A abelha sanharó (fotos abaixo) possui as características das abelhas sem ferrão, uma comunidade conhecida como “meliponíneas”, bastante conhecidas também por serem espécies altamente sociáveis, com ferrões atrofiados (e por isso praticamente inutilizáveis), além de excelentes produtoras de mel.
São mais de 300 espécies espalhadas por quase todo o planeta (de meliponíneas), reconhecidas por serem, de acordo com algumas correntes científicas, os animais mais importantes dentro da biosfera terrestre, já que são responsáveis por nada mais nada menos do que 70% de todas as espécies vegetais do planeta, graças à distribuição que fazem delas por meio da polinização.
As abelhas sanharó também são excelentes produtoras de própolis, resina, cera, geoprópolis, entre outros produtos que, na cultura popular brasileira (e mesmo na de outros países), possuem uma representatividade que ultrapassa as questões meramente econômicas, para configurar-se como verdadeiros patrimônios culturais em diversas regiões.
Existem duas tribos dessa subfamília Meliponínea (que, por sua vez, descendem dessa imensa família Apidae), que são as tribos Meliponini e Trigonini.
Nessa comunidade das Trigonini, enquadram-se as abelhas sanharó (Trigona truçulenta), com dezenas de milhares de indivíduos – que puderam ser domesticados e, como podemos ver nessas fotos, possuem inúmeras características em comum, além de representarem uma formidável fonte de renda para milhares de famílias em todo o Brasil.
Abelha Sanharó: Características e Fotos
A abelha sanharó é uma espécie endêmica do Brasil. Como dissemos, ela pertence ao gênero Trigona, da subfamília das Meliponíneas, e caracteriza-se por possuir um corpo todo ele na cor preta, com um brilho característico, entre 1 e 1,2cm de comprimento, uma agressividade também bastante característica, além da preferência por construir os seus ninhos em troncos secos e ocos.
Uma outra curiosidade sobre a abelha sanharó, que obviamente não podemos perceber nessas imagens e fotos, é que ela possui o singular hábito de coletar, durante as suas incursões à procura de néctar e pólen, fezes e outros materiais orgânicas – o que geralmente torna o seu mel (quando coletado em ambiente selvagem), de certa forma, impróprio para o consumo.
Em algumas regiões do Brasil, ela pode ser a “abelha-sanharão” ou “sanharó”, ou até mesmo “benjoim”, “sairó”, “sairão”, “mombuca brava”, entre outras inúmeras denominações que elas recebem, a depender da região de origem.
Mas elas possuem sempre as mesmas características de uma espécie sociável, excelentes produtoras de mel e com uma agressividade que até já ficou famosa – como, aliás, é comum nessa comunidade das Trigonas.
As abelhas sanharós são espécies neotropicais, facilmente encontradas em regiões do México, Panamá, Guatemala, Argentina e Brasil – nesse último caso, com maior abundância nos estados do Amazonas, Pará, Acre, Rondônia, Amapá, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Maranhão e Minas Gerais.
Há uma espécie de mito que espalhou-se em torno dessa cultura dos sanharões, e que diz que elas estariam entre as menores espécies dessa subfamília Meliponíneas – bem menores que as Meliponas, por exemplo.
Mas o que algumas investigações apontaram, é que a coisa não se dá exatamente dessa forma, já que existem registros de abelhas sanharós (Trigona truçulenta) com assustadores 1,7cm de comprimento – algo que acabou surpreendendo até mesmo os mais familiarizados com essa espécie.
Uma Espécie e as suas Singularidades!
As abelhas sanharós, que nessas fotos aparecem como espécies bastante sociáveis, possuem algumas características que as tornam variedades únicas no reino das abelhas Meliponíneas.
Elas, por exemplo, são consideradas altamente agressivas, capazes de substituir, à altura, a ausência (ou atrofia) de ferrões por uma mandíbula poderosíssima, capaz de desferir mordidas extremamente dolorosas; tão dolorosas que as tornaram inimigas nº1 em algumas regiões brasileiras.
Hoje elas são listadas como espécies raras em localidades que outrora as abrigavam em abundância, graças ao hábito que cultivam, algumas populações, de queimar as suas colmeias, geralmente como uma medida preventiva contra acidentes, em verdadeiras operações executadas sem a consciência de quão benéficas elas são para a natureza.
Mas, na verdade, essa preocupação dos indivíduos de certa forma pode ser explicada pela experiência, pois, tal é a ferocidade das abelhas sanharós (quando têm o seu espaço invadido), que o que se diz é que elas são capazes de simplesmente estraçalhar as vestimentas do intruso, além de deixar nele marcas que dificilmente serão esquecidas.
Já quanto a nidificação dessas abelhas sanharós, o que podemos dizer é que os seus ninhos caracterizam-se por possuírem uma quantidade maior de “rainhas-mãe”.
E como vemos nessas fotos, elas trabalham em divisões, cada qual com a sua rainha, coletando os pólens e néctares, construindo seus ninhos com as resinas extraídas das plantas, acomodando os pólens em potes – como é comum, aliás, entre outras tribos.
Enfim, uma espécie cujo adjetivo mais modesto pode ser o de “formidável”. Capaz de produzir grande quantidade de mel (mesmo sendo tão agressivas) e de ser facilmente domesticada.
E o melhor de tudo, não são espécies saqueadoras, não destroem plantações, entre outras agressões, das quais elas são (injustamente) acusadas de praticar por aqueles que não conhecem as suas inúmeras e variadas qualidades.
Fotos e Descrições Sobre as Características Biológicas e Comportamentais da Abelha Sanharó
As abelhas sanharós medem entre 1 e 1,2 cm, não possuem ferrão, apresentam uma coloração negra, força descomunal nas mandíbulas, agressividade comparada à das mais temidas da família Apidae, são grandes produtoras de mel, própolis, geoprópolis, cera, resina, entre outros benefícios que elas concedem à apicultura e à natureza de um modo geral.
O problema aqui é que, justamente pela sua agressividade, as abelhas sanharós não estão entre as mais apreciadas pelas comunidades locais, ao contrário, a história entre elas é de bastante conflito; as suas colmeias costumam ser logo identificadas como um perigo iminente, uma ameça logo à vista; e por isso são destruídas, impiedosamente, com a ajuda do fogo ou de outros artifícios.
Como não poderia ser diferente, as Trigonas truçulentas (as abelhas sanharós) hoje são espécies ameaçadas de extinção, contando com muito poucas comunidades, apenas algumas no norte e centro-oeste do país.
No entanto, o que os criadores dessa espécie insistem em ressaltar, é que elas só possuem qualidades!, desde a forma organizada com que constroem os seus ninhos, passando pela quantidade incrivelmente maior de pólen e néctar que conseguem trazer das suas viagens, a até mesmo a docilidade que vão demonstrando após alguns poucos meses de domesticação.
São cerca de 50.000 abelhas por colmeia! E que se não bastasse a sua importância para a apicultura, ainda fazem parte de uma família responsável pelo cultivo (por polinização) de cerca de 70% de todas as espécies vegetais conhecidas no planeta.
Portanto, na opinião dos criadores e admiradores dessa comunidade, só o que elas exigem mesmo é o respeito aos seus habitats naturais; o respeito ao seu espaço e a consciência da importância da sua participação dentro da natureza.
Que é, como dissemos, a importância de uma espécie que é considerada responsável pela distribuição de cerca de 70% de todas as espécies vegetais conhecidas.
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