Tipos de Morcegos Hematófagos
Os morcegos são seres mamíferos que causam diversos sentimentos nos seres humanos. Desde medo até curiosidade, passando um pouco por compaixão e até intolerância.
Exatamente por isso, que é cada vez mais necessário desmistificar o morcego, e mostrar realmente quais as características, onde vivem, o que comem e muito mais dessa espécie maravilhosa.
Hoje, iremos falar sobre os morcegos hematófagos. Eles são os famosos morcegos conhecidos como vampiros. Sua alimentação, apenas dessa espécie, é concentrada em sangue. Mas, calma, não é sangue humano.
Vivem no continente sul americano, e podemos encontrar alguns pelo nosso Brasil.
Características Gerais
Os morcegos, assim como outros animais, se dividem em famílias e espécies. A maioria das 1100 espécies de morcegos se alimentam de frutas ou insetos, no entanto, há três espécies que se alimentam de sangue.
Talvez por conta dessas três espécies apenas que se alimentam de sangue, os morcegos tenham ganhado tantas histórias e mitos e relações com vampiros.
Os morcegos da família Phyllostomidae, que são classificados na subfamília Desmodontinae, são considerados os morcegos-vampiros. São chamados de hematófagos, pois este é o nome do regime que se alimenta de sangue.
Para ser mais específico, essas são as três espécies que realmente se alimentam de sangue: Diaemus youngi (conhecido como morcego-vampiro-de-asas-brancas), a Desmodus rotundus (ou morcego-vampiro-comum) e, por fim, a Diphylla ecaudata (conhecido como morcego-vampiro-de-pernas-peludas).
Essas três espécies são encontradas nas regiões da América do Sul, em países como México, Brasil, Argentina e Chile, entre outros.
O que a maioria das pessoas não sabem, no entanto, é que mesmo entre esses três morcegos que consomem sangue, é que a preferência deles não será o sangue humano, mas sim de animais maiores (e mais saborosos, para eles), como, por exemplo, os cavalos, bois e vacas.
Em alguns casos, ainda, atacarão animais de porte pequeno, como galinhas, aves ou bichos silvestres das florestas.
Por causa das mudanças climáticas e antrópicas, os morcegos vampiros estão aumentando sua quantidade em locais que possuem muita criação de gado ou porcos, e as florestas silvestres estão sendo diminuídas.
Dessa forma, os morcegos vampiros acabam migrando cada vez mais para áreas urbanas ou rurais em busca de alimentação, já que não consegue encontrar nas florestas.
Exatamente por isso, está ocorrendo cada vez mais, ataques aos morcegos vampiros, ou ataques aos seres humanos.
Um fato muito curioso desses morcegos são seus atos extremamente generosos uns com os outros. Por dependerem de sangue para viver, eles não podem ficar muito tempo sem se alimentar, e quando isso acontece, costumam pedir sangue para outros morcegos da colônia que estejam bem alimentados.
Desta forma, a partir de estudos, foi concluído os vampiros morcegos não estão quase extintos por conta desta pequena atitude.
Os morcegos podem morder em caso de necessidade de defesa, ou ameaça. Caso você ou algum conhecido seja mordido, procure imediatamente um médico, não mate ou descarte o morcego, e faça os exames necessários.
Diaemus Youngi
Com pelagem de cor amarela, a preferência de alimentação do morcego vampiro de asas brancas, será preferencialmente de aves também.
O focinho desse vampiro é mais alongado do que o dos outros, terá uma língua comprida, dentes alongados e finos e a cauda curta. Possuem uma ausência de cauda, em comparação com outros morcegos, e de calcar.
Seu porte é considerado médio, com peso que varia entre 30 a 38 gramas, e com 50 a 55 cm de envergadura. As pontas das suas asas e das suas orelhas são brancas, daí seu nome, e essa característica o diferencia de outras espécies.
Ao contrário das outras duas espécies de morcegos hematófagos, o Diaemus youngi carece de informações maiores sobre sua distribuição, dados populacionais e biológicos.
É encontrado em colônias com até 30 morcegos, e costuma ocupar cavernas e ocos das árvores. No Brasil, pode ser encontrado por todo o território, mesmo que em pouca quantidade.
No estado do Paraná também se encontra na lista de espécies ameaçadas, não apresentando risco, no entanto, em outros locais.
Diphylla Ecaudata
O Diphylla ecaudata, ou popularmente conhecido como morcego vampiro de perna peluda, é um morcego também morador das américas.
Suas principais presas serão aves, sendo muito raro atacar humanos. As aves que descansam em galhos de árvores, galinhas domésticas ou aves silvestres, serão as principais vítimas.
Com olhos muito grandes, orelhas arredondadas e pequenas, essa espécie terá um focinho pouco desenvolvido.
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A sua principal diferença para com outros morcegos hematófagos, é o crânio um pouco maior, algo que é associado ao hábito arborícola um pouco mais frequente.
É encontrado normalmente em árvores ou cavernas.
No Brasil, essa espécie já foi vista em 13 dos 26 estados totais brasileiros. É distribuído de uma ponta a outra, com casos de ocorrência em Santa Catarina, mas nenhuma no Rio Grande do Sul.
Seu estado de conservação está classificado como vulnerável no Paraná.
Desmodus Rotundus
O Desmodus rotundus, ou popularmente conhecido como morcego vampiro comum, é um morcego que geralmente vai ser encontrado em fendas, árvores, construções ou cavernas.
Suas colônias podem abrigar cerca de até 2 mil morcegos, sendo muito mais comum, no entanto, cada colônia possuir cerca de 100 morcegos.
No solo, serão extremamente rápidos e ágeis. As presas normalmente são atacadas e abordadas diretamente do solo. O morcego possui sensores térmicos na sua narina que facilita a localização de veias. Com dentes afiados e incisivos o corte é feito de forma rápida.
Na saliva desse morcego existe um tipo de substância que impede a coagulação do sangue. Para ele terminar sua refeição vai levar cerca de 20 minutos, e enquanto isso, o animal atacado não sentirá nenhum incômodo ou dor, pois na saliva também existe uma substância que evita esses tipos de irritações.
A estrutura onde vive é muito bem organizada, e cada morcego da colônia possui vínculos emotivos e sociais muito fortes um com os outros. Se reconhecem pelo cheiro e pela voz, e tentem sempre cuidar dos seus semelhantes quando há necessidade.
Agora você já sabe as principais características dos morcegos hematófagos. Já que o medo e mitos foram desfeitos, que tal contar para seus amigos ou familiares o que aprendeu aqui hoje?