A cobra da morte é um animal carnívoro que alimenta-se, basicamente, de pequenos mamíferos e aves que, inadvertidamente, cruzam o seu caminho.
Muito comum nas extensas planícies temperadas da Austrália (e ainda em regiões de charneca, bosques, matas fechadas, pastos, floresta esclerófila seca ou úmida e demais regiões com baixas temperaturas), também pode ser encontrada nos territórios da Papua-Nova Guiné, Indonésia e em suas cercanias.
A famosa Acanthophis antarcticus costuma aparecer, com bastante frequência, em quase todas as listas das 10 espécies mais venenosas do mundo, graças ao poder devastador do seu veneno que, após um período de paralisia muscular pode, se não houver socorro a tempo, matar um indivíduo em até 6 horas.
Ela não causa tanto impacto à primeira vista (o que costuma iludir os mais desatentos). Geralmente atinge entre 40 e 60 centímetros, possui um corpo relativamente volumoso, cabeça em forma de triângulo, além das suas inconfundíveis escamas no topo da cabeça, que lhe conferem um ar ainda mais original.
Somam-se a essas características, um belo par de presas (longas e flexíveis) que garantem a alimentação diária das cobras da morte, que não costumam perder de vista os desavisados “lagartos nativos”, os curiosíssimos “ratos marsupiais australianos”, algumas espécies de “possuns”, pequenas aves, e, acreditem, nem mesmo serpentes de outras espécies escapam do paladar exigente desse animal.
Esteticamente, podem ser reconhecidas pelas suas cores pretas, marrons, cinzas (esverdeados ), amarelas ou vermelhas; as fêmeas são facilmente reconhecidas por serem maiores que os machos; costumam atingir a fase adulta em um período de 3 anos; e são vivíparos, ou seja, não põem ovos, mas realizam a gestação de forma embrionária — cerca de 20 filhotes em cada ninhada.
Como é a Alimentação da Cobra da Morte?
Como vimos, as cobras da morte alimentam-se, basicamente, de mamíferos menores, aves, rãs, lagartos e, até mesmo, de outras serpentes.
Sua estratégia de caça é, digamos, bastante peculiar, já que não se dão ao trabalho — como no caso dos terríveis felinos selvagens — de ir em busca das suas presas, em uma aventura arriscada, cansativa e, na maioria das vezes, totalmente infrutífera. Nada disso!
Ela consiste tão somente em esperar, e esperar, e esperar, muitas vezes por dias seguidos, astuciosamente escondida entre as folhas secas, enrolada, até que a vítima desavisada passe e seja surpreendentemente atacada em um bote certeiro, para o qual ela não consegue oferecer qualquer resistência.
Após o ataque, o veneno é rapidamente injetado na presa, que logo tem os seus movimentos paralisados pela terrível toxina.
Mas ela precisa primeiro certificar-se de que a vítima está morta, para só então iniciar a sua bela refeição; em uma técnica de caça que utiliza-se da astúcia, paciência e do auxílio da própria natureza — como uma camuflagem — que, por isso mesmo, a torna um perigo para os humanos que aventuram-se em seus territórios.
De acordo com estudiosos que investigam os hábitos alimentares da cobra da morte, a sua sobrevivência e adaptação dependeram, e muito, da sua característica de ser um animal de hábitos noturnos, terrestres, discretos e astuciosos.
Nese último caso, podemos destacar o seu hábito de acomodar-se discretamente nas folhas, emitir (por meio da suas escamas) um som semelhante a um inseto, além da cor meio alaranjada de uma das suas extremidades, que compõem um instrumental extremamente ardiloso para a sobrevivência com o menor esforço possível.
O Perigo dessa Espécie
Ninguém duvide de que o apelido de “cobra da morte” é, sim, bastante apropriado para essa espécie. Investigações científicas concluíram que uma simples mordida de um desses serezinhos assustadores pode injetar entre 40 e 100mg de uma neurotoxina capaz de, inicialmente, paralisar, e logo depois matar (em até 6 horas) até mesmo seres humanos.
Para obter a sua alimentação, a cobra da morte ataca a sua presa e, imediatamente, inocula o seu veneno, uma substância que rapidamente chega até as regiões cerebrais, causando uma espécie de interferência na transmissão de impulsos nervosos entre as células — o chamado: “bloqueio sináptico”.
O curisoso é que, segundo relatos humanos, logo após a mordida, a impressão que se tem é de uma paralisia leve, nada agressiva, mas que, no entanto, em poucas horas, leva a uma parada respiratória, seguida de uma inevitável falências dos órgãos.
Devido à oferta razoavelmente boa do antídoto ou da substância “anticolinesterase”, hoje são bem menores os casos de morte por mordida da cobra da morte, diferentemente do que ocorria no passado, quando metade dos indivíduos atacados acabavam morrendo, quando não adquiriam alguma espécie de sequela produzida pela substância.
Não são pucos os relatos (antigos) de nativos ou caçadores que acabavam tendo as suas pernas amputadas, devido à falta de cuidados imediatos após a picada. Na verdade, as consequências de uma mordida não tratada dessa espécie é considerada uma das mais traumáticas que existem, muito em função da quantidade e qualidade da inoculação subcutânea.
Curiosidades
Além da forma, digamos, bastante astuciosa que tem a cobra da morte de adquirir a sua alimentação, algumas outras curiosidades e características que possuem chamam bastante a atenção pela sua originalidade.
Pesquisadores concluíram, por exemplo, que ela possui o ataque mais veloz dentre todas as espécies de ofídios conhecidas. Em não mais que 1 segundo, ela é capaz de passar da posição de camuflagem (enroscada no solo em volta de si mesma) até ao corpo da presa, a cerca de 2 metros de distância — em um movimento perseguido, porém jamais alcançado, pelas mais poderosas técnicas de artes marciais.
Outra curiosidade é que os nativos de algumas regiões da Austrália costumam identificar a cobra da morte como “a víbora surda”.
Isso porque chama a atenção o fato de que, diferentemente do que ocorre com outras espécies, elas não costumam fugir logo que percebem a presença de seres humanos. Ao contrário, permancem estáticas, segundo os pesquisadores, para captar a vibração do solo — o que a torna um perigo ainda maior para os indivíduos.
Para obterem a sua alimentação, a cobra da morte não economiza em criatividade! Elas são capazes de se esconderem debaixo de folhas, em montes de lixo, terra fofa, e até mesmo areia, deixando apenas a sua cabeça e a cauda do lado de fora — esta última parte do seu corpo estrategicamente parecida com uma pequena larva ou inseto, capaz de despertar a curiosidade da presa escolhida.
Enfim, uma das espécies mais perigosas do mundo! Que utiliza-se da técnica da discrição para atingir as suas necessidades alimentares. Que não tem qualquer pudor em utilizar-se dos expedientes da camuflagem, paciência e perfídia, ao invés do esforço cansativo dispensado pelas demais espécies, que bem que poderiam aprender um pouco mais com elas sobre como atingir os seus objetivos com o mínimo de esforço possível.
Bom, esperamos que as suas dúvidas sobre como as cobras da morte satisfazem as suas necessidades alimentares tenham sido saciadas aqui. Caso contrário, deixe-as, em forma de um comentário, logo baixo. E aguardem as próximas publicações do blog.