A harpia é um animal fascinante, dotado de lendas mitológicas e tudo. Mas, se tem algo que é a mais pura verdade é como essas incríveis aves se alimentam. Vamos saber como são esses hábitos dela?
De nome popular gavião-real e tendo o nome científico de Harpia harpyja, a chamada harpia é um imenso pássaro de rapina, que é considerada a mais fortes desse tipo de ave em todo o mundo.
Trata-se também da maior ave de rapina da América do Sul, podendo medir até 90 cm de altura, 105 cm de comprimento, além de 2 m de envergadura.
Interessante notar que, nesta espécie de ave, a fêmea é maior e mais pesada do que o macho. Elas podem chegar a 9 kg de peso, enquanto que eles chegam, no máximo, a 4,5 kg.
Em termos físicos, as suas asas são largas e bem redondas, com pernas que são curtas e grossas, além dos dedos serem extremamente fortes, possuidores de garras bem potentes (característica primordial das aves de rapina).
Esse animal vive nas florestas altas e densas do México à Bolívia, passando pela Argentina e pelo Brasil. Aqui, esse espécie está em declínio na Mata Atlântica, sendo mais como encontrá-la na Amazônia.
Ainda nos dias atuais, esse ave pode ser encontrada nos estados brasileiros de Mato Grosso, Goiás, Espírito Santo, Rio de Janeiro, e mais em alguns estado do Nordeste e do Sul.
Alimentação das Harpias
Como são animais com tremenda força física, a harpia se alimenta de seres de porte médio. Exemplos: preguiças, macacos, filhotes de veados e caititus, além de outras aves como araras, e mais serpentes das mais variadas espécies.
Pra se ter uma ideia, uma harpia adulta pode carregar um animal com cerca de 10 kg, pelo menos (o peso de um carneiro de porte normal).
Para caçar, essas aves usam suas poderosas garras, cujas unhas podem chegar a incríveis 7 cm de comprimento. E, a força que ela emprega em seus voos rasantes em uma caça normal é tão grande que ela consegue arrancar uma preguiça de uma árvore (que também possui garras poderosas, é bom dizer).
Inclusive, quando uma harpia voa para pegar uma presa, ela passa de um simples planeio para um voo veloz e possante, o que garante a força necessária para tirar a sua vítima do chão, que, fica atordoada com a surpresa.
Já quando são criadas em cativeiro, essas aves são alimentadas com pequenos animais, tipo pintos, ratos, e por aí vai. E, é bom salientar ainda que as harpias estão no topo da cadeia alimentar, não possuindo nenhum predador natural, a não ser o homem.
Pesquisas Sobre Alimentação Podem Salvar a Harpia
É notório que muitas aves de rapina estão sofrendo ameaças de extinção, e entre elas, podemos dizer que as harpias também estão passando por isso. Aqui na nossa Mata Atlântica, por exemplo, já se veem poucas soltas na natureza.
Contudo, pesquisas feitas no Brasil sobre essa ave há mais de 25 anos estão tentando buscar formas de preservar a espécie com base em observações de seus hábitos alimentares. Esses trabalhos são feitos por profissionais do INPA, Instituto Nacional de Pesquisa da Amazônia.
Através de dados coletados a respeito da alimentação dessa ave, biólogos tentam mapear áreas na Amazônia para abrigar uma família de harpias e, consequentemente, fazer crescer a população desses animais.
O mapeamento geográfico dos habitats desse pássaro é feito com base de restos de animais que caem das árvores, especialmente onde onde as harpias fazem seus ninhos.
Por serem avessas a toda e qualquer mudança de ]habitat, as harpias, normalmente, estabelecem-se em territórios de caça que não ultrapassam os 100 km quadrados de extensão, o que torna fácil o mapeamento.
Dessa forma, uma das maneiras de salvar este belíssimo espécime, é verificar seus hábitos alimentares, para que se possa ter uma noção de espaço onde essas aves podem ser preservadas.
Algumas Curiosidades com Relação à Harpia
Esses animais se diferenciam de outros gaviões e águas pelo simples fato de possuírem uma espécie de cocar que fica na parte de trás de suas cabeças. Quando estão irritadas, as harpias levantam esses cocares como forma de intimidação.
São aves que constroem seus ninhos em árvores bastante altas (quanto mais, melhor). Em, alguns casos, elas podem nidificar em árvores de até uns 50 m. Os ninhos, geralmente, são forrados como pelos de macacos com o intuito de aquecer os filhotes.
Assim como acontece com todas s aves de rapina, a harpia possui hábitos completamente diurnos, e um dos seus sentidos mais apurados é a visão, podendo enxergar presas a quilômetros e quilômetros de distância. Pra se ter uma ideia, o poder da visão dessa ave chega a ser 8 vezes mais potente do que a do homem.
Mesmo tendo uma visão tão bem apurada assim, a harpia também tem as suas limitações quanto a isso. Ela, por exemplo, item certa dificuldade na mobilidade da órbita do olho. Isso faz com que ela tenha que virar a cabeça a todo instante para ter uma visão mais ampla e panorâmica de onde está.
E só lembrando que, ainda de acordo com os seus hábitos alimentares, as harpias são os principais predadores naturais dos chamados psitacídeos (ou seja, araras, cacatuas e papagaios).
Outros Hábitos das Harpias, Além da Alimentação
Já se sabe que essas aves são praticante da monogamia, e que, ao mesmo tempo, são pouco sociáveis. Também apresentam como característica o dimorfismo sexual, ou seja, machos e fêmeas são diferentes fisicamente falando (neste caso, elas são maiores em tamanho do que eles).
Por sinal, entre as aves de rapina, como, por exemplo, águas, gaviões e falcões, quanto mais ferozes e agressivas forem as espécies, mais machos e fêmeas serão diferentes entre si. Trata-se de uma peculiaridade bem marcante nesses animais.
Geralmente, a harpia via entre 50 e 100 m acima das copas das árvores, planando na maior parte do tempo. Um hábito bastante comum é escancararem as suas asas, estender os artelhos, levantar as cristas e eriçar suas penas. Fazem isso tanto para chamar a atenção do sexo oposto, quanto para atacarem as suas vítimas.