Os texugos, diferentemente do que muitos imaginam, não são roedores. Eles são membros da família Mustelidae e habitantes de praticamente todos os continentes (exceto a Antártida).
Esses animais são afeitos a uma alimentação à base de pequenas marmotas, toupeiras, o rato-da-madeira, o Peromyscus (o rato-veado), além das “andorinhas-das-barreiras”, a coruja-buraqueira, entre outras espécies.
Em épocas de escassez das suas principais presas, eles poderão sair-se bem com uma dieta que contemple sementes de girassol, insetos, cogumelos, mel, ovos, entre outras variedades que eles muito apreciam.
Os texugos possuem um aspecto inconfundível, com as suas pernas atarracadas, pelagem mais para o preto ou acastanhado, um corpo robusto, maxilar dos mais poderosos da natureza, entre outras características que os tornam predadores natos, caçadores implacáveis e com uma habilidade para enganar e ludibriar que são também características suas.
Eles são parentes próximos das lontras (por mais inacreditável que seja), das doninhas, ariranhas, furões, etc; e podem se encontrados em 8 variedades, distribuídas em 3 subfamílias: a Mellivorinae (o ratel), a Melinae (texugos europeus e asiáticos) e aTaxideinae (que abriga apenas o texugo-americano).
Além da diversidade da alimentação dos texugos (o que eles comem), chama a atenção neles também o fato de que geralmente apresentam praticamente as mesmas características independentemente do seu habitat de origem – seja ele a Europa, Ásia ou América do Norte.
Nestes locais, o que vocês irão ver são sempre os mesmos animaizinhos atarracados, com uma singular mancha mais clara sobre o seu dorso, com membros fortes, cabeça pequena, pelagem escura, entre outras características só encontradas nesses animais.
Alimentação do Texugo, Iguarias que eles Comem, Além de Outras Peculiaridades
Os texugos, como pudemos perceber, são animais onívoros, apreciadores das mais diversas iguarias que possam ser encontradas em seus habitats naturais.
Para o texugo-americano, por exemplo, um banquete que se preze deverá conter uma jornada diária de “ghopers” (típicos roedores da América do Norte), arganazes (o Glis glis, o Muscardinus avellanarius e o Dryomis nitedula), toupeiras, marmotas, ratos-cangurus, o Microtus (outro roedor), entre outras espécies que têm nos texugos um predador implacável.
Mas eles também podem, caso a disponibilidade das suas presas não seja a ideal, conviver bem com uma dieta que contemple algumas variedades de pássaros, filhotes de corujas, andorinhas, peixes, insetos, mel, ovos, cogumelos, legumes, entre outras iguarias semelhantes.
O que mostra que, quando o assunto é matar a fome, os texugos não fazem a menor cerimônia com relação à alimentação, podendo comer de tudo o que possa oferecer-lhes energia suficiente para os seus processos biológicos.
Um Predador Nato!
Já os terríveis e assustadores ratéis (ou texugos-do-mel) preferem mesmo é algo mais desafiador; que realmente lhes deem trabalho; como algumas variedades de cobras ou serpentes (inclusive as venenosas).
Mas eles também apreciam lagartos, salamandras, porcos-espinhos, escorpiões, anfíbios…Na verdade o que se diz é que o ratel é capaz de alimentar-se com o que quer que aparentemente esteja vivo.
Eles são capazes, até mesmo, de enfrentar um enxame de abelhas assassinas para roubar-lhes o mel, entrar em uma briga com um escorpião, desafiar o poder de letalidade de uma naja – recebendo as suas picadas e ainda sair dessa empreitada como se nada tivesse acontecido.
Eles simplesmente recebem as suas toxinas como se fora um evento banal, não demonstrando serem afetados de nenhuma maneira, em um dos fenômenos mais impressionantes e surreais da natureza selvagem.
Os texugos-euroasiáticos já são mais modestos quando o assunto é a sua alimentação – quando se trata do que eles terão que comer durante o dia.
Para estes, um banquete simples à base de larvas, minhocas, répteis, lagartos, ovos, pássaros, roedores, raízes, sementes, tubérculos, frutas, legumes, entre outras iguarias como essas, pode ser tudo de que eles necessitam para uma jornada diária.
Uma curiosidade sobre a forma como os texugos se alimentam diz respeito às suas técnicas de caça. Diferentemente do que ocorre com muitos predadores – algumas espécies vorazes, que espreitam, analisam e atacam as suas vítimas – , o que os texugos gostam mesmo é de roubar as suas refeições! Essa é uma das suas diversões preferidas!
Eles simplesmente cavam túneis enormes, sempre em direção a uma presa que, não se sabe como, eles têm a certeza de que está lá, só os aguardando, para um ataque fatal, do qual a vítima não poderá opor a menor resistência.
Mas também adoram simplesmente encontrar estoques de comida de outros animais, e dessa forma poupar as suas forças, que serão necessárias para novas investidas em busca de alimentos durante o dia.
Os Texugos e a sua Relação com o Homem
A relação dos texugos com os humanos não é o que poderíamos chamar de amigável e cordial. Longe disso!
Considerados verdadeiras pragas em praticamente todas as regiões onde vivem, os texugos costumam ser exterminados de forma implacável, a despeito da sua importância dentro dos ecossistemas onde vivem.
Isso porque as características da alimentação dos texugos (o que eles comem) fazem deles excelentes controladores dos mais diversos tipos de espécies; espécies que, em abundância, tornar-se-iam verdadeiras pragas naturais.
E sem contar a excelente dispersão de sementes que eles fazem por meio das suas fezes; o que também os coloca como grandes parceiros da manutenção de florestas, matas, bosques, entre outros ecossistemas semelhantes.
Mas tanta utilidade não impede que eles sejam considerados verdadeiros inimigos, especialmente na Europa, onde, além de atacarem as lavouras e quintais durante os períodos de escassez das suas principais presas, ainda são acusados de transmitir diversos tipos de doenças, em especial a raiva, que é capaz de dizimar um rebanho inteiro.
Nos anos 60, 70 e 80 eram famosas as “caçadas aos texugos” na Europa e na América do Norte. O que se dizia é que a tuberculose bovina, raiva, peste bubônica, entre outros flagelos do homem moderno, tinham nos texugos um dos principais transmissores, o que levou a um verdadeiro extermínio desses animais até o final dos anos 80.
Felizmente, desde o início dos anos 90, diversas medidas e Projetos de Lei vêm sendo colocados em prática com o objetivo de tornar mais saudável essa relação entre homens e texugos.
Medidas que geralmente têm como objetivo disciplinar a invasão dos seus habitats, combater a caça predatória, garantir que eles obtenham as suas principais presas, entre outras medidas.
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