre elas as mais conhecidas são:

Ctenomys Flamarioni

Ctenomys Flamarioni 
Ctenomys Flamarioni

Possuem a cor da pelagem de um amarelo-claro, que nos remete à cor da areia. Costumam viver nas praias do RS;

Ctenomys Lami

Ctenomys Lami
Ctenomys Lami

Têm a cor da pelagem marrom escuro por todo o corpo. Vivem exclusivamente na região da Coxilha dos Lombas, no estado do RS;

Ctenomys Minutus

Ctenomys Minutus
Ctenomys Minutus

Bastante semelhantes aos flamarioni, porém a cor de sua pelagem é de um tom areia mais escuro. Vivem tanto em campos quanto em dunas arenosas, entre Santa Catarina e Rio Grande do Sul;

Ctenomys Torquatus

Ctenomys Torquatus
Ctenomys Torquatus

Possuem a pelagem marrom com um sinal esbranquecido, semelhante a um colar no pescoço. Vivem na região dos Pampas e em parte do Uruguai.

Habitat e Comportamento do Tuco-Tuco

Os Tuco-Tucos podem ser encontrados na Bolívia, no Uruguai, nas estepes arenosas da Argentina e no Brasil. Aqui, estes roedores vivem em Santa Catarina e nas regiões dos Pampas no RS. Costumam viver dentro de tocas bastante fundas (chegam a atingir 15 m de comprimento) que se interligam, chamadas galerias. Nessa grande estrutura construída por eles, costumam estocar alimentos e construir ninhos. Por isso, os locais dessas galerias são ambientes arenosos.

Passam praticamente todo o tempo de suas vidas dentro das tocas, por isso, é muito difícil avistar um Tuco-Tuco na superfície. Gostam de viver sozinhos na maior parte do tempo, somente estão acompanhados no momento de cópula e junto aos filhotes. Quando estão próximos a predadores ou querem atrair a fêmea para a copula, os machos produzem um barulho característico, do qual se origina o nome da espécie. Costumam passar o dia dentro das tocas, mas a noite sai para limpar suas tocas e buscar alimento.

Apesar de serem desconfiados, os Tucos-Tucos são pacíficos. Na eventual presença de seres humanos e caso saiam da toca, não são perigosos ou agressivos.

Reprodução do Tuco-Tuco

Como outros roedores, os Tucos-Tucos tem o período reprodutivo somente uma vez ao ano – que dura de julho até novembro. Os machos, para atrair as fêmeas, emitem seu chiado avisando estarem disponíveis para a cópula. Após a relação, tanto macho quanto fêmea, se preparam para chegada dos filhotes, construindo um ninho feito de capim.

O período de gestação do tuco-tuco dura entorno de dois meses, sendo que nascem no máximo de dois a cinco filhotes por ninhada. Após poucos meses de nascimento (período em que são alimentados e cuidados por seus pais no ninho), os filhotes já estão aptos a sair em busca de alimento e construir sua própria toca. Os Tucos-Tucos se tornam adultos a partir do primeiro ano de vida e tem a estimativa de vida de até 5 anos.

Alimentação do Tuco-Tuco

Alimentação do Tuco-Tuco
Alimentação do Tuco-Tuco

Os Tucos-Tucos, como grande parte dos roedores, são animais de alimentação herbívora. Costumam se alimentar desde as folhas e os talos de plantas rasteiras (gramíneas) localizadas na abertura de sua toca; até de raízes que estejam situadas no interior das mesmas como leguminosas (cenouras e batatas) e ervas (erva-cidreira). 

Sempre buscam alimentos que estejam próximos à entrada de sua toca e dificilmente saem  para procurar alimento. Costumam comer próximo à entrada de suas tocas e estocam seu alimento em uma das várias salas das galerias por eles construídas. Devido a este comportamento preservado, as chances de predação dos Tucos-Tucos são bastante baixas.

Risco de Extinção dos Tucos-Tucos

Os Tucos-Tucos têm grande probabilidade de permanecer em extinção. O principal motivo da ameaça de sua conservação é devido à destruição e modificação do ecossistema de seu habitat com o aumento das zonas urbanas (muitas construções estão sendo erguidas nas áreas em que costumam cavar) e da agricultura (com o plantio de plantas como o eucalipto e soja, o solo fica bastante degradado, impossibilitando a sobrevivência dos pequenos roedores).

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