O nome tamanduá uma designação comum dada a um grupo de animais bem específicos que vivem entre as Américas Central e do Sul. Hoje em dia, existem apenas 4 espécies de tamanduás conhecidas, sendo que três delas são encontradas no Brasil, sendo a mais comum o famoso tamanduá-bandeira. Tratam-se de animais solitários, que não vivem em bandos.
Os tamanduás são animais bem peculiares da nossa fauna (e, infelizmente, cada vez mais raros). Uma dessas peculiaridades está justamente na sua alimentação, fator esse que vamos abordar mais detalhadamente a seguir, mostrando qual a dieta desses animais tão curiosos.
O Que Os Tamanduás Comem E Como Se Alimentam?
Entre as características mais proeminentes desses animais, está o fato de que eles não possuem dentes, apenas um longo bico, que termina em uma pequena boca. Mas, do que se alimentam, então? A resposta é simples: de insetos dos mais diversos tipos, em especial, formigas.
Como eles não possuem dentes, o mecanismo que usam para se alimentarem envolve, primeiramente, as suas poderosas garras. Além de serem forte o suficiente para servirem de proteção, ainda são longas o bastante para chafurdarem a terra, e entulhos em geral, em busca de insetos.
Quando finalmente encontram uma farta refeição (geralmente, formigueiros), o tamanduá usa sua longa e pegajosa língua para pegar o máximo de petiscos possíveis, e engole tudo de uma vez. Numa única refeição, ele pode comer centenas e centenas desses pequenos animais (algumas espécies, como o tamanduá-mirim, podem se alimentar de até 9 mil formigas ou cupins por dia).
Para a captação dos insetos que são seu alimento, o tamanduá tem a ajuda imprescindível de sua língua, que secreta uma saliva com propriedades adesivas, fazendo com que ele pegue várias pequenas presas de uma única vez. Justamente pelo fato da língua ser bem fina e longa (nos maiores exemplares, pode chegar a meio metro de comprimento), a refeição do tamanduá está garantida, mesmo que sua comida esteja distante de sua boca.
Mas, Por Que Os Tamanduás Comem Basicamente Formigas E Cupins?
Essa pergunta é simples de responder: porque formigas e cupins são insetos que chamamos de sociais, ou seja, que vivem em grandes quantidades num única espaço. Como a boca dos tamanduás é bem pequena, eles precisam se alimentar de uma grande quantidade desses insetos para suprir as suas carências nutricionais.
Portanto, nada melhor do que se banquetear em um lugar que tenha uma grande quantidade de insetos, onde esse animal precisará apenas cavar com suas garras para poder alcançar a sua comida sem muito esforço.
Bom ressaltar que os tamanduás são notórios comilões. Em média, um exemplar adulto pode comer até 5 mil insetos por dia, e algumas espécies até bem mais do que isso. O que que não é de estranhar, visto que formigas e cupins têm baixo valor nutricional, e precisam ser consumidos em grandes quantidades, especialmente naqueles tamanduás de maior porte.
A seguir, vamos mostrar quais as espécies existentes aqui no Brasil, e como é, em geral, a sua alimentação.
Quais as Espécies De Tamanduás Encontradas No Brasil?
Como já dissemos anteriormente, existem, no total, 3 espécies de tamanduás no Brasil. São elas: o bandeira, o mirim e o tamanduaí.
O bandeira é o maior dentre todos, podendo medir cerca de 2 metros de comprimento, e podendo pesar até 40 kg. São conhecidos também como tamanduás-girantes. São comumente encontrados em florestas, savanas e em campos abertos, sendo que no Brasil, o habitat onde é mais encontrado é no Cerrado. Em caso de perturbações no ambiente, a espécie pode passar a ter hábitos noturnos, mudando radicalmente os horários de suas atividades. Sua alimentação se baseia exclusivamente em formigas e cupins.
Já o chamado tamanduá-mirim possui como característica mais marcante a falta de pelos na extremidade de sua cauda. Como o próprio nome já sugere, trata-se de um animal relativamente pequeno, podendo medir, no máximo, uns 77 cm e podendo pesar não mais do que 7 kg. Habita, geralmente, florestas tropicais, savanas e até mesmo alguns manguezais. Na maior parte do tempo, até por ser um animal bastante vulnerável, vive nas árvores, só descendo para se alimentar e fazer suas necessidades. Alimentação? Formigas e cupins, mas alguns já foram vistos comendo mel.
E, por fim, temos como mais um representante de tamanduá tupiniquim o chamado tamanduaí. De hábitos noturnos, essa espécie também vive em árvores, e é o menor que existe, podendo chegar a, no máximo, 55 cm, e a pesar cerca de 300 gramas apenas. Seus habitats mais comuns são florestas tropicais, matas de galeria e manguezais. Aqui, essa espécie, ao contrário das demais, não apresenta cupins em sua dieta, alimentado-se exclusivamente de formigas.
Algumas Curiosidades a Mais À Respeito Da Alimentação Dos Tamanduás
Se tem um sentido bastante apurado que esses animais possuem, e que auxilia bastante a acharem cupinzeiros e formigueiros, esse sentido é o olfato. É através dele que o tamanduá encontra esses insetos, mesmo que eles estejam bem abaixo da terra.
Devido a questões evolutivas, os mamíferos desenvolveram dentes dos mais variados tipos, com as mais variadas finalidades. Excerto no caso dos tamanduás. Estes são classificados biologicamente como animais edentados, ou seja, animais desprovidos de dentes, sendo a exceção à regra da imensa maioria dos mamíferos. Sua boca, portanto, é pouquíssimo desenvolvida e muito pequena, o que, de fato, inviabiliza a presença de uma dentição, seja ela de que tamanho fosse.
Mesmo que a preferência dos tamanduás seja por se alimentar de insetos sociais devido à grande quantidade que ele pode comer de uma única vez, eles também tendem a se alimentar de outros invertebrados de vez em quando, como, por exemplo, vermes, centopeias, vespas, lagartas, e por aí vai. Como se vê, inclusive, ele se alimenta de muitos animais que podem ter algum veneno em seus corpos, e por isso mesmo o tamanduá adquiriu, com o passar do tempo, resistência à peçonha de animais como centopeias, vespas, etc.
Porém, por serem animais extremamente vagarosos, também são alvos fáceis de caçadores, o que vem facilitando bastante a diminuição de vários exemplares na natureza, com algumas espécies chegando às raias da extinção.