Elephantidae Loxodonta Atlântica
Elefante é o termo popular e genérico pelo qual são denominados os membros da família Elephantidae, um grupo de mamíferos de grande porte. Os elefantes são os maiores animais terrestres da atualidade, com a massa entre 4 a 6 toneladas e medindo em média quatro metros de altura. As suas características mais distintivas são as presas
de marfim. Atualmente há três espécies no mundo, duas africanas (Loxodonta sp.) e uma asiática (Elephas sp.). Também fazia parte desse grupo os mamutes (Mammuthussp.), mas hoje esses animais encontram-se extintos. Até recentemente, acreditava-se que havia apenas duas espécies vivas de elefantes, o elefante-africano e o elefante-asiático. Entretanto, estudos recentes de DNA sugerem que havia, na verdade, duas espécies de
elefante-africano: Loxodonta africana, da savana, e Loxodonta cyclotis, que vive nas florestas, totalizando três espécies no mundo.
Sobre o Gênero Loxodonta e a Espécie Loxodonta Atlântica
Este gênero abriga elefantes africanos, sendo composto por duas espécies ainda existentes: Loxodonta africana e Loxodonta cyclotis. O gênero abrigava outras espécies, entretanto, todas elas encontram-se extintas, como por exemplo: Loxodonta adaurora, L. exoptata e L. atlântica. Os fósseis mais antigos do gênero foram encontrados na Uganda e datam de 6 a 5,5 milhões de anos atrás. A espécie mais antiga foi a L. adaurora originária do leste africano e que se espalhou pelo norte e sul da África. Os fósseis mais antigos indicam que a L. africana descende da L. adaurora, porém nunca foram encontradas espécies de transição. A espécie L. atlântica também é originária da África e era maior do que o atual elefante africano (Loxodonta africana), com a dentição mais progressista. Os fósseis datam do Pleistoceno de Ternifine, Pleistoceno Médio e fósseis do Pliocene Superior, com uma datação final no Pleistoceno Superior. Acreditava-se que o L. atlantica era derivada
da L. adaurora, no entanto, uma análise em 2009 sugeriu que o L. atlantica evoluiu a partir do L. exoptata. A espécie era dividida em duas subespécies: L. atlantica atlantica (do norte da África) e L. atlantica zulu (do sul da África). Um espécime tipo Loxodonta atlantica está abrigada no Museu Nacional de História Natural de Paris,
mas está listado sem um número de espécimes. O desaparecimento da Loxodonta atlântica, coincide com o da Loxodonta adaurora e ocorreu no mesmo período que duas outras espécies vindas da Ásia (Palaeoloxodon
recki e Elephas iolensis), parentes próximas dos atuais elefantes asiáticos, chegaram ao continente africano. Talvez por motivo de competição, essas duas novas espécies predaram as africanas até sua extinção.
![Esqueleto de Elefante no Museu Nacional de História Natural de Paris](https://35.196.158.152/wp-content/uploads/2018/09/Esqueleto-de-Elefante-no-Museu-Nacional-de-História-Natural-de-Paris.jpg)
Esqueleto de Elefante no Museu Nacional de História Natural de Paris
Características Morfológicas dos Elefantes
A espécie Loxodonta atlantica, assim como todas as outras espécies de elefantes, era herbívora, alimentando-se de ervas, gramíneas, frutas e folhas de árvores. Devido ao seu tamanho, quando adultos os indivíduos podiam ingerir entre 70 a 150 kg de alimentos por dia. Uma característica dos elefantes atuais, mas que também podia ser visto entre as espécies já extintas do gênero Loxodonta, é que as fêmeas tendem a viver em manadas, lideradas por uma matriarca, compostas por várias reprodutoras e crias de variadas idades. O período de gestação das elefantes fêmeas é longo (20 a 22 meses), assim como o desenvolvimento do animal que leva anos a atingir a idade adulta.
Osmachos adolescentes tendem a viver em pequenos bandos e os machos adultos isolados, encontrando-se com as fêmeas apenas no período reprodutivo.
Uma característica muito marcante desses animais é a presença da tromba. Os elefantes a utilizam para arrancar a comida e levá-la até à boca. Eles pastam relva ou dirigem-se as árvores para pegar em folhas, frutos ou ramos inteiros. Se a comida desejada se encontra alta demais, o elefante enrola a sua tromba no tronco ou ramo e sacode até a comida se soltar ou, às vezes, derrubar completamente a árvore. Esses apêndices são utilizados também para interações sociais e para respiração durante a natação.
Diferenças Entre os Elefantes Africanos e Asiáticos
Os elefantes-africanos são maiores que as variedades asiáticas e têm orelhas mais desenvolvidas, uma adaptação que permite libertar calor em condições de altas temperaturas. As diferenças entre as orelhas dos elefantes africanos e asiáticos pode ser explicada, em parte, pela sua distribuição geográfica.
Os elefantes africanos estão mais próximos do equador, onde o clima é mais quente, e por isso, têm orelhas maiores. Os asiáticos vivem mais para norte, em climas mais frescos, e, portanto, têm orelhas menores. Outra diferença importante entre elefantes asiáticos e africanos é a ausênciade presas de marfim nas fêmeas dos elefantes asiáticos.
A Humanidade e os Elefantes
Durante a época de acasalamento, o aumento da produção de testosterona deixa os elefantes extremamente agressivos, fazendo-os atacar até humanos. Acidentes com elefantes utilizados em rituais geralmente são causados por esse motivo. Cerca de 400 humanos são mortos por elefantes a cada ano. A caça de elefantes, causada principalmente pelo seu marfim, é geralmente ilegal em todos os países africanos. No entanto, dadas as enormes quantidades de comida que estes animais requerem, alguns parques naturais africanos recorrem à emissão de
licenças de caça em número reduzido para controlar as populações e angariar fundos. A caça dos elefantes teve também consequências a nível evolutivo. Visto que o objetivo primordial dos caçadores eram as presas, os animais que não as tinham graças a uma mutação genética, foram favorecidos. O processo involuntário resultou numa seleção artificial das populações de elefantes, onde os animais sem presas passaram de 1% do total a representar, em certos locais, cerca de 30% dos indivíduos.
Perigo de Extinção
Atualmente todas as espécies de elefantes são consideradas como espécies em perigo de extinção, segundo a União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais (UICN). Também estão registados no Apêndice I da Convenção sobre o Comércio Internacional das Espécies da Fauna e da Flora Selvagens Ameaçadas
de Extinção (CITES), exceto para as populações de países (como Zimbábue e Botsuana) que foram reclassificados no Apêndice II.
Os elefantes encontram-se ameaçados pela caça ilegal e perda de seu habitat. O marfim de seus dentes é usado em joias, teclas para piano, hanko (selos personalizados para assinatura de documentos oficiais, exigida no Japão) e para outros objetos. Sua pele e outras partes são um componente comercial de menor importância, enquanto a carne é utilizada pelas pessoas da localidade.