As raposas alimentam-se de praticamente tudo o que se move à sua volta. Elas comem diversos tipos de salamandras, texugos, marmotas, pássaros, frutas, sementes, sapos, escaravelhos, entre outras espécies que costumam fazer parte da dieta de um animal onívoro.
Elas são vulpídeos (pertencem ao gênero Vulpes), são membros da imensa família Canídea e possuem um tamanho mediano, focinho afilado, pelagem robusta, e ainda a singular característica de possuírem duas pupilas curiosamente semelhantes às dos felinos.
Apesar de existirem dezenas de espécies apelidadas de “raposas”, o que diversos estudos concluíram é que elas não ultrapassam 12 espécies ( as “raposas verdadeiras”), que têm na originalíssima Vulpes vulpes ( a raposa-vermelha) a sua principal representante.
Uma curiosidade sobre essas espécies é que, diferentemente do que costumamos acreditar, as que são encontradas aqui no Brasil (e no restante da América do Sul) não são raposas verdadeiras; elas são o que se costuma chamar de “Pseudalopex”: de pseud = falso + alopex = lobo, ou “falsas raposas”.
Tal confusão se dá por conta das semelhanças que podem ser observadas entre elas – aliás, como em praticamente todos os indivíduos dessa exuberante família Canídea.Como dissemos, a raposa-vermelha é considerada uma espécie de referência quando o assunto é o gênero Vulpes.
Elas são mamíferos carnívoros que possuem (como é de se supor) uma pelagem toda ela vermelho-pardacento, e ainda cerca de 100cm de comprimento, cauda entre 30 e 50cm, em torno de 38cm de altura, peso entre 10 e 13kg, orelhas relativamente volumosas, além de audição e olfato que são as suas marcas registradas.
A partir das distantes paragens da Europa Central e do Norte, Ásia, Norte da África, Oriente Médio, América do Norte e Oceania – onde elas habitam as florestas abertas, campos, savanas, grandes planícies, áreas de lavouras, pastos, entre outros ecossistemas semelhantes -, as raposas espalharam-se pelo mundo.
E espalharam-se como exemplos clássicos de animais com hábitos noturnos (e crepusculares), afeitos a uma reunião em bandos (de fêmeas com um macho), típicos predadores oportunistas, rápidos, ágeis, astutos, entre outras características que os imortalizaram (especialmente no cinema) como verdadeiros símbolos de esperteza e sagacidade.
Alimentação das Raposas: O Que Elas Comem?
A alimentação das raposas é a típica de um animal onívoro, logo, elas geralmente comem diversas espécies de lagartos, anfíbios, pequenos roedores, pequenos mamíferos, ovos, algumas aves, sementes, frutas, entre outras iguarias, que dificilmente deixam de atrair o paladar desse animal que caracteriza-se pela capacidade de saciar a sua fome a qualquer custo.As raposas costumam viver entre 8 e 10 anos em ambiente selvagem, no entanto, quando criadas em cativeiro (longe da assustadora presença dos caçadores de animais silvestres) a sua expectativa de vida cresce enormemente – com relatos de indivíduos que viveram até os vertiginosos 16 anos.
Outra coisa que também chama bastante a atenção nas raposas, é a semelhança entre elas – e entre elas e outros gêneros dessa imensa família Canídae.
Essas semelhanças geralmente envolvem: corpo mediano, plumagem densa, focinho afilado, cauda longa e peluda (terminando em um tufo preto), pupilas curiosamente semelhantes às dos felinos, entre outras características.
Variedades como a raposinha-do-deserto, a raposa-vermelha, a raposado-do-ártico, a raposa-das-estepes, a raposa-cinzenta e a raposa-do-cabo, estão entre as mais conhecidas e abrangentes na natureza; e todas elas com as características de caçadoras oportunistas, onívoras, de hábitos crepusculares e noturnos, dispostas a caçar em pequenos grupos, além de outras particularidades consideradas únicas nessa espécie.
As Raposas e o Homem
A história de conflitos entre os homens e as raposas remonta há vários séculos. Na saga da colonização americana elas eram um verdeiro tormento para os colonos, enquanto na Europa do séc. XVIII, elas eram erguidas como troféus em caçadas sangrentas que, ao final, resultavam em respeitáveis coleções de peles que decoravam ricamente os palácios e os salões da nobreza.Mais recentemente, na cidade de Zurique, Suíça, a população se viu às voltas com um problema dos mais originais com relação às raposas.
Com uma população que quase atingia os 1300 indivíduos (em 2010), a cidade passou a conviver com um transtorno de difícil solução.
Elas simplesmente infestaram a cidade, entrando em bares, lojas e escolas; no metrô as pessoas tinham que disputar o embarque com elas, que não sabiam ao certo o destino que queriam tomar; porém mesmo assim competindo nas filas e saguões por espaço.
O fato de alimentarem-se com praticamente tudo – e inclusive comerem iguarias típicas de seres humanos – torna as raposas animais com a curiosa característica de conviverem bem nos dois ambientes (urbano e rural); e em ambos tornarem-se um verdadeiro tormento na sua luta incansável pela sobrevivência.
Mas o fato de a cidade de Zurique ser uma das que abrigam as maiores áreas verdes entre as grandes metrópoles do mundo, sem dúvida também contribuiu para tal evento, já que agora as raposas, além de comida em abundância, tinham também uma certa reprodução do seu habitat natural.
Como são animais oportunistas, caso encontrem lixo e restos de comida aproveitáveis em abundância, as raposas não pensam duas vezes em simplesmente abandonar o incômodo hábito de caçar presas e simplesmente deleitarem-se com as iguarias encontradas totalmente de graça, e à distância das suas hábeis e astuciosas garras.
O problema só foi resolvido com muita dedicação por parte da população e dos Poderes Públicos, que realizaram inúmeras campanhas de castração, recuperação dos seus habitats e de educação dos moradores com relação à produção de lixos e alimentação voluntária dos animais.
O que foi um verdadeiro alívio!, pois, apesar do evento haver se tornado algo único na cidade, ele não deixou absolutamente nenhuma saudade, principalmente para a população local.
Como Afastar as Raposas do Galinheiro
Sem dúvida, uma das maiores lendas que percorrem o imaginário popular, relacionadas com a natureza selvagem, é essa estranha preferência das raposas pelas galinhas.
Mas o que a maioria dos especialistas afirmam, é que a capacidade delas de se alimentarem de forma tão diversificada, faz com que comam praticamente tudo, inclusive galinhas, que de maneira alguma despertam nelas alguma preferência especial, sendo apenas opções muito bem vindas em períodos de escassez das suas presas favoritas.
Feita essa ressalva, segue algumas dicas de como afastar, definitivamente, as raposas do seu galinheiro:
- A primeira dica é a instalação de cercas elétricas, com 2 ou 3 metros de comprimento, caso as galinhas sejam criadas ao ar livre. Essa medida poderá ser incrementada com a utilização de uma rede envolta da cerca, que ainda inibirá o desejo desses animais.
- As raposas possuem habilidades interessantíssimas. Uma delas é a de cavar facilmente buracos com até 2m de profundidade. Logo, uma forma de diminuir as chances de elas atingirem o espaço onde estão as galinhas, é criando um prolongamento de até 1m de cerca com arame farpado em direção ao subsolo – seguido da sua manutenção constante.
- Mas também mantenha o teto do galinheiro devidamente protegido. Utilize, para isso, uma cobertura com redes (ou mesmo ripas), pregada e reforçada.
- A última dica é a de criar cães desde filhotes junto com as galinhas. Quando crescidos, eles serão os seus principais defensores, e ainda sem o risco de caírem na tentação de abocanhar algumas delas.
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