A aranha-branca (a Thomisus spectabilis, seu nome científico) não é venenosa, e possui algumas características que a tornam uma variedade à parte dentro dessa imensa, assustadora e, para muitos, asquerosa classe Arachnida.
Na verdade a sua coloração funciona para ela como um mecanismo de camuflagem, especialmente constituído para fins de proteção contra predadores, ou mesmo para facilitar o ataque às suas principais presas.
Essa tonalidade branca pode facilmente ser substituída por uma amarela, verde ou rosada, a depender da espécie floral onde ela esteja pousada, por meio de um pigmento que preenche as células das quais se compõem o seu corpo.
Essa ferramenta lhe permite tornar-se praticamente invisível em meio à vegetação. Elas simplesmente misturam-se em meio aos arbustos, ervas, mato e vegetações arbóreas, até que uma vítima inadvertidamente cruze o seu caminho, e dessa forma não lhe consiga opor a menor resistência.
A Thomisus spectabilis também pode ser reconhecida pelo nome de “aranha-caranguejo” ou “aranha-florícola” – no primeiro caso, devido à sua singular constituição física semelhante ao famoso crustáceo, e no segundo, pela sua preferência por habitar jardins bastante floridos.
Elas possuem hábitos diurnos. É durante o dia que elas saem à caça das suas iguarias favoritas, entre as quais, grilos, moscas, abelhas, vespas, pernilongos, gafanhotos, entre outros insetos e artrópodes de pequeno e médio porte.
Sua estratégia de caça é das mais simples. Elas apenas e tão somente aproveitam-se da sua tonalidade para confundir-se em meio à folhagem. Ali elas permanecem, quietas e silenciosas, como típicos animais oportunistas (e que nem se dão nem ao trabalho de construir longas e complicadas teias para esse fim), à espera de que uma infeliz se aproxime.
Além do seu Nome Científico e de não Possuir Veneno, Quais as Outras Características das Aranhas-Brancas?
Ela não é o que se poderia chamar de uma “força da natureza”, semelhantemente à famigerada “aranha-golias”, com os seus assustadores 30 cm de comprimento! Mas também não é um ente quase inofensivo, como são as dóceis e singelas Patu-dígua, que dificilmente ultrapassam os 0,37mm.
As aranhas-brancas possuem um tamanho que geralmente oscila entre 4 e 11mm, mas não se enganem! Por trás do seu aspecto delicado, singular e exótico, esconde-se uma predadora voraz, capaz de abocanhar presas com até 2 ou 3 vezes o seu tamanho!
Borboletas, cigarras, gafanhotos, louva-a-deus…eles simplesmente não conseguem opor a menor resistência à fúria de uma aranha-branca faminta!
A Elymnias hypermnestra, uma borboleta bastante comum no sul da Ásia, é uma das iguarias favoritas da Thomisus spectabilis.
A Burmagomphus sivalienkensis, uma pequena libélula facilmente encontrada em jardins, também é presa fácil para o apetite voraz das aranhas-brancas, que não se contentam com menos do que um banquete diário com algumas dezenas de espécies.
A borboleta Cerulean-comum, a formiga Centromyrmex feae, o besouro Neachryson orientale, além de louva-a-deus, gafanhotos, pernilongos, vespas, abelhas, moscas, entre outras espécies típicas da fauna australiana, sul-americana e da Ásia Meridional (seus habitats de origem), também ajudam a compor o cardápio desse extravagante e incomum membro da comunidade dos aracnídeos.
Uma Espécie Bastante Original
As aranhas-brancas são, verdadeiramente, espécies bastante originais. Basta ver como, por exemplo, com relação ao seu dimorfismo sexual, os machos apresentam-se consideravelmente menores do que as fêmeas.
Além de não serem venenosas, uma das principais características das aranhas-brancas (Thomisus spectabilis-seu nome científico) é a de também demonstrarem uma certa preferência pelos ambientes exclusivamente compostos por flores, onde elas podem camuflar-se em meio às mais belas e extravagantes espécies.
Entre os exuberantes e imponentes eucaliptos, na base de espécies como as lendárias Macrozamia Moorei, ou mesmo no ambiente tipicamente arbustivo, elas confundem-se junto às variedades de grevílias, tumbérgias, banksias, aos jasmins-da-india, dálias e hisbiscos – sempre prontas para o ataque às suas principais presas.
Elas podem adquirir a coloração esbranquiçada das Chrysanthemum leucanthemum (a nossa conhecida margarida), mas também podem adquirir a cor rosada ou lilás de uma orquídea Vanilla mexican. Ou podem preferir simplesmente confundir-se em meio às variedades de rosas que compõem um belo e exuberante jardim.
Mas quando chega a hora do ataque, elas atacam mesmo! A pobre vítima não consegue esboçar a menor defesa! As suas garras dianteiras, extremamente ágeis e flexíveis, simplesmente as envolvem, para que, logo após, em uma mordida fatal, toda a essência da presa seja sugada, e toda ela abocanhada, em um dos eventos mais curiosos da natureza.
A Thomisus Spectabilis (Nome Científico da Aranha-Branca) não é Venenosa e Possui as Características de um Camaleão
A coloração branca é a típica dessa espécie. Mas também é bastante comum encontrá-las com tonalidades amarelas, pardas, rosas, verdes, entre outras.
Algumas apresentam espécies de manchas em seus abdomens. Já outras podem apresentar uma coloração diferente nas extremidades das suas patas. Além de outras características, a depender da variedade.
Mas engana-se quem pensa que apenas as suas ferramentas de camuflagem representam toda a sua originalidade! Elas também beneficiam-se, e muito, de um conjunto de pernas, no qual as anteriores, além de ágeis e bastante flexíveis, são consideravelmente maiores do que as posteriores.
Isso permite, por exemplo, que as aranhas-brancas possam atacar espécies com até o triplo do seu tamanho!, como quando elas resolvem fazer de algumas variedades de cigarras, besouros e louva-a-deus as suas refeições do dia.
Mas elas também possuem olhos posicionados lateralmente, o que tudo indica facilitar o rastreamento de toda a movimentação à sua volta – na verdade o que se diz é que até mesmo uma espécie posicionada atrás dela poderá ser notada, e dificilmente escapar das suas garras que, como dissemos, funcionam como verdadeiros instrumentos de trabalho.
Quanto ao seu processo reprodutivo, pouca coisa se sabe. O que se pode dizer é que, após a cópula, a fêmea poderá produzir alguns milhares de ovos, que serão devidamente acolhidos em uma espécie de “incubadora” de teia, até que, por volta de 15 dias (após a postura), os filhotes possam sair para a vida.
Mas, diferentemente do que ocorre com outras espécies, esses filhotes não serão cuidados com todo o carinho de uma mãe. Nada disso!
O mais certo mesmo é que eles sejam largados ali, por sua própria conta, como uma outra peculiar característica das aranhas-brancas – além do seu nome científico, de não serem venenosas, entre outras singularidades desse membro ilustre da comunidade dos aracnídeos.
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