A alimentação das rãs (o que elas comem, basicamente) é a típica de uma espécie carnívora. Elas são apreciadoras dos mais diversos tipos de insetos e artrópodes, como besouros, gafanhotos, aranhas, grilos, moscas, pernilongos, louva-a-deus, e até mesmo vermes, larvas e restos de animais.
As rãs são espécies que espalham-se pelos “quatro cantos do mundo” (com exceção da Antártida), onde representam a tão repugnante e pouco amada classe Amphibia, onde estão as espécies da ordem Anura; e que, no caso das rãs, contemplam os animais da família Ranidae (e Leptodactylidae) e do gênero Rana.
Diretamente dos ambientes escuros e asquerosos dos pântanos, lagos, lagoas, brejos, entre outras regiões semelhantes, as rãs surgem, com o seus corpos curiosamente lisos, olhos esbugalhados e patas posteriores consideravelmente maiores do que as anteriores.
Além disso, elas possuem um tamanho que não passa de alguns poucos centímetros, e algumas espécies ainda são capazes de produzir determinadas substâncias venenosas em suas peles e órgãos internos, para fins de defesa contra os ataques dos seus principais predadores.
Durante o período reprodutivo das rãs, é curioso notar como os machos entoam as suas cantigas, especialmente no período noturno, em uma agitação frenética, que envolve, inclusive, saltos impressionantes e uma verdadeira algazarra entre eles – que acreditam ser suficientes para atrair o sexo oposto.
Após o acasalamento, a fecundação dos ovos ocorre de uma forma, digamos, inusitada e bastante singular, com os ovos e espermatozoides unindo-se fora do ventre da fêmea, sob as folhas por onde ela passa, até que a seu tempo eclodam e tragam à vida milhares e milhares de filhotes, que nascem na forma de girinos, essencialmente aquáticos e herbívoros.
A Alimentação das Rãs
As rãs, no que diz respeito à sua alimentação (o que elas comem), podem ser enquadradas na categoria de seres oportunistas.
Quietas e silenciosas, em meio ao ambiente úmido, escuro, sombrio e repugnante de um pântano, brejo, charco ou matagal, elas simplesmente aguardam a melhor oportunidade para atacar uma presa que, inadvertidamente, ouse cruzar o seu caminho.
Essas presas costumam ser insetos e artrópodes de menor porte, como as aranhas, grilos, louva-a-deus, gafanhotos, besouros, tatuzinhos-de-jardim, além de várias outras espécies com essas características.
Na luta pelas pelas suas sobrevivências, as rãs ainda contam com uma ajuda providencial – na verdade uma verdadeira arma secreta – , uma poderosa língua comprida e pegajosa, que, a depender da espécie, pode facilmente atingir uma distância superior ao comprimento do seu corpo .
Algumas delas ainda podem conter substâncias venenosas em suas peles ou órgãos internos, como forma de manter predadores e outros invasores a uma distância bastante confortável – afinal, o que elas desejam mesmo é manter as suas famas de excelentes predadoras, e não a dos seus vizinhos de ecossistemas!
Quando ainda estão na fase de girinos, as rãs contentam-se muito bem com restos vegetais e animais, além de larvas de insetos que encontram sobre a superfície das águas onde desenvolvem-se.
Porém, quando criadas em cativeiro, o ideal é que essa alimentação seja à base de ração para rãs (ou trutras), com bastante proteína bruta (entre 30 e 40%), 3 ou 4 vezes ao dia, em uma medida que não ultrapasse os 12% de peso dos girinos.
A Alimentação das Rãs Após a Fase de Girinos
A alimentação das rãs (o que elas comem na fase adulta) passa a ser a típica de um animal carnívoro quando ultrapassada a sua fase de girinos.
Agora elas não irão mais contentar-se com uma refeição modesta – como a de um simples herbívoro, que satisfaz-se com restos vegetais, planctons e fitoplanctons.
Nesse fase, a sua dieta deverá contemplar doses fartas de besouros, vermes, gafanhotos, grilos, animais mortos, aranhas, entre outras deliciosas iguarias que elas tanto apreciam.
De acordo com a maioria dos especialistas em ranicultura, é um erro lançar mão de determinados experimentos, na crença de que, pelo fato de serem as rãs animais carnívoros – que comem basicamente insetos, e cuja alimentação baseia-se essencialmente em proteínas – , aceitarão bem todo o tipo de carne.
Na verdade, uma das características mais marcantes nesses animais, é o fato de, curiosamente, exigirem uma alimentação à base de animais vivos – basicamente insetos.
Logo, o fornecimento de carne processada (mesmo de qualidade e abatida na hora), deverá ser evitada quando as espécies forem criadas em cativeiro, pois essa prática poderá resultar na completa ruína da criação.
Portanto, quando se trata da alimentação de rãs criadas em cativeiro, a sugestão é variá-la ao máximo; mas sempre numa fórmula que contemple peixes, girinos, larvas, vermes, insetos e alguns crustáceos; todos eles vivos, de forma que as rãs possam aproveitar-se de toda a proteína encontrada nessas espécies.
Dicas para os Cuidados com as Rãs Criadas em Cativeiro
Observe algumas características das rãs que lhe ajudarão a entender melhor como deverá ser a sua alimentação.
As rãs menores, por exemplo, deverão satisfazer-se com uma dieta à base de larvas, vermes, pequenos insetos e artrópodes, como aranhas, grilos, minhocas, centopeias louva-a-deus, gafanhotos, besouros, etc. Enquanto as maiores – as adultas mais volumosas – exigirão uma carga maior de proteínas.
Por isso, forneça periodicamente um banquete à base de filhotes de camundongos, peixes (aqueles de aquários), girinos, entre outras espécies maiores.
Faça experimentos, a fim de descobrir com qual frequência deverá alimentá-las – e também com que quantidades elas sentem-se saciadas.
Muitos criadores descobrem, com o passar do tempo, quais são as quantidades necessárias de comida para cada espécie de rã.
Muitos começam fornecendo as quantidades de 2 besouros ou 3 grilos – ou mesmo 4 pequenas larvas por dia. E apenas observam se elas os ingerirão sem dificuldades, e se demonstrarão um apetite renovado durante as próximas 24h.
A depender das suas reações, você saberá a quantidade necessária de alimentos que deverá ser oferecida diariamente.
Teste também os diversos tipos de espécies fornecidas como alimento, a fim de saber quais são as suas preferências – Algumas rãs também são exigentes no que diz respeito à variedade do animal.
Larvas de moscas, gafanhotos, pernilongos, do Tenebrio molitor (a larva da farinha), entre outras larvas aquáticas, costumam ser bastante aceitas por elas, e podem ser utilizadas como parâmetro para as suas preferências.
Observando esses detalhes, você irá perceber um desenvolvimento bastante acentuado das rãs até os 8 meses de vida.
E após esse período, esse desenvolvimento estacionará. E você poderá notar, surpreso, como elas adquiriram um peso que pode variar entre 1,7 ou 2g. Tornando-se, no caso de criação para fins comerciais, um negócio bastante rentável e sem dúvida gratificante.
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